Capítulo 02

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Que dia, meus pés estão me matando e o que eu mais quero nessa sexta a noite é entrar numa banheira quentinha e permanecer o máximo de tempo possível relaxando meu corpo.

Na verdade preciso relaxar meu corpo de outro jeito mas nesse último mês foi difícil conseguir uma noite de folga por conta da exposição de Jacey. Sempre que quero dar uma escapada ele me salva e fica com Sam a noite toda.

Eu sou mãe mas não estou morta, tenho apenas vinte e cinco anos então aproveito ao máximo mas sem abdicar do meu tempo com meu pequeno.

Então nada de namoros ou algo do tipo, sempre procuro homens que querem o mesmo que eu, uma noite quente e nada mais. Pro meu azar não saio com colegas de trabalho por que olha, o que mais tem nessa empresa é homem gato, chega a ser difícil resistir.

Coloco meus fones em uma música para ocupar minha mente e sigo acenando com a cabeça os poucos colegas que passam por mim.

Entro no elevador e abaixo a cabeça perdida ao som de Demi, amo suas letras fortes e impactantes que chegam a alma.

Aperto o botão para o térreo e continuo perdida em pensamentos batucando o dedo na perna. As portas se abrem e outra pessoa entra no recinto mas não me dou o trabalho de ver quem quer que seja.

Ah, mas o dia não podia piorar não é mesmo. A merda do elevador me para do nada. Tento focar toda minha atenção no som em meus ouvidos para esquecer o que ocorre a minha volta mas em menos de dois minutos sou cutucada no braço fazendo com que levantasse a cabeça.

Minha nossa senhora das calcinhas molhadas, que homem é esse?

Alto, por volta dos trinta anos, olhos azuis, cabelos escuros rebeldes caindo em sua testa, ombros largos abaixo da camisa social alinhada, e com certeza tem um corpo de dar inveja por baixo de toda essa roupa.

Saio dos meus desvaneios com sua boca sendo gesticulada. Então me lembro dos fones e os tiros para que ele possa ver que não escutava.

- Oi. - Digo.

- Você está quieta desde que o elevador parou, é maluca? - Diz com sua linda voz máscula, mas reviro os olhos pelo maluca.

- Não sou maluca. - Me distancio e apoio o corpo na parede do elevador. - Você quer que eu pire nesse poucos metros quadrados? Não né, então tenho que manter a mente ocupada.

- Com certeza maluca.

Pronto, bufo e contasto que agora mesmo não consigo voltar a permanecer calma, então me sento no chão mesmo prendendo meus cabelos em um coque bagunçado.

- O que está fazendo? - Indaga.

- Sentando, não viu? - Respondo irônica recebendo um olhar frio dele. - Ficar em pé não adianta, já estamos a uns cinco minutos aqui.

- Já virão nos tirar.

- Mesmo assim, não vou ficar de pé, se fosse você seguia meu exemplo. - O vi analisando a situação e olhando em volta. Bufou mas sentou a minha frente.

Preciso me distrair rápido. Parece que lembrando da minha fala de não surtar o desconhecido gostoso puxa assunto.

- Trabalha aqui? - Assinto. - Nunca te vi. - Ri e ele fica com uma cara de quem não entendeu.

- Sorte a sua de nunca ter me visto, significa que ainda não precisou de ir no RH para assinar sua demissão. - Ele soltou um lindo sorriso de canto assim que falei mas não entendi o motivo.

- Sorte mesmo. O que faz no RH?

- Secretária. - Constato sem desviar do seu olhar que até agora está concentrado nos meus.

- Qual seu nome?

- Hayley. - Digo o vendo se inclinar e me estender sua grande mão.

- David. - Sinto meu corpo se arrepiar, não sei se pela sua voz rouca ao pronunciar seu nome, pelo contato de nossas mãos ou seu olhar no meu.

Volto minha atenção para o celular e enviou uma mensagem para Carol avisando que vou me atrasar, explico por cima a situação e logo recebo uma foto de Sam deitado no sofá enrolado a sua manta e assistindo desenho me fazendo soltar um sorriso apaixonado pelo meu pequeno.

Volto a minha atenção ao meu redor quando dou um pulo assustada com um barulho e uma voz nos chamando.

- Oi. - Grito de volta.

- O técnico já está chegando. - Bufo só de pensar no tempo que ainda ficaremos aqui.

Começo a sentir falta de ar em ficar enclausurada nesse pequeno espaço e desfaço os primeiros botões da minha blusa para receber ar mas em vez disso recebo a atenção de um par de olhos.

- Meu rosto é mais em cima. - Digo segurando o riso mas em vez de desfazer o olhar ele repete o mesmo gesto que o meu desabotoando a camisa deixando um pedaço de seus peitoral exposto.

- Meu rosto é mais em cima. - Filho da mãe, ainda fez de propósito, argh.

- Ha ha, grande piadista você. - Falo irritada.

- Você que começou.

Vou morrer aqui dentro com esse homem gente. Tento a me focar em pensar e olhar em outros lugares que não seja ele se não vou observar além do que precisa.

Barulhos por trás da porta continuam constantes me fazendo crer que estão perto de nos tirar desse pequeno cubículo, mas ainda continuo sentindo seu olhar em mim fazendo meu corpo pegar fogo.

- O que tanto olha? - Pergunto tirando novamente um sorriso de canto.

- Você. - Ergo uma sobrancelha fazendo uma cara do tipo, é sério mesmo. - Já te vi em algum lugar.

- Provavelmente na empresa, já que você também trabalha aqui não é? - Ele assentiu mas continuou a me olhar.

- Você frequenta o Open Life? - Arregalo os olhos por um instante pensando no que responder, puta merda, não acredito que ele já me viu justo lá.

- Como? - Me faço de desintedida.

- Sabia que já tinha te visto em algum lugar. - Eu nego e ele abre ainda mais o sorriso.

Antes de continuarmos o assunto a porta é aberta me livrando dessa maldita conversa. Ele me estende a mão ajudando a me levantar e ficamos muito próximos um do outro assim que sou puxada do chão, estou tão perto a ponto de sentir sua respiração, mas dou um passo atrás.

- Foi um prazer David, adeus. - Quase saio correndo do prédio sem dar oportunidade para sua resposta.

Querido Chefe - Série Poderosos e Irresistíveis 1Onde histórias criam vida. Descubra agora