Olhe com seu coração

3.

Anastásia tinha um pequeno quarto fora da casa, antigamente era um depósito para guardar madeira, mas agora era seu quarto. Bem... Não era muito um quarto, pois era minúsculo. Cabia apenas uma pequena cama e um caixote que ela guardava tudo que ela mais estimava.

" mamãe... Me desculpa, eu não protegi o piano do vovô" Anastásia observava a fotografia amarelada de sua mãe.

O vilarejo era um dos mais frios daquela região, e o quarto de Anastásia era terrivelmente gelado. Nessas ocasiões, a jovem adormecia ao lado fogão. Que era sempre quente por conta das lenhas que queimavam sem parar.

- Acorda!! Judith cutucou a jovem com pé.

- Realmente... Você não é uma dama. Onde já se viu... Dormir no chão. Martine deu um risinho afetado.

Anastásia tinha muito trabalho pela frente, limpar, cozinhar e lavar... Era o que resumia a sua vida.
O que não era nada, ao ter que cuidar dos cabelos e vestidos das gêmeas.

- Anastásia, você sempre com esse vestido.... Francamente nenhum rapaz vai reparar nesses trapos!! Judith caçou da jovem.

- Pois é... Imagina... Anastásia vai morrer solteirona. Martine escolhia seu sapato para o dia.

Anastásia não retrucava, apenas continuava seu serviço. Não acabava bem quando a jovem resolvia responder.

- Meninas!! Acabei de vender o piano! E olha, dinheiro!!! Vamos, vamos... Precisamos correr para o mercado, os melhores tecidos saem logo pela manhã!! A madrasta estava reluzente.

- E você... Quando chegarmos quero ver tudo brilhando!! E nós prepare o almoço! Innes se retirou, batendo a porta.

Anastásia suspirou aliviada, tinha a manhã livre daquelas pessoas. Mas não podia de lamentar a perda de seu piano.

O dia estava agradável, era perfeito para colocar as suas poucas roupas ao sol. O quartinho era um pouco úmido, e as roupas sempre ficavam mofadas.

- Oh menina. Vejo que o dragão e suas crias saíram hoje, né? Constance era empregada da casa vizinha, e conhecia a história sofrida de Anastásia.

- Sim. Foram comprar vestidos.... Anastásia arrumava suas roupas no varal.

- Mais vestidos!! Por Deus. Realmente elas não entendem que elas estão falidas!!? Minha pequena, eu realmente não entendo porque continua aqui. A senhora tinha muita pena da jovem.

- Eu não tenho para onde ir. E, essa casa lembra os bons tempos... Com meu pai e mãe... Anastásia suspirou.

- Se meu filho fosse de sua idade, realmente você e eles poderiam se casar e você se livrar deste inferno!! Pena que o Junior tem só seis anos. Constance lamentou.

- Agradeço por isso! Mas eu vou ficar bem. Ah... Espere um momento, já volto!! Anastásia correu para a casa.

- Aqui, leve para o Junior, eu fiz com as madeiras que sobraram da lareira. É um cavalinho. Anastásia era muito habilidosa e podia fazer qualquer coisa com madeira.

- Oh, que gracinha!! Junior irá amar!! Bem, preciso ir Anastásia. Por favor se cuida! Constance deu um beijo na jovem e partiu.