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Os dias estavam passando depressa para Anastácia. Todos os empregados da mansão tinham ficado alegres com o novo casal, e Erik fazia de tudo para agradar sua amada.

O homem também estava realizando uma reforma em seu quarto e arrumando tudo que ele havia destruído durante aquela época em que ele se sentia sozinho. Agora o quarto estava iluminado e com novas pinturas nas paredes e móveis novos.

Anastácia estava ajudando com a limpeza do quarto, tudo estava diferente, ela se sentia bem em ver Erik tão feliz.

- Querida, podemos ir a algum lugar hoje? Quero te mostrar algo. Erik arrumou a roupa de cama do quarto e ajeitou os quadros nas paredes.

- Claro. Onde iremos?

- Ao único cômodo que você ainda não foi, quer dizer... já entrou sem minha permissão, mas agora quero te mostrar o que guardo lá.

Caminhando pelo corredor da casa Erik tinha decidido mostrar suas memórias e isso incluía sua falecida esposa, Christine.

- Eu fiz deste cômodo um baú de lembranças, são memórias boas de um passado que me encontrei feliz e realizado. Erik abriu a enorme porta de mogno.

Com o ambiente iluminado, Anastácia observou que era imenso, caixas e mais caixas de pertences, quadros e do outro lado itens para um quarto de bebê.

- Eu agradeço por você estar se abrindo comigo, eu... realmente fico feliz. A jovem caminhou e olhou os diversos retratos espalhados pelo quarto.

- Christine era muito bonita. Vocês estavam tão felizes nesses retratos. Eu fico feliz em saber que você foi amado ... sabe, eu realmente sinto que você deve uma vida difícil...

- Sim, na verdade a minha vida não foi fácil, sofrer os abusos que sofri. E depois tentar de reerguer, não foi fácil. Christine me encontrou e eu não era tão soturno, ao contrário com o tempo fui me acostumando a ser notado e a ser respeitado, o dinheiro ajudou muito para isso... Erik suspirou.

- O dinheiro foi um bom começo para desenvolver o que sou hoje, mas mesmo assim as pessoas me temiam... não que eu achasse isso ruim, eu adorava ver a carinha de desespero de certas pessoas. Erik sorriu de soslaio.

- Eu nunca temi você. Desde sempre eu te achei ... interessante. Anastácia olhou para Erik e deu um sorriso.

- O que Christine me falou quando nos conhecemos, ela era uma teimosa e não tinha noção de nada.

- Ela também te viu... Além das aparências e sim olhou o seu coração, que é o que importa. A beleza as vezes tende a ser perigosa e traiçoeira. A jovem pegou na mão do homem.

- Você é realmente muito filósofa. Poucas pessoas veem este lado espiritual das pessoas, elas queriam ter meu respeito é fato, mas ninguém além de Persa, Phoebe e Christine tivera a coragem de me conhecer... de sermos amigos. Erik riu e acariciou o rosto da jovem.

- E agora... eu também, não é? Eu não fiquei com medo de você... eu quis te conhecer desde sempre... queria saber como era o dono daquela carruagem negra. Eu imaginava muitas coisas referente a você. A jovem corou e caminhou até uma das caixas.

- O que você... imaginou? Queria saber... as teorias do vilarejo eram divertidas de ouvir. Erik cruzou o cômodo e abraçou por trás a jovem.

- A..ah... sabe, eu via naquela carruagem alguém solitário. Alguém que queria viver distante das pessoas, mas que não era nenhum doido ou fera.

- Eu sempre tentei ser o mais humano possível, mesmo gostando de estar só. Com Christine eu tentei ser mais "ativo" na sociedade. Erik pegou uma caixinha dourada de uma das caixas.

- Era para Gustave. Eu guardei porque não seria certo descartar, nada dessas coisas seriam corretas esquecê-las. Gustave era perfeito, tinha cabelinho preto e com certeza se parecia com Christine. Erik tirei um sapatinho branca da caixa e se entristeceu.

- Eu imagino que Gustave seria tão mimado, não é? Seria uma criança de sorte. Mas .... Erik, com certeza ele e Christine estão cuidando de você, como meus pais estavam me guiando até você. A jovem pegou na mão de Erik e lançou um olhar doce.

- Sim, com certeza você foi enviada pelos céus. Eu queria te mostrar tudo isso... E sinto muito por não ter como me desfazer disso tudo, eu...

- Não precisa de desculpar. Tudo isso são memórias belas de sua vida. Querido, eu não quero que você esqueça disso ... São coisas importantes para você. Tudo que me restou de minha mãe foi poucos pertences. Não esqueça de Christine ou de Gustave. Não é certo, você os lembrando só te torna ainda mais humano. A jovem colocou a cabeça no ombro de Erik.

- Tive tanta sorte ... minha doce Anastácia ... Eu nunca vou entender o motivo de você gostar dessa pessoa problemática.

- Desde a primeira vez que te vi... eu gostei de você. Não quero que você entenda mal... Mas seu cheiro e seus olhos verdes quando fiquei próximo a você... quando te salvei! Eu... nunca quis te beijar assim tão abruptamente. Anastácia arregalou os olhos.

- Você gostou de mim desde o início.... E eu também. Só não quis ser tão atirado, como você foi. Erik provocou a jovem.

- Atirada? Oh, que blasfêmia! Eu só fiz para te salvar ... foi um beijo....

- Da vida, se não fosse por você. Eu estaria morto.

Erik se aproximou da jovem e a beijou, passou as mãos pela cintura de Anastácia e sussurrou.

- Eu te amo, quero que você seja minha esposa, a mãe de meus filhos.... Quero que você seja meu mundo! Erik mordiscou a orelha da jovem que arrepiou.

- Você sempre foi bom em falar coisa doces? Porque realmente eu estou muito apaixonada por você. A jovem tocou no rosto de Erik e sorriu.

- Apenas falei a verdade. Não tenho culpa se você é tão linda e meiga.

O casal ficou por mais um tempo no cômodo, Erik contava sobre as diversas viagens que fizera com Christine, sobre o casamento em Paris e lua de mel em Milão. E como ele era agradecido por ter tido uma segunda chance de amar.

- Acho que podemos organizar esse cômodo, manter os retratos. Gostaria de usar alguns móveis daqui.... Erik lançou um olhar alegre ao desabafar tudo de sua vida para Anastácia.

- Claro. Esse cômodo não precisa ser desfeito, eu seria uma megera se quisesse que você se desfizesse de tudo.

- Quero usar os móveis do bebê, porque eu sinto que logo, logo iremos ser papais. Erik provocou a jovem que corou.

- E....Erik! Eu espero que isso aconteça quando nos casarmos. A jovem piscou algumas vezes.

- É... Talvez. Talvez não .... Minha doce donzela é muito conservadora, não sei como pude corromper essa dama... Erik se aproximou e beijou rápido os lábios da jovem.

- Oh, sim... não fui eu que corrompi primeiro, não é? E sim o contrário... essa diabinha com intuito de fazer respiração boca a boca... me beijou e ... rasgou minha camisa!!! Erik colocou a mão no peito e fez um olhar perplexo.

- Engraçadinho, sim... você quer que eu confesse. Fui eu que te corrompi primeiro mesmo... não sou tão conservadora. A jovem sorriu e piscou para Erik.

Caminhando para fora do cômodo, ambos foram para a sala de música. Nina os esperava alegre pois iria aprender novas canções com Erik, as noites eram embaladas por música e com Nina animada por ver seus tios tão felizes. Anastácia por sua vez fazia seus entalhes em madeira, sob o olhar fixo de Erik, que a provocava por conta da sujeira. 

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