Capítulo 32

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Daniel 🃏

Já tem uma semana desde a última vez que falei com a Gabriela e quase um mês desde que ela viajou.

Pelo que eu entendi da Maria a Gabi fez alguma coisa errada na favela do FP e ele tava cobrando ela de sair do RJ, sei lá, algo assim.

Desde que a Maria foi morar com o Victor eu vazei de lá, deixar o casal suavão, né fio?! to morando em um barraco na mesma rua.

Tinha acabado de acordar com alguém batendo na porta, me levantei pra abrir e dei de cara com um dos traficantes do chefe daqui.

LP: coé Delacruz, patrão tá ai, quer ter um papo com tu agora. -disse voltando pra perto da moto e me encarando.

Daniel: pode deixar meu cria, vou só tomar um banho aqui e já subo, firmeza? -ele assentiu e eu fiz sinal de legal com a mão, logo fechando a porta.

Fiz o que disse, tomei banho, escovei os dentes e fui me vestir, logo depois subi pra boca do Senador.

Falei com os vapores que tavam lá na frente cumprimentando todos eles e logo entrei indo pro escritório do chefe.

Daniel: coé Senador. -entrei logo puxando uma das cadeiras na frente dele e me sentei.- manda o papo ai

Senador: então meu cria, as coisas estão boas pra caralho por aqui. -ele diz enquanto bola um- o único problema tava sendo no comando, o TH tava vacilando de mais. Enfim, mandei ele ralar e ti procurando alguém responsa pra assumir a boca que era dele.

Daniel: sim meu chefe, que que eu tenho a ver? -arquiei a sobrancelha e encarei encarei ele que jogava fumaça pro ar.

Senador: quem melhor que o filho do Barão pra cuidar da boca mais movimentada daqui, em? - ele colocou as pernas em cima da mesa e me encarou como de buscasse uma resposta.

Daniel: então tu tá me sugerindo virar chefe da boca? -dei uma risada sínica.- como melhor amigo do Barão você deveria saber que ele sempre disse que não queria nenhum dos filhos dele no mundo do tráfico.

Senador: mas filho de peixe, peixinho é. Delacruz, seu pai foi o dono dessa boca por uma vida inteira, depois da morte dele, quem deveria está aqui era você, não eu. Estou te dando a boca por iniciação, pra você se acostumar, entendeu?

Daniel: você não está errado. Mas eu nunca quis ser do mundo do crime, não é? -me levantei cruzando os braços e encarando ele-

Senador: não vou ter forçar a nada. Me diz, você vai querer ou não?

Daniel: vamo fazer assim, amanhã eu passo aqui e nós resolve isso, fechô?

Senador: você sabe muito bem que eu não posso passar muito tempo aqui. 15h to vazando.

Daniel: antes disso apareço aqui -ele assentiu, fiz um toque com ele e eu saí da boca.

Única pessoa que sabe sobre essas coisas e que pode me aconselha é o Victor, então logo desci em direção ao barraco dele. Ainda são 8h, provavelmente ele não saiu pra trabalhar ainda, pelo menos espero.

Parei a moto na frente do barraco dele e fui até a porta, bati na mesma, depois de uns minutos ele abriu com mo cara de sono, vagabundo tava dormindo mesmo doido.

Daniel: coé, preciso falar contigo - falei entrando na casa dele e indo até a sala.

Victor: bom dia pra você também. Eu to bem e você? A sim, pode entrar -eu revirei os olhos e ele fecho a porta olhando pra mim.- qual foi? Se veio pra comer nem da, Maria ta saindo cedão todo dia pra ir na faculdade e eu acordei agora.

Daniel: relaxa baitola -me sentei no sofá e ele veio vindo na minha direção.- Senador ta ai mano

Victor: toda segunda feira ele ta ai Daniel -antes mesmo que ele falasse alguma coisa eu o interrompi.

Daniel: ele arranjou uma boca pra mim -ele me olhou assustado e eu dei um sorriso falso.- veio com uns papos que eu tinha que virar o dono do morro, uns bagulho doido

Victor: e você aceitou? -ele arregalou os olhos e deu risada- caralho, vai voltar a ser o Delacruz, doidão cheirador de pó?

Daniel: se foder Victor -dei dedo pra ele e dei risada- mas sério, é um dinheiro do caralho mano, vou conseguir altas paradas, depois é só vazar daqui.

Victor: sei não mano, o bagulho é escolha tua filhote -ele se levantou passando a mão no rosto.

Daniel: se liga, eu só vou fazer isso se for contigo mano. Se liga a gente consegue dinheiro na boca e some do Rio, emplaca na música e foda-se

Nós dois sempre sonhamos em cantar ta ligado, o Victor tem um talento absurdo e eu, modesta parte boto pra foder.

A gente ficou conversando uma cota, apontando as partes boas e ruins disso e sei lá ta ligado, não sei de verdade o que fazer.

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