Capítulo 28 - Aquele lugar.

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Leone pediu para que Martins e Miranda ajudassem Rogério e Bernardo a pegar um ladrão, o qual havia roubado duas estudantes. Ela não entendia como um cara a pé tinha corrido para tão longe daqueles dois. Aquilo sim era incompetência. E lá estavam ela e Martins indo ajudar os dois idiotas. Ela até deu risada do amigo revirando os olhos quando receberam o rádio dos dois pedindo reforços. E depois ela mesma revirou os olhos com Leone mandando os dois.

Conforme a viatura seguia, ela percebeu que estavam chegando perto de uma área pouco povoada da cidade. Mais para frente, após um desnível de terra, estaria um braço do rio represado que contornava a cidade. E foi lá que a viatura dos dois bobões estacionou. Estava escuro, mas Miranda viu que eles estavam tirando alguém dos bancos traseiros. Mas porquê não passaram um rádio? Bernardo ficou na frente da viatura, enquanto Rogério descia com o criminoso. Que merda eles estavam fazendo? Miranda sentia suas veias começarem a pegar fogo. Martins estava com o olhar grave.

O que tá acontecendo? ㅡ Ele continuou mudo e estacionou a viatura.

Assim que desceu, Bernardo se aproximou deles com um sorriso pateta, e levantando a mão em cumprimento. Martins se aproximou lentamente, Miranda decidiu descer e ir atrás de Rogério que iluminava o lugar com uma lanterna. Ela pegou a sua para iluminar o caminho. Enquanto andava ela olhou para trás, e viu Martins coçando a cabeça enquanto falava com Bernardo. Mas que diabos era aquelas situação? Em algum momento, Rogério entrou dentro do barranco. Miranda continuou a se aproximar. Seu coração socava sua caixa toráxica. O fluxo sanguíneo era o motor para seus passos apressados. Olhou para trás e lá estavam duas lanternas seguindo em sua direção. Que inferno. Porquê Martins não falou nada e estava todo sério? Ele sabia o que era aquilo? E ele sabia desde quando? Miranda engoliu a saliva que se juntava, conforme ela apertava os dentes. Ela se viu em frente a duas portas enormes, que davam para um corredor infinito em escuridão. Viu que saia luz de uma porta próxima. Aproximou-se.

Cê se acha o machão mesmo, hein? ㅡ Um estalo. ㅡ Vai! Abre o bico! ㅡ A luz da lanterna de Miranda era incapaz de fixar um ponto para iluminar. Assim que ela ficou de frente para a entrada com a porta de metal aberta, precisou se lembrar de como respirar.

Ele estava algemado com as mãos nas costas. Pelo o que dava para deduzir, Rogério tinha o colocado de joelhos. Seu rosto estava vermelho por conta dos tapas. O policial espumava e babava enquanto gritava e batia nele. Após levar um tapa que virou sua cabeça, ele a viu ali parada e seu rosto foi de apatia a um sorriso idiota. Miranda estava frente a frente com Caeu. O policial o levantou pela gola da camiseta. Como se fosse em câmera lenta, Miranda viu o rosto dele se transformar. As sobrancelhas se espremendo na testa, os olhos se apertando, o maxilar se tensionando. Se não fossem as algemas, Rogério teria levado um soco bem encaixado no meio das bochechas oleosas e esburacadas. Ela sabia muito bem disso.

Vamo! Fala! Como cê entrô na casa dela, vagabundo? ㅡ Ar pressurizado escapava das frestas nos dentes de Caeu.

Você sabe, grandão... ㅡ Rogério o soltou no chão. Alessia deu um passo à frente.

Rogério. Eu quero falar com ele, pode tirar as algemas? ㅡ Rogério deu de ombros. ㅡ E você pode deixar ele em pé?

Rogério levantou o homem, e girou a chave das algemas. Assim que um braço soltou, Caeu virou-se preparando o soco. Alessia não sabia como, mas chegou rapidamente até ele, sua mão girou o seu dele, e o imobilizou em uma torção. Mas a mão estava muito frouxa, Caeu puxou o braço, em reflexo, Alessia viu que bateu com o calcanhar no ombro dele. Caeu estava no chão. Seu rosto deu um baque oco com o concreto. Ela o soltou. Viu ele se apoiar em um braço, enquanto a mão torcida e tremulante estava perto da mandíbula. Ele se voltou para Alessia. Seus olhos eram como o de um cão enfurecido, ela podia ver os olhos embebidos em cólera ficando amarelos.

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