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Um mês se passou depois daquele inusitado acidente. Anastácia ficava pensando em tudo aquilo, mesmo agora que Erik parecia nem lembrar do que ele tinha feito.

- Veja, não é tão complicado. É só manter a postura. O homem estava sentado perto dela no piano.

- Eu sei... Você já me falou milhares de vezes. "Postura, Anastácia. Você é uma criança ou uma dama?" A jovem imitou o jeito do homem de falar.

- Sério? Você não aprende a ter respeito pelo seu professor. Erik a olhou cansado.

A jovem só riu, e começou a tocar no piano, durante aquele tempo sua habilidade havia melhorado.

- Não é isso? Só que com menos fluflus. A jovem encarou o homem.

- Realmente... Você não tem jeito. E sim, está correto o que você fez.

- Sabia! Estou melhorando, graças e você. Muito obrigada, e bem... Agradeço pelas aulas.

- Não é como eu tivesse algo melhor a fazer de noite não é? Você é uma ótima distração.

- Fico feliz em poder te ajuda-lo a se distrair.

Anastácia se levantou e caminhou para seu quarto. Deixando Erik sozinho com seus pensamentos.

" Que jovem mais atrevida... Mas, ela é tão talentosa. Aprende tão fácil, é um dom muito raro"

Já de manhã, Erik foi pego com uma notícia.

- Carta da senhora Phoebe. Edmund entregou a carta para o homem

Erik recebia diversas cartas de Persa. Mas de Phoebe era a primeira.

"Erik, como está? Aqui estamos ótimos!! A reforma da casa e do ateliê foi um sucesso. Nina está com saudades. E sim... Como está Anastácia? Espero que estejam se dando bem. Agora... Eu venho através desta carta, convidar vocês para minha primeira exposição em Paris! Isso não é maravilhoso!? Quero que você traga Anastácia também, estou morrendo de saudades. De sua amiga, Phoebe. PS: É sério, você vai ter que vir para Paris, senão eu mando meu marido de puxar pelas orelhas!

Erik leu aquela carta, realmente a mulher insistente. Prometeu a si mesmo que nunca mais pisaria em Paris de novo. Aquele lugar só trazia más lembranças.

Anastácia tinha recebido uma carta de Phoebe, junto com ela um desenho. A mulher estava com saudades e Nina perguntava sempre sobre a nova amiga que havia feito durante os dias que passaram na mansão. O desenho era tão bonito, aquele lugar parecia ter saído de um conto de fadas.

- Vejo que também recebeu uma carta. Erik olhou a jovem no jardim com o papel em mãos.

- Oh... Sim! É tão empolgante, ninguém nunca me escreveu uma carta.

- Vejo sua animação, me pergunto o que Phoebe escreveu a você?

A jovem escondeu a carta, estava corada. Phoebe realmente havia perguntado sobre seu relacionamento com Erik, a deixando sem jeito.

- Nada demais. Que ela e Nina estão com saudades...

- Hum, e porque não quer que eu leia?

- Porque não é necessário. Na verdade eu preciso ir... Tenho que ajudar com o almoço.

Erik observou a jovem se levantar, aquela estranha mania de passar seu tempo entalhando madeira o fazia rir, a garota era realmente uma bagunça.

- Anastácia, espere!

A jovem parou, e olhou para o homem. Ele estava com uma feição misteriosa, o que ele estava pensando.

- Se eu lhe dizer que... Iremos a Paris. Você iria comigo?

- Ah!?? Paris!??? É lá que tem aquele belo teatro, que Phoebe sempre falou para mim!! Seria...seria... Um sonho.

- Que empolgação, para uma simples cidade. Pois bem, você não me respondeu, você iria comigo?

- Hum... Se você quiser, eu vou. Seria legal. Sabe... Estou com saudades de Phoebe e de Nina.

- Bem... A viagem é longa. Mas... Podemos ir, Phoebe está organizando uma exposição. E... Eu sei que ela iria me matar se eu não fosse.

Anastácia abriu um enorme sorriso, tinha até esquecido que logo iria completar mais um ano de vida, desde que seu pai faleceu ela nunca mais teve nenhuma festa.

Erik observou a jovem correndo para dentro da mansão, ele achava aquela animação toda tão fofa, Anastácia era fofa.

" Mesmo a garota sendo fofa, ela não é para você, Erik... Você não aprende mesmo" o homem recolheu os pertences da jovem que estavam largados pelo jardim.

- Eu estou tão animada!! Será que Paris é muito grande!? Oh ... Preciso fazer presentes para Phoebe, Nina e seu esposo. Anastácia estava animada, cortando os legumes para o almoço.

As cozinheiras estavam tão felizes, a jovem era uma boa companhia e estava fazendo tão bem para o senhor Destler.

- Eu acho que irei fazer um Castelo para nina... E para Phoebe, deixa eu ver... Talvez um porta jóias! Para seu esposo será difícil... Irei perguntar a Erik. A jovem não parava de falar.

O almoço foi servido, e para a decepção de Anastácia, aqueles pesadelos de talheres retornado.

- Quando eu almoço com você, eu sempre peço para servirem corretamente. Isso inclui talheres. Erik percebeu que a jovem estava chateada.

- Olha, não é muito difícil. Você começa de fora para dentro. Assim.

- Eu acho isso... Uma tremenda perda de tempo. Porque não usar um garfo e uma faca, simples.

- Porque há talheres certos para cada tipo de prato. E não retruque comigo. Erik olhou feio para a jovem.

A refeição foi com altos e baixos, mesmo que Anastácia desse seu melhor para aprender, tinha acabado de derrubar um pedaço de carne em seu colo.

- Você realmente é uma desastrada. E a carne nem estava dura para tanta força que você colocou a cortar.

- É... Acho que me empolguei. A jovem pegou a carne com a mão e comeu.

- O que eu ... Farei com você. Erik balançou a cabeça e riu.

O tempo passou, Anastácia contava os dias para a viagem, tinha preparado os presentes. E já estava com a mala pronta. Erik sabia que a viagem seria longa, e preparava a carruagem, não estava animado em retornar a Paris, porém queria prestigiar a exposição de Phoebe.

- É... Só essa mala que você vai levar? Erik olhou para a pequena mala na mão de Anastácia.

- Hum... Sim, é o que eu tenho... Na verdade. E os presentes, aqui. Tome cuidado! A jovem entrou na carruagem.

Erik entrou logo depois, e observou a jovem, que estava empolgada e tinha em sua cabeça um chapéu sofrível de feio.

- Eu me pergunto, quem em sã consciência usaria um chapéu tão feio como esse? Erik provocou a jovem.

- Ah!? É meu único chapéu, e se você quer saber eu gosto muito dele. Não sou eu que estou parecendo como um vampiro. A jovem observou Erik, que estava todo de preto, usava um chapéu que cobria seu rosto e a bengala que ela achava tão assustadora de caveira.

O homem só riu daquele comentário, ele gostava de suas roupas, eram discretas.

- Vampiro?? Eu sou discreto ... ao contrário de você ... que deve ter matado o pobre do pássaro de susto para ter essa pena pendurada no chapéu ... Erik apontou a pena verde do chapéu da jovem. 

- Discretas?? Ah... Tá bom. Eu não vou falar nada. E isso ... não é uma pena e sim um laço feito de crochê ... Anastácia cruzou os braços irritada. 

O dia foi longo e a viagem iria durar mais um dia, a carruagem parou numa pousada, iriam descansar para retomar a viagem.

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