Anamnese.

Capítulo 39 - Por ela.

Rian tinha seguido o conselho de Izumi e decidiu chamar Val para conversar. Ele não sabia ao certo o por quê dela não ter sido... Bem, ela, ao responder a mensagem que ele a mandou. na resposta ela não o atacou, nem fingiu desinteresse. Talvez a raiva tenha passado, talvez estivesse tentando melhorar após a morte não apenas de Laísa, como também a de Aline. Ou talvez ela só quisesse ver Rian beijando seus pés. As férias tinha acabado de começar, mas certamente ela já tinha enjoado da rotina.

A casa de Val não era tão grande quanto as dos outros no condomínio. Ela ficava em um desnível bem íngreme, então seus pais decidiram fazer a arquitetura da casa seguir o terreno. A parte de cima era no nível da rua, o que fazia da parte do porão uma espécie de área de convivência para reuniões, churrascos, e festas, principalmente festas. O rapaz apertou a campainha e, depois de minutos, viu Val aparecer na porta. Ela não esboçou sorriso, nem acenou, apenas o olhou fixamente, com uma frieza que ele só via ela fazer quando estava incomodada.

Entra. ㅡ Assim que falou, ela já voltou a sumir nas sombras de sua casa. Rian começou a sentir que perdia o controle das mãos, e sentia seu peito gritar para ele dar meia volta, ele não queria chorar na frente dela, seria patético. Tomou coragem e abriu o portão.

A sala de Val era uma mistura de espelhos e retratos, e o básico de uma sala confortável. Tinha três sofás grandes o suficiente para deitar, uma televisão grande com sistema de som, cortinas blackout e uma mesinha de centro grande o suficiente para colocar várias coisas ou jogar alguns jogos. A única coisa que não tinha naquela sala era a Valentina. Rian decidiu esperar ela aparecer. Mas logo ele percebeu que ela faria ele a seguir. Será que ela tinha ido no quarto? Ou desceu para a área de convivência?

Rian? Vem aqui. ㅡ O som vinha do corredor, onde ficavam os quartos e banheiros.

Onde você tá? ㅡ Ela ficou em silêncio, o que fez ele ir atrás dela no corredor. ㅡ Val? Cadê você?

Aqui, no quarto. ㅡ "Tá, mas qual?", independente disso ele seguiu até onde era mais óbvio. Bingo.

Val estava sentada de lado em sua cama, olhando para a tela do computador. Rian já havia jogado esse jogo. Se quisesse a atenção dela, ele teria que merecer, e por merecer, entende-se que ele tinha que ficar de joelhos, fazendo uma oração para a divindade que era ela. Foi assim durante os dois anos de namoro dos dois, porque seria diferente agora? Então o espetáculo começou.

Seus pais tão em casa?

Não, eles voltam amanhã... Você queria falá alguma coisa, ou...

Val, eu vim aqui porque você é a única pessoa que pode me perdoar. ㅡ Ela não se moveu. ㅡ E-eu... Eu fiz algo terrível com Laísa, ㅡ Os olhos mortos de Val voltara-se para ele. ㅡ E com você... Com vocês duas. ㅡ Ela voltou a olhar para a tela. ㅡ E eu sei que trair é grave, mas eu não apenas te traí, eu traí a confiança que ela tinha em mim. ㅡ Valentina fechou o notebook, e começou a encará-lo, arqueando uma sobrancelha e apertando os lábios um contra o outro. ㅡ Val... Eu e a La não fizemos nada, e-eu, eu forcei a barra. ㅡ A menina se endireitou na cama e o olhou nos olhos.

O que você quer dizer com isso? ㅡ Rian sentiu seu estômago embrulhar, de repente sua boca se encheu de saliva.

E-eu ㅡ Ele com certeza iria vomitar. ㅡ Ugh- ㅡ Ele tampou a boca e saiu correndo para o banheiro mais próximo.

Você bebeu? ㅡ Ele sentia mil pontadas no estômago a cada vez que sua garganta tentava empurrar a comida que não tinha. Os olhos ardiam, conforme a garganta se fechava. Val o observava debruçada na porta. ㅡ Rian? Precisa de água ou alguma coisa? ㅡ Ele levantou o dedo negando.

Eu... É que. ㅡ Ele tinha que dizer isso em voz alta, ela tinha que saber, ela tinha que perdoar Laísa. ㅡ Eu quase... Sabe? Quase forcei a Lá... Quando você viu ela descendo as escadas e foi atrás dela... Eu não sei o que ela pensava, mas certamente ela tava mal por você. ㅡ Val o olhava com um medo gritante no olhar. Rian viu as mãos dela tremendo.