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Phoebe ficou preocupada com a jovem, já estava anoitecendo e nada de Anastácia sair do quarto.

- Mamãe, o que houve com Anastácia? Ela... Não sai do quarto, ela tá de castigo? Nina com uma carinha triste, sentou no colo da mãe.

- Não... Ah, querida ... Ela deve estar cansada. Por isso, ela está dormindo. Não se preocupe.

Erik e Persa estavam cansados, era tão bom trabalhar juntos, o homem sentia falta daquilo, seu amigo era teimoso, era fato, mas nunca conseguiu se afastar de Erik. Sempre era ótimo passar um tempo com ele, e vê-lo que estava bem, até mais animado em viver.

- Sabe, eu posso ter sido influenciado por Phoebe, mas eu acho que Anastácia apareceu em sua vida, por conta do destino. Sabe, veja você!! Está até mais alegre, menos resmungão. Persa estava dentro da carruagem, voltando para a casa.

- Destino? Me conte outra, Persa... Aquilo, foi... Apenas necessidade. Eu não ia deixar Anastácia nas mãos daquela mulherzinha. Erik deu de ombros.

" Destino, isso nunca existiu... Se existisse, porque ele tinha sofrido tanto com Christine, feito o destino tão alegre por um trágico, quando sua amada foi tirada dele, de forma tão bruta e cruel".

A carruagem parou em frente a casa de Persa, já era de noite. E as ruas estavam movimentadas, muitos casais felizes, caminhavam juntos para se divertirem.

- Ridículo... Eu acho isso, uma idiotice!! Erik saiu e ao ver toda aquela movimentação lançou um olhar de repulsa.

- Amigo, você parece um velho rabugento... E eu ainda fico me questionando, essa sua bengala é para assustar criancinhas?? Persa apontou o objeto e riu.

- Não me provoque, meu amigo.

Ambos entraram na casa, e deram de cara com Phoebe com um olhar preocupado.

- Amor, e essa cara. É saudade, do seu marido?? Persa se aproximou da mulher, e deu um beijo em sua testa.

- Anastácia... Eu não sei... O que houve, ela se trancou no quarto. Phoebe estava com uma expressão estranha.

- O que ?? Erik olhou para a mulher

Sem esperar a resposta de Phoebe, o homem subiu as escadas, e bateu na porta da porta do quarto da jovem.

- Anastácia!!! O que houve. Abra essa porta, já! Erik gritou.

A jovem ainda estava sentada no chão, tinha ficado horas na mesma posição, e apenas tentou dissipar todas aquelas vozes.

- Anastácia... Se você não abrir a porta, eu irei abri-la na força. Erik não escutou nenhum barulho, estava ficando cada vez mais preocupado.

A jovem se levantou, enxugou seu rosto, e apertou o roupão em seu corpo.

" Eu não quero provocar nenhuma confusão, mais do que eu já fiz" a jovem caminhou até a porta e a destrancou.

- O que houve.... ? Erik observou o rosto inchado da jovem.

- Nada... Me desculpa. Eu... Sou uma idiota, só isso. Uma inútil.

- Que besteira é essa? Eu saio e volto com Phoebe chorando, e você trancada ... E ainda falam de mim... Erik suspirou e passou a mão no cabelo.

Anastácia entrou no quarto, e sentou na cama.

Erik caminhou até a jovem, e agachou na sua frente, colocando as mãos em seu rosto.

- Conte para mim... O que houve? Porque essa cara? O homem olhou nos olhos da jovem.

- Eu não me encaixo... Em coisas bonitas. Só isso. Anastácia apontou o vestido verde, no chão.

- Que bobagem é essa, você ainda se sente assim? Erik se levantou, e sentou no lado da jovem.

- Essas vozes, elas sempre me perseguem...

- Eu te entendo. Eu também tento lutar contra minhas próprias vozes. Mas não se deixe levar por elas, você é forte. Não é?

- Acho... Que sou. Não sei. Eu preciso me desculpar com Phoebe, fui grossa com ela. Anastácia tentou se levantar.

- Ela não está brava com você. Está preocupada. E fique um pouco aqui comigo. Erik pegou na mão da jovem.

- Você é realmente linda, não deixe que essas vozes te prejudiquem. Você é livre agora, não precisa lembrar do passado. O homem continuou, e acariciou o rosto de Anastácia.

- Meus pais viviam me dizendo isso, que eu era linda. Depois... Eu me pergunto, o que eu fiz para que eu tivesse que passar por tanta coisa ruim. Erik, eu nunca antes com meus pais, apanhei... Depois... Innes ela... Sempre me humilhou... Eu nunca dei motivo....

- Hey. Pare! Só pare. Não lembre disso. Você realmente é bondosa, tudo que você passou... Você sempre foi gentil. Aquela vez que você deu comida para a pobre criança lá na feira... Erik relembrou a primeira vez, que viu a jovem.

- Ah?... Você.... Oh, sim. Você estava na carruagem negra, não estava? Deve ter me visto.

- Sim... E outra vez também. Você realmente gostava de admirar minha carruagem. Erik tentou animar a jovem.

- Sim... Ela não é de se passar batido não é? Era como uma carruagem de contos de fadas... A jovem esboçou um sorriso.

A tensão entre os dois tinha desaparecido, a troca de olhares entre eles estava fazendo o coração de Anastácia bater de forma acelerada, Erik se aproximou da jovem, depois de Christine, ele nunca tinha se sentindo assim depois da morte da esposa.

- Titio Erik é seu príncipe, Anastácia!! A criança entrou correndo no quarto da jovem, e sentou entre os dois.

Erik riu ao ver a reação assustada de Anastácia e Nina ficou olhando para os dois com olhinhos brilhantes.

- Nina, minha criança... O que é isso? O que seu titio é para Anastácia?? Erik questionou a criança.

- Um príncipe. Não é?? Vocês estavam se olhando, parecia coisa de livro. Minha mamãe ela sempre me falou, que príncipe e princesa se unem com seus olhares. E aí vocês, estavam assim bem juntinhos. Nina pegou a mão da jovem e de Erik e colocou juntas.

- Sua imaginação é tão inocente. A jovem sorriu para a criança.

- Não é imaginação, é verdade. Puxa. Vocês são teimosos! Nina bufou.

Ambos sorriam ao ver a carinha brava da criança.

- Vamos!! Mamãe tá preocupada com vocês, e eu tô com fome!! Quero bolo e depois quero que meu titio toque para mim... E você também Anastácia!! A criança puxou os dois para fora do quarto.

- É... Estamos em apuros com essa pequena princesa. Erik sussurrou para a jovem, que riu.

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