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- Não é agradável o ar do campo, querido? A mulher respirava fundo fora da janela da carruagem.

- Muito melhor que o ar de Paris. Isso tenho certeza. Nina cuidado! Não vá cair daí. O homem estava todo cuidadoso com a filha.

- Mamãe me segura se eu cair. A menina abriu um grande sorriso.

- Sim minha princesa, eu te seguro. Seu papai é muito protetor. A mulher mostrou a língua para o homem.

- Phoebe Hosseini, olha os modos! O homem provocou a mulher.

- Oh, agora iremos usar nossos nomes completos? Senhor Parsa Hosseini. A mulher piscou para o homem, respondendo a provocação.

A mulher que estava com a filha no colo, pulou em direção ao homem.

- Nina querida, que tal cócegas no papai?? A mulher e a menina começaram a fazer cócegas no homem.

- Oh, oh... Por Deus, eu me rendo, me rendo!! O homem gargalhava.

- Você fica tão sexy assim... Esse seu sorriso. Phoebe abraçou o homem.

- Chegamos senhor, senhora. O cocheiro parou em frente ao portão imponente.

- Titio Erik!! Nina gritou.

- Sim, sim... Já estamos chegando minha pequena. O homem tentava acalmar a alegria da menina.

Parsa, ou Persa como era chamado por todos, tinha um grande respeito e gratidão para com Erik. Era um amigo fiel, cuidando dele quando ninguém o escutava, imigrante e sem dinheiro, passou a viver nas ruas, sem rumo ou perspectiva.

Erik o acolheu, tinha descoberto o talento nato de Persa que era os negócios, tinha o dom do convencimento e era um gênio em toda área que envolvia matemática.

- Senhor Hosseini, que bom que chegou! O mordomo da casa fez uma referência.

- Que bom rever você também, Edmund. O homem sorriu para o senhor.

- Edmund!! Que saudades! A mulher abraçou o homem, que ficou sem jeito.

- Ed!! Ed!! A menina também estava feliz ao ver o senhor.

- E aonde está Erik? Ele já chegou aqui não? Persa estranhou a ausência do homem.

- Oh... Senhor, eu... realmente não sei muito sobre o Senhor Destler. Ele se trancou no quarto, e bem... Ninguém ousou atrapalhar. O mordomo fez uma cara de cansaço.

Persa sabia que o homem estava sofrendo, tinha perdido sua esposa. Tinha vivido poucos anos de alegria, que se dissolveu em poucos minutos.

- Vou até ele. Eu sei lidar com o senhor Erik... querida, por que não mostra a Nina a sala de música? Persa sorriu gentilmente para a amada.

" Que belo projeto meu amigo, Christine iria ficar orgulhosa de você, e iria amar passar seus dias aqui" o homem observava cada canto da mansão, era sem dúvidas muito bela.

- Erik? Erik? Por favor, abra a porta. Venha receber seu amigo!! Persa batia na porta, mas não obteve resposta.

A porta estava destrancada, era incrível como Erik se fechava para todos, e os empregados não eram loucos em entrar sem permissão.

Já dentro do quarto, Persa observou que Erik estava sentado na poltrona, sem a máscara e com uma das mãos sangrando.

- Céus... Eu saio por um tempo, e você já se mete em confusão. Persa correu pegar um pano para diminuir o sangue.

- Bem vindo meu amigo. Erik estava inerte.

- Isso não é saudável para você. Não deveria se auto destruir assim. O que vou dizer para a minha filha. Ela te idolatra, passou a viagem toda falando de você. Persa estava bravo, Erik tinha que reagir.

- Nina também veio? Oh... Ela é uma cópia sua. Tão teimosa e talentosa. Erik esboçou um sorriso.

- Sim, não posso negar que ela puxou isso de mim. Mas me fale, como vou falar para minha filha, que o tio Erik está com cara de bocó? Persa olhou fixamente para o amigo.

O homem esboçou um sorriso. Persa era um homem muito digno, seu único amigo, quase um irmão.

- Bocó? Sério? Erik por um momento esqueceu seu sofrimento.

Persa sorriu, tinha distraído seu amigo.

- Me conte, a reforma da sua casa demorará? Erik olhou para persa, que arrumava um medicamento para colocar na ferida dele.

- Hum... Talvez três meses. Phoebe quis adicionar um ateliê para ela, assim ela não iria ter que sair para atender as clientes. Persa passava o remédio no ferimento de Erik.

- Três... Meses? Tudo isso?? Erik tinha sugerido que até que a reforma não terminasse, eles poderiam ficar com ele na mansão, mas por três meses? Era tempo demais.

- Sim. Não fui eu que ofereci a casa Erik. Foi você. E vejo que está se arrependendo. Persa soltou um risinho.

- Não é isso... Erik suspirou.

- Bem, homem tratado! Agora, me faça um favor, coloca um sorriso nessa cara! Nina vai querer que você toque até se cansar para ela. Prepare-se. Persa queria distrair o amigo.

Phoebe e Nina estavam admiradas, aquela sala de música era tão linda!

- Mamãe, olha! Sua pintura!! Nina apontava com os bracinhos.

- Sim, minha pintura. Olha só, Erik realmente gosta de meu trabalho. A mulher percebeu que lá havia mais de quatro quadros de sua autoria.

- Não se anime... foi Persa que colocou todos esses quadros aí. Não que eu não ache ótimos... Erik entrou na sala.

- Tio Erik!!! Tio Erik!! Nina correu abraçar o homem.

- Olá minha linda, olha só como você cresceu!! Erik agachou para conversar com a menina.

- Eu tô com quase seis anos! Tô uma mocinha. Nina se inclinou e deu um beijo na bochecha do homem.

Erik adorava aquela criança, Nina era tão alegre, adorava ouvi-lo tocar.

- Venha aqui! Erik pegou a garota no colo.

- Tio Erik, você vai tocar depois pra mim? Eu queria que você tocasse agora, mas eu tô com fome. Tem bolo?? Nina olhou com os olhos pidões.

- Filha, eu já te disse... Bolo é só pra depois de comer legumes e salada. Persa olhou feio para a menina.

- Ah... Mas bolo é tão gostoso! A menina fez manha.

- Depois de comer tudo os vegetais, o seu tio vai lhe dar bolo. Phoebe pegou a menina pela mão e guiou para fora da sala.

- Nina é uma figurinha. Christine gostava tanto dela... Erik mudou de feição.

- Eu sei... Eu sei. Christine era como uma princesa para Nina, as duas eram realmente um grude! Persa relembrava o passado.

- Sim. Agora, eu fiquei. Talvez eu não mereça essa vida. Sem Christine, nada faz sentido. Erik estava triste.

- Não fique se remoendo. Não seria nada certo você fazer qualquer tipo de besteira! Eu não deixarei! Persa estava firme, seu amigo deveria ser forte.

- Bem, já que vocês estão aqui, vou oferecer minha hospitalidade. Erik tentou sorrir.

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