Capítulo 36

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Quero te fazer um convite.

Foi com essa mensagem que eu acordei pela manhã e ainda não sei do que se trata pois ele não quis me dizer.

Estou a bons minutos testando a paciência de Jacey que veio pegar Samuel pra sair já que não tem aula hoje e ele decidiu passear com o sobrinho para matar o tempo perdido.

- Me conta cupido. - Brinquei e ele revirou os olhos pela enésima vez.

- Para de me chamar assim. - Comecei a rir. Ele e Lucca estão odiando o novo apelido. - E para de ser ansiosa mulher. - Resmungou.

Em poucos minutos ele saiu com meu pequeno e disse que ainda iriam ao cinema hoje. Samuel dobra Jacey pelo dedo mindinho desde sempre e aposto que voltaram com presentes.

Combinei de tomar café com Olívia antes de ir ao trabalho e logo a encontrei já bebericando o que aposto ser cappuccino entupido de açúcar que ela ama.

- Cheguei. - Sentei a sua frente já chamando uma garçonete e pedindo um café. - O que você tem? - Indago.

Olívia é sempre muito pra cima e errado está a pessoa que acha ela somente uma mulher tímida, dentro desse jeitinho tem um mulherão, mas a alguns dias tenho visto ela meio cabisbaixa.

- Não é nada. - Resmunga.

- Fala logo Olívia. - Cruzo os braços e ela suspira.

- Não sei, acho que preciso tomar um rumo na vida sabe. Estava saindo com o enfermeiro que te contei e já ganhei outro pé na bunda. - Sua mãos caem no colo. - É tão errado assim querer ter uma família? Sabe, um marido, crianças rodando pela casa, essas coisas.

- Você pode sonhar Olívia, mas também precisa procurar em outro lugar, talvez a resposta esteja bem na sua frente. - Dou de ombros. - Ou tire um tempo somente pra você mesma, pra se auto conhecer.

- Quer saber, vou é desistir disso e seguir minha vida, seja o que Deus quiser. - Ela suspira não querendo retornar o assunto.

- Dafne.

Praticamente grito ao ver a cabeleira loira e ela dá um pulo de susto mas logo sorri e se aproxima em seu terninho.

- Mulher, quase morro do coração.

- Senta aqui, essa é Olívia. - Indiquei minha amiga. - Essa é Dafne, prima do cara que me ajudou na Open Life.

Daí pra frente a conversa rolou solta com direito a muitas risadas, Dafne é incrível, simpática, sorridente e descobri ser advogada, o que surpreendeu.

●●●

- Bom dia angelo. - Exclamo a Fillipo que por estar concentrado pula com o susto.

- Mio dio. - Suspirou e sorriu. - Bom dia mia Bella.

- Ainda se assusta atoa. - Brinco já entrando na minha sala e dou um pulo de susto. - Puta que pariu.

Seu sorrisinho desabrocha nos lábios, com as pernas cruzadas e apoiado na minha linda mesa como se fosse o dono do mundo, ou do meu mundo, talvez do meu coração.

- Olá amor. - Exclama enquanto me recomponho e fecho a porta atrás de mim indo em sua direção.

- Começou a invadir escritórios agora Connor? - Ele abre as pernas e me aconchego em seu meio. - Ou foram seus cupidos?

- Um homem joga com as armas que tem não é mesmo. - Seus braços circulam minha cintura puxando pra si e apoio as mãos em seu peitoral musculoso recebendo um beijo necessitado nos lábios, cheio de saudade.

- Creio que tenha um convite pra me fazer. - Exclamo circulando seu pescoço e o vejo sorrir.

- Sim, sim. Vamos viajar amanhã? - Diz como se fosse a coisa mais normal.

- Como?

- Vamos pra praia passar o final de semana, nunca fizemos isso, coisas normais de casais. - Dá de ombros.

- E Samuel? - Investigo para saber se vai deixá-lo de escanteio.

- Vem conosco é claro. Vocês são como pague um e leve o outro amor, e eu gosto do conjunto. - Deixa um beijo em minha testa e eu sorrio. - A casa é grande e ele vai gostar, tenho certeza.

- Não sei. - Faço um típico cú doce, quem nunca.

- Vamos, vai ser legal. - Sussurra e deixa um beijo em meu pescoço me fazendo arrepiar.

- Certo.

Murmuro antes de sua boca atacar a minha em um beijo voraz e sua mão boba passear pelo meu corpo, uma delas segura firme em minha nuca enquanto a outra apalpa minha bunda como se fosse a oitava maravilha do mundo.

- Preciso trabalhar. - Sussurro contra sua boca e escuto um murmuro de desagrado.

- Só deixo por que Ben vai me comer vivo se deixar ele sozinho na reunião. - Brinca.

- Por isso que sempre gostei dele. - Sua expressão se fecha em puro descontentamento e eu rio.

- Ainda tento me acostumar com ele te chamando de gatinha. - Bufa.

- Fala sério, depois do quinto fora Ben desisitiu e passou a implicar me chamando assim, depois pra implicar com você e agora é natural. - Dou de ombros.

- Mesmo assim, ainda estou acostumando.

- Tudo bem Connor. - Me separo de suas mãos. - Agora me deixe trabalhar homem. - Dou um último beijo nele e círculo a mesa me sentando em minha cadeira de couro branca.

- Vai lá chefe. - Brinca e dá uma piscadela antes de sair.

Sabe quando você ama muito uma comida e fica muito tempo sem tê-la, mas quando experimenta novamente fica imaginando como é melhor do que se lembrava? É tipo isso que estou sentindo.

Beleza que talvez tenha sido uma péssima analogia, ruim mesmo, porém faz sentido na minha cabeça.

Com nós dois tudo flui naturalmente, parece que estivemos a vida toda juntos, a diferença agora é que todos sabem e já futricaram nossa vida revelando que fui sua secretária, mas quem liga não é mesmo? Por que eu não.

No final da noite chamo Samuel que estava desenhando alguma coisa na mesinha de centro enquanto eu assistia a algum programa desses de reforma mas a mente estava focada em outro lugar.

- Pequeno, vem aqui. - Ele se levanta e senta no meu colo ainda de olho no desenho sob a mesa. - Então filho, o que você acha do David?

Não sei por que mas Sam nunca o chamou de tio como todos os outros.

- Dave é legal. - Desvia o olhar. - Eu gosto dele.

- É mesmo? - Ele concorda. - Que tal viajarmos com ele amanhã pra praia, o que acha? - Ele abre o maior sorriso e sussurra baixinho como se fosse um segredo.

- Eu já sabia mamãe. - Me pega de surpresa e meu menino ri. - Escutei tio Jacey falando hoje.

- Mas o que você acha? - Insisto não aprofundando na história em que ele escutou a conversa, ao menos por enquanto.

- Eu quero. - Então abaixa a cabeça envergonhado. - Mamãe, Dave é seu namorado? - Questiona.

- Se ele fosse você iria gostar? - Indago com outra pergunta.

- Uhum, eu tenho um coleguinha que a mãe dele namora com o novo papai dele. - Engulo em seco e ele me encara. - Mamãe, Dave vai ser meu papai? - Ele me encara com os olhinhos brilhantes e esperançosos.

- Precisamos falar isso com ele não é mesmo? - Ele parece pensar depois da minha reposta vaga.

- É, é mesmo .. mas eu iria gostar.

Querido Chefe - Série Poderosos e Irresistíveis 1Onde histórias criam vida. Descubra agora