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Era o dia que Phoebe e Nina iam embora. Erik não apareceu para se despedir delas, estava em seu quarto, tinha se decidido.

" Um dia perfeito, ninguém iria o parar, não haveria como" Erik estava se vestindo.

Tinha escolhido sua roupa favorita, adorava aquela camisa.

" De fato, ninguém iria me encontrar, e se encontrassem já ia estar em decomposição" Erik olhou seu reflexo no espelho.

Era fácil sair da mansão sem que ninguém o percebesse, tinha esperado que todos estavam distraídos e caminhou até o lago que ficava próximo da mansão.

" Não é um belo lugar para morrer?" Erik observava a paisagem, era tão tranquilo aquele lugar.

Tinha encontrado uma pedra pesada, e com uma corda amarrado em seu pé.

- Christine... Por que as coisas nunca são como a gente sonha? Por que deve que me deixar? O homem sussurrou.

Respirou fundo, e lançou a pedra ao lago, com sorte seria uma morte rápida e eficaz.

Perdido na profunda escuridão, Erik sabia que estava sendo egoísta, deixando amigos tão fiéis para trás, mas aquela dor o remoía todos os dias.

Tinha desmaiado, era questão de minutos, iria partir e encontrar Christine.

Mas algo aconteceu, não estava morrendo, estava apenas desmaiado?

" Erik, o que foi que aconteceu agora?" O homem estava desacordado, mas ainda percebia as coisas.

- Por favor não morra! Uma voz feminina estava desesperada.

Sentia seu peito ser massageado, e seus lábios tocados?

Ao acordar, deu de cara com a jovem. Seu olhar era profundo, estava desesperada e respirava profundamente.

" O que Anastásia está fazendo aqui?" Erik se levantou e caminhou.

- Cuidado! A jovem o agarrou pelo braço.

Essa garota, ela ... Não está com medo de mim? Mesmo sem a máscara?

" Minha camisa favorita!" Erik suspirou.

Caminhou até a mansão com a jovem, que se assustou ao ver que ele sabia seu nome.

Anastásia era uma jovem estranha, e ela o chamou de estranho... Não era um xingamento que ele estava esperando, mas... Não foi tão ruim.

" Se fosse qualquer um, iria me deixar morrer, ao ter que tocar numa criatura tão nojenta como eu" Erik estava pensativo.

- Oh, senhor Destler! O que houve?? Edmund o mordomo correu ao ver o homem entrar encharcado.

- Decidi nadar Edmund... Me deixe em paz... Erik continuou a andar.

Erik se trancou em seu quarto, não poderia mais ficar escondido nas sombras a observar a jovem, agora tinha sido descoberto. Teria que conviver com aquilo.

" Erik, vai ter outras chances para você finalmente ir a encontro de Christine" o homem tirou a roupa e foi para o banheiro.

- Senhorita!! O que houve?? Edmund minutos depois de Erik passar encharcado, viu Anastásia entrar também molhada.

- Oh... Ed, me desculpa... Estou molhando tudo o chão... Ah, eu... Cai no lago. Que desastrada né? Vou subir me enxugar. Anastásia disfarçou e rapidamente subiu para seu quarto.

" Esses dois, se conheceram?" Edmund pensativo olhou a coincidência.

Já Anastásia estava enxugando, seu vestido novo já estava todo molhado, estava brava... Não pode desfrutar do vestido por muito tempo.

" Aqueles olhos verdes, eram ... Tão bonitos... Ele é bonito, tirando aquela parte de seu rosto..." Anastásia estava enxugando os longos cabelos.

" Devo ter batido a cabeça em algum lugar, um homem tão estranho, não é para eu ter esses pensamentos" Anastásia balançou a cabeça.

Já era de tarde, Anastásia tinha descido para ajudar as senhoras na cozinha.

- Anastásia, querida você está bem? A senhora que arrumava os talheres na mesa questionou a jovem.

- Estou sim, eu devo ter me distraído com a paisagem do lago, e aí eu caí..., mas estou bem. Anastásia tentou disfarçar.

A sala de jantar era tão grande, mas agora sem Phoebe ou Nina, Anastásia se sentia tão solitária.

- S... Senhor!! Você irá jantar aqui? A senhora se assustou ao ver Erik em pé na porta da sala de jantar.

- O que? Não posso jantar na minha própria sala de jantar? Em minha casa? Erik falou abruptamente e se sentou na mesa

Anastásia se assustou, era uma surpresa aquilo. O homem nunca deu as caras e agora está a olhando fixamente

- Não é educado falar assim com as pessoas... Anastásia ficou brava ao ver que a senhora correu de medo de Erik.

- Não é educado também ficar encarando as pessoas. Erik retrucou.

O homem estava com uma máscara cobrindo parte do rosto, trajava uma camisa verde escura e tinha penteado o cabelo para trás.

- Desculpa... Anastásia voltou a olhar para o prato.

- Você é muito atrevida mocinha... Erik provocou a jovem.

- Eu?? Mas eu... Pedi desculpas!! Anastásia o olhou séria.

Erik escondeu o riso.

- Sim. Bem, eu acho que não vou poder mais me esconder de você, então decidi que irei andar livremente em minha casa. Erik deu de ombros.

O silêncio tomou conta do ambiente, o jantar foi servido e Anastásia estava nervosa.

" Caramba, eu não sei comer de forma educada, vou acabar aprontando algo" Anastásia olhou os diversos talheres da mesa, por que justo hoje resolveram montar a mesa tão completa?

Erik olhou para a jovem, ela estava pensativa e ponderando seus movimentos.

A jovem finalmente pegou na faca e começou a tentar cortar uma enorme coxa de frango que estava em seu prato.

" Por favor, que não aconteça nada..." Anastásia estava com todo cuidado a cortar, mas com uma força a mais deixou a coxa voar, bem no colo do homem.

- Oh... Eu, eu... Realmente, me desculpa, não foi minha intenção! Anastásia correu e tirou a coxa do colo do homem, e começou a limpar.

" Anastásia, sua desastrada! Tá fazendo o que?!" A jovem percebeu que estava passando dos limites.

- Realmente... Senhorita Anastásia, você não tem modos algum... Erik levantou o olhar para a jovem.

Anastásia estava corada, e tirou a mão do colo do homem rapidamente.

- Desculpa! Eu... Eu... vou comer na cozinha... Anastásia estava vermelha de vergonha.

- Não! Senta-se. Considere hoje uma aula de etiqueta, damas precisam manter as coxas de frango em seus respectivos pratos e não em colos alheiros. Erik achou graça da reação da jovem.

- Não tire sarro de mim, eu já me desculpei. Anastásia cruzou os braços.

- Nem Nina faz tanta birra do que a senhorita. Mas aqui, eu ajudo. Erik pegou a faca e guiou a jovem

Anastásia sentiu um estranho sentimento dentro dela, pareciam borboletas no estômago.

- E assim, senhorita... Você terá um frango cortado e seguro em seu prato. Erik terminou a explicação e voltou a comer.

Anastásia percebeu que o homem não era tão estranho... Era até que era agradável.

- O... Obrigada, Erik. A jovem sussurrou.

O homem só a observou e voltou a comer.

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