Três dias se passaram, e finalmente o dia em que Constance citara na carta tinha chegado.
Anastácia estava esperando escurecer para partir ao vilarejo com Erik.
Para não levantar suspeitas, o casal simplesmente usou um cavalo para ir em direção a oficina, coberta com uma capa a jovem torcia para que tudo ocorresse de forma correta e segura.- Querida, não se preocupe não há ninguém aqui, e Constance conseguiu as chaves da oficina... Ela realmente soube dobrar o dono. Erik abraçava a jovem.
- Eu sei... Dar uma semana de faxina gratuitas fez com que o dono mesquinho e mão de vaca ficasse animado por isso... A jovem arrumava seu capuz que tentava cair por conta do vento.
Ao chegar à frente da oficina, Anastácia cuidadosamente abriu a porta de entrada. Havia ali muitas ferramentas e peças entalhadas, num outro canto mais adiante uma outra porta que dava acesso a parte de seu pai.
" Eu me pergunto... Porque ele nunca abriu esse lugar?" A jovem pensativa tentava achar um jeito de abrir a porta.
- Com sua licença senhorita... Mas isso é um trabalho para alguém mais... Vivido em certas coisas... Erik pegou um pequeno objeto em seu bolso e começou a trabalhar na fechadura.
Um "clic" foi ouvido e a porta se abriu, Anastácia ficou surpresa por Erik ter feito aquilo em poucos segundos.
- Viu só, nada como um amiguinho para me ajudar aqui. Erik sorriu e guardou o objeto de volta ao seu bolso.
O cômodo estava intacto, a jovem se viu naquele lugar dias antes de seu pai sofrer o acidente, tudo estava igual, desde as ferramentas no chão às esculturas recém começadas... Tudo estava intocado e ainda sentia a presença de seu pai, um homem tão bondoso que se sacrificou para salva-la das maldades de terceiros.
- Está ... Tudo igual. Nada foi mudado .... Sinto até o cheiro de meu pai... A jovem tocava as peças em cima da mesa e mais adiante um caderno com diversas anotações.
" Peça mogno, família François .... " A jovem lia cada linha e as diversas encomendas que seu pai tinha anotado naquele surrado caderno.
- Precisamos procurar por algo... de certo, aqui iremos encontrar. Erik vasculhava os baús cheios de papéis.
- Sim, você pode procurar por aí que eu vejo aqui.
Por alguns minutos ambos ficaram em silêncio, Anastácia chorava baixinho a cada citação que seu pai fazia sobre ela.
" Minha filha querida, se parece tanto com sua mãe. Mas é tão destemida e adora ficar aqui comigo, na oficina"
" Hoje, Anastácia fez seu primeiro entalhe, um pouco bagunçado mas vejo que ela tem um dom"
- Sinto saudades... Deles. De tudo... A jovem sussurrou ao terminar de ler cada anotação, com a voz embargada.
- Eu sei que você sente falta deles, imagino que a dor dessas perdas não serão fáceis de esquecer, nunca esqueceremos... Mas podemos seguir nossas vidas e deixá-los orgulhosos, não? Erik se aproximou da jovem e a abraçou.
A jovem apenas assentiu e continuou a procurar por algo útil.
Ao terminar com a mesa, Anastácia percebeu uma madeira solta no chão, estava quase fora do lugar e facilmente a retirou, revelando uma caixa e algumas cartas e papéis dentro.
- Achei algo ... Isso ... Podemos usar isso! A jovem lia cada palavra, era o diário de seu pai, e a cada dia ele descrevia as piores coisas sobre Innes.
"Hoje tive que deixar minha filha, com as agendas de trabalho lotadas não pude fazer muito ... Deixar minha preciosa Anastácia com Innes me mata, mas não posso fazer nada... Estou de mãos atadas, se Innes resolver matá-la também?"
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Olhe com seu coração
RomanceA família Chabert era muito feliz, Desirée e Theodore formavam um belo casal, juntos tiveram uma linda filha chamada Anastásia. Mas por uma infelicidade, Desirée contraí uma doença mortal, deixando Theodore viúvo. Um rápido casamento, traz a casa d...