12.

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Erik passou aquele mês inteiro, praticamente dedilhando seu piano, nada o fazia ter alguma inspiração.
Canções antigas e melodias já prontas, era só isso que ele tocava.

- Tio Erik, olha ... Eu quase estou pegando a letra. Nina estava sentada ao lado do homem, e começou a tocar.

Os dedinhos da menina eram hábeis, tinha talento para aquilo.

- Oh... Perfeito minha pequena, já, já estará melhor do que eu. Erik acariciou o topo da cabeça da menina.

- Eu vou ser uma grande pianista, e aí eu vou poder viajar para todo lugar! E titio, você vai ser meu professor. Nina sorria para o homem.

Erik tinha um momento sereno em seu dia que era com Nina, não lembrava de nada, a garota era um grande alívio para sua dor.

- Nina, vamos deixar Erik descansar, olha a hora ... Hora de ir nanar sua bagunceira. Phoebe estava fazendo cócegas na menina.

Erik finalmente tinha ido para seu quarto, tinha refeito a decoração por completo, a antiga lembrava Christine. As paredes em azul celeste e o dossel da cama com delicados entalhes em dourado. Tudo aquilo, era o gosto de sua falecida esposa.

Agora o quarto era escuro, pesadas cortinas na cor bordô, paredes com um tom de cinza e uma cama intimidante, com ferro fundido, forrada com um cetim preto.

" Não seria um lugar adequado para você agora, minha amada. Isso é um covil, de um monstro que sempre fui" Erik tinha arrancado praticamente todo e qualquer traço de cor daquele quarto.

" Seria mais fácil, eu te encontrar aonde você esteja agora" O homem pegou uma faca e cutucou seu pulso.

O sangue jorrava e caia no carpete vermelho, se misturando com o líquido, o homem apenas observava sem reação, a dor que ele deveria sentir, não o machucava. Era agradável ver tudo aquilo.

- Erik... Oh, céus... De novo! Persa tinha esquecido de falar sobre algo, e por sorte chegou na hora daquele fato.

- Não se aproxime, não tente me impedir! Erik balançava a faca de um lado para o outro.

Persa era ágil, não tinha sido um bom homem na adolescência. Tinha uma habilidade em ser furtivo, para conseguir sobreviver nas ruas.

Com um rápido golpe, Persa tirou a faca na mão do amigo, e o imobilizou.

- Certo, seria cômico se não fosse trágico. Eu, conseguindo te render. Antigamente isso, seria impossível. Agora, venha se deite. Persa olhou para o olhou que tinha uma feição de dor.

- Não é engraçado, e nada bonito você não deixar seu amigo partir. Erik estava quase desmaiando.

- Claro, não vou permitir tal ato contra você mesmo! Você não aprende mesmo. Persa tinha rapidamente parado o sangramento.

- Querido... O que... Phoebe tinha ouvido os gritos, colocando a filha para dormir, foi ver o que estava acontecendo.

- Ele tentou de novo se matar, eu realmente não sei como vou ir embora o deixando neste estado. Persa estava angustiado.

- Querido, eu... Nem sei o que dizer. Podemos ficar mais um tempo aqui. A reforma está adiantada, mas não há pressa, eu posso adiar a inauguração do ateliê. Phoebe consolava o homem.

- Não, eu tenho minha vida também, Erik precisa aprender e viver sem Christine. Ele não pode partir deste jeito, ele... É quase meu irmão. Persa estava abraçando a mulher.

- Eu sei, eu sei... Hum... Edmund pode cuidar dele, os outros empregados também. A mulher estava tentando pensar em algo.

- Não, os empregados fogem dele! Você viu que a cozinheira, e as outras senhoras, elas têm um pavor. Edmund também é sempre mal tratado por Erik, que não deixa chegar perto dele. Persa estava sem esperanças.

Phoebe havia pensado em algo, não era muito seguro, talvez seria uma loucura. Mas, poderia dar certo.

- Que tal uma companheira para ele? Digo, uma pessoa que fosse responsável por ele, que cuidasse dele. Phoebe olhou para o marido.

- Está bom!! Erik, com certeza iria aprovar. Brilhante ideia, só que não. Persa estava rindo, com certeza era uma ideia super lúcida.

- O que foi? Ele não vai saber, iremos fazer surpresa, quando formos embora, nós deixamos essa pessoa com ele. Simples... Podemos falar no vilarejo, com certeza alguém aparecerá. A mulher sabia que era um risco, mas era melhor do que nada.

- Certo, o vilarejo inteiro teme o misterioso morador, e sim, perfeito, você quer que alguém tenha a coragem de vir cuidar desse morador? Persa sabia que a mulher queria ajudar, mas aquilo era loucura.

- Não custa tentar. Podemos pagar bem, e seria bom Erik ter alguém, uma companhia. Que o fizesse menos neurótico. Phoebe odiava ver o amigo tão destruído.

- Você cuida disso, mas se não aparecer ninguém durante essas 4 semanas, sinto muito, mas terei que pensar em uma alternativa. Persa finalmente cedeu, não custava tentar.

- Obrigada!! Você verá, vai aparecer alguém. A mulher beijou o marido e se retirou do quarto.

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