21.

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Anastásia tinha passado seus dias entre ficar no jardim e conversando com os empregados, Erik raramente era visto, e poucas vezes se juntava a ela para comer.

Numa tarde daquele mês, Anastásia estava entalhando um arranjo de mesa, era de costume a jovem se sentar no chão do jardim e passar horas com as madeiras.

Uma sombra a cobriu, Anastásia pensou que o tempo iria virar para chuva, ao levantar a cabeça viu Erik a encarando. O homem estava com um casaco preto e um guarda-chuva em mãos.

- Você realmente não é uma dama. O homem se curvou um pouco e observou a moça.

- Ah? Anastásia piscou para o homem.

- Você está toda suja, uma dama não ficaria todos os dias sentada no chão, em meio a sujeira. Erik continuou a observar a jovem.

Anastásia achou aquilo um ultraje, ela não estava fazendo nada... Ela só estava se distraindo.

- E você é um estranho por andar por aí com um guarda-chuva. Anastásia apontou para o objeto.

- Não é um guarda-chuva, e sim um guarda sol. Você não percebeu, está fazendo um sol horroroso. Erik balançou o guarda sol, e seu cabelo caiu em seu rosto.

- Tanto faz... Eu gosto de ficar aqui e fazer meus trabalhos com a madeira. Anastásia deu de ombros

" Ele está me provocando... E como ele sabe que eu fico todo dia lá?" A jovem questionou o olhando curiosa.

- E... Como você sabe que eu faço isso todos os dias, eu nem te vejo. Deixa-me ver... Hoje é a primeira vez que te vejo depois de ... Um mês escondido. Anastásia limpou a saia de seu vestido e se levantou.

- Escondido? Eu... Eu... Sou o que? Como você fala essas coisas, eu não estava escondido. Eu ando pela minha mansão a vontade. E não seja tão curiosa, damas curiosas são muito mal vistas. Erik começou a caminhar.

- Aonde você vai? Anastásia o acompanhou.

- Não ouviu... Damas curiosas... Erik olhou para a jovem.

- " são muito mal vistas" Anastásia imitou o homem.

- O que! Você está tirando sarro de mim? Erik parou e viu a jovem rir.

- Não! Claro que não... E me diga, onde você está indo? Anastásia continuou a acompanhar o homem.

- Me matar... Satisfeita? Erik continuou andando.

- Isso não tem graça! Um homem como você, não deve pensar nessas coisas... Na verdade, ninguém era para pensar nisso. Anastásia fechou a cara.

- Um homem como eu? Por favor senhorita, continue seu pensamento... Erik chegou perto do lago.

- Ah... Como você, sabe... Você tem essa mansão, tem amigos que realmente importam com você. Não é certo pensar em se matar assim tão naturalmente. Anastásia se sentou na beira do lago.

Erik observou a jovem, ela estava balançando os pés dentro da água, seu vestido já estava todo molhado e bagunçado.

- Você não me conhece... Erik continuou de pé com seu guarda sol.

Anastásia o olhou de cima, o homem era um pouco estranho. Num instinto ela puxou a mão do homem, que se agachou e a olhou sem entender nada.

- O que... O que você está fazendo? Erik deixou cair o guarda sol.

- Olha essa paisagem, não é bonita? Se você tirar um minuto de seu dia, e simplesmente admirar esse lugar, não teria pensamentos ruins... Eu... Eu... Realmente acho que você não é uma má pessoa e sou agradecida por você... Argh, pensava que você ia fazer algo comigo... Anastásia se lembrou dos rumores, e de tudo que na primeira vez naquela mansão aconteceu.

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