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Anastácia tinha se recolhido em seu quarto, depois do beijo de mais cedo, a jovem ficou confusa e ainda relembrava aquele momento.

Erik por outro lado, ainda tentava entender como uma pessoa poderia mexer tanto com ele, com a morte de sua esposa, ele nunca pensou que iria sentir aquilo novamente.

" Devo ter enlouquecido, mas a cada vez que vejo aqueles olhos... Meu coração acelera, era como que eu estivesse num paraíso, mesmo estando neste inferno que eu tinha me colocado, depois de tantas perdas"  Erik se sentou na cama, passando as mãos no cabelo, não entendia o que ele estava fazendo.

Já sendo outro dia, Phoebe se animou para ver como tinha ido o passeio entre Erik e Anastácia, aquele dia seria apenas para as garotas, já que seu marido e Erik estariam fora, resolvendo problemas de trabalho.

- Bom dia, bela adormecida!! Vamos, Nina. Vamos acordar Anastácia!! A mulher pegou a filha no colo, e caiu na cama de Anastácia.

A jovem deu um pulo, assustada. Tinha chegado tarde do passeio de ontem, estava cansada e pensativa do que havia acontecido.

- Bom dia para vocês! Percebo que estão animadas? A jovem se sentou na cama, e acariciou a bochecha de Nina.

- Claro que estamos! Fiquei tão curiosa com seu passeio de ontem, como foi?? O que vocês fizeram?? Phoebe ficou com os olhos brilhantes esperando alguma resposta.

- Foi... Bom. A gente foi em alguns lugares. E conheci Meg, e ela me deu aquela caixinha para mim.

- Meg? Oh ... Sim, ela é uma querida. Ela e Francis são um casal tão fofo, e vejo que ela gostou de você. Ela não é de dar presentes.

- Mamãe, pergunta pra ela!! Foi um encontro com o titio, será que eles se beijaram!?? Nina sussurrou no ouvido da mãe.

Anastácia observou os olhares entre mãe e filha, estavam sorrindo e ambas olharam para a jovem.

- Então... Foi um encontro ontem, não é? O que rolou entre vocês?? Phoebe sorriu e cutucou a jovem.

Com o rosto vermelho e de espanto, a jovem tentou em vão esconder seu rosto com as mãos.

- Ahh... Vocês se beijaram!! De novo!! Que fofos!! Nina, querida... Porque você não vai pedir café da manhã para a gente? Hum? Podemos fazer uma festa, só as garotas. Phoebe sorriu para a filha, e observou a menina correr para fora do quarto.

- Pronto... A Nina vai demorar um pouquinho, e podemos conversar mais sobre isso. Anastácia, estou tão feliz ... Erik merece alguém assim, como você!

- Mas... A gente não tem nada. Deve ter sido um engano. Sabe... Eu não sei ...

- Um engano? Sei... Posso te dizer que Erik nunca errou, então agora ele errou vamos ver duas vezes já te beijando?

- Três... Vezes. Anastácia falou baixinho.

- Três? Anastácia, ele está gostando de você! E você também está. Não tem essa de engano... Só precisamos dar um empurrãozinho ...

- Não! Phoebe, por favor... Não. Eu... Não ... Ele... Deve ter sido apenas o momento.  A jovem arregalou os olhos .

- Tá... Vocês vão se acertar. Mesmo sem meu empurrãozinho. Mas eu não entendo esse seu medo. Anastácia, você pode muito bem ser feliz, e Erik é um homem tão bom.

- É... Erik é muito gentil. Mesmo ele sendo... Um pouco estranho. Eu...

- Estranho? Oh, sim... É... Ele não era assim... Antes ele era uma pessoa cheia de vida, vivia rindo a toa. Mas... As coisas às vezes não saem muito como nós planejamos...

- Eu sei que ele perdeu a esposa, mas... Edmund não me contou mais nada.

- Sim, ele viveu muito feliz com Christine. Eles eram um casal tão bonito, mas ela morreu dando a luz, na verdade ela e o bebê morreram.

Anastácia ficou surpresa com aquela revelação, Erik deveria ter sofrido tanto, por tudo. Por perder seu amor e seu filho.

- Isso... Eu não sabia.

- Eu sei. Erik não é de falar disso, ele até evita relembrar isso. É algo que o faz sofrer. Por isso que ele odeia Paris, e agora tende a se autodestruir.

Anastácia ficou em silêncio, Erik tinha passado por tanto, como ela, tinha perdida pessoas que amavam.

- Mas não fale isso para ele, sim? Hoje iremos nos distrair, talvez eu até tente um penteado em você, que tal? Phoebe tentou mudar de assunto.

A jovem se levantou da cama, estava com os olhos marejados, seu peito doía. Lembrar de seus pais e ter descoberto da perda de Erik, fez com que Anastácia ficasse quieta.

- Não quis te deixar triste, hey... A vida muitas vezes tende a ser bem difícil... Mas, eu acredito que pessoas boas como você, e Erik... Tem todo direito de serem felizes, independente de tudo que vocês passaram. Não é justo ficar assim, você com essa mania de se sentir inferior... E Erik com aquela neura dele. Phoebe tentou consolar a jovem, e a abraçou.

- Você deve ter sido a primeira amiga que eu tive. Bem... Depois de Constance.

- Você também é minha amiga, não tenho muitas pessoas que gostam de mim e de meu estilo de vida. Agora, a gente precisa descer e nos divertir. Nina deve ter esquecido da gente, ela é assim. A mulher puxou a jovem pela mão e desceu para a sala.

- Senhor Chagney... Que surpresa! A empregada estava recepcionando o homem.

- Raoul!! Você me trouxe presente? Nina estava no colo do homem.

- Pequena, você nunca muda não é? Mas aqui, eu te trouxe algo. Me diga onde está sua mamãe?

- Está lá em cima, com Anastácia. Eu vou chamar ela... A criança estava se preparando para subir as escadas, quando viu sua mãe e a jovem.

- Raoul... O que você está fazendo aqui?? Phoebe se espantou, o homem era seu amigo, e bem... Não tão amigo de Persa.

- Phoebe, isso é recepção para seu amigo? Raoul se levantou e abraçou a mulher.

Anastácia estava atrás da mulher, curiosa ao ver o homem de cabelos claros, olhos verdes e com um impecável terno azul marinho.

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