Capítulo 09

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- Promete que vai obedecer, vai comer direitinho e vai ligar pra mim. - Digo olhando Sam que está em meu colo ainda de pijama.

- Ta bem mamãe. - Diz sonolento.

- Vai sentir saudade? - Ele assente me abraçando com os pequenos braçinhos.

- Trás um carrinho? - Escuto risadas e me separo dele o deixando no chão analisando seu sorriso crescer.

- Se obedecer eu trago. Combinado?

- Combinado. - Ele estende a mãozinha firme pegando a minha como se firmasse un contrato milionário.

Posso estar muitíssimo enganada mas acho que meu garoto vai trabalhar nesse meio dos negócios.

- Ah, vai logo que vou estragar o garotão do tio. - Jacey agarra Sam e o roda no ar o fazendo gargalhar. - Vamos sair pra ver as gatinhas.

Bato forte em seu ombro o olhando figindo uma irritação.

- Não estraga meu filho. Sam, lembra de não escutar seu tio. - Meu pequeno sorrir engraçado.

- Obrigada por ajudar Abby, qualquer coisa me ligue. - Falo para a senhora de uns cinquenta anos que observa alegre a situação.

- Não tem problema menina, boa viagem. - Ela me surpreende com um abraço que retribuo.

Me despeço de Sam ainda com muita relutância da minha parte e de Jacey.

- Relaxa, sei cuidar dele.

- Eu sei. - O abraço e paro no batente da porta. - Amo vocês.

- Te amo mamãe. - Saio com o coração apertado seguindo meu querido chefe que só obsevava tudo.

Sim, realmente vou viajar com ele. Ainda estava em dúvida, mas Samuel melhorou e ontem confirmei com David que iria, mas deixando claro que Abby ficaria para ajudar Jacey e se ele passasse mal novamente voltaria.

Seguimos em silêncio no caminho ao aeroporto, e continuamos assim até estarmos em nossos assentos. Me aconcheguei pronta para colocar meu fone mas meu companheiro de viagem resolveu quebrar o silêncio.

- Então, agora vai me contar? - Indagou e o olhei de cenho franzido.

- Contar o que mesmo?

- Sobre você. Ainda não entendi tudo.

- E nem precisa entender. - Respondi ríspida mas me arrependi, não tinha necessidade disso. - Foi mal, é a primeira vez que passo mais de um dia longe do Samuel.

David voltou a olhar a frente sem esboçar nenhuma reação. Pronto, já vi que essa viagem vai ser uma merda, mas vou quebrar esse clima que afinal, eu criei.

- Sabe mais sobre mim do que a maioria, mas me fala de você que depois esclareço suas dúvidas. - Tentei e vi seu olhar vacilar.

David começou a analisar minha expressão e estreitei os olhos para o mesmo tentando entender o que se passava em sua cabeça, mas ele sorriu em resposta.

- Ok. - Afirmou. - Meu pai construiu a empresa e eu assumi a uns sete anos atrás depois da faculdade, logo depois Benjamin também veio trabalhar comigo. Marco se aposentou e está viajando, meu pai fala que está aproveitando o resto da sua juventude. - Sorriu ao falar do pai.

- E sua mãe? - Indaguei, mas fiz coisa errada. Ele congelou seu olhar em algum ponto e nenhum sorriso brotava de seus lábios, então fiquei sem graça, voltei meu olhar a janela observando a vista e desviei a atenção para mim.

- Fiquei grávida quando terminava a faculdade, mas .. meus pais abandonaram a filha que seria mãe solteira, não falo com eles a anos.

Continuamos cada um em suas próprias lembranças. Reviver a cena da rejeição dos meus pais doeu muito. Minha sorte que na época já não morava com eles e tinha minhas economias.

- Porra que mulher chata. - Ouvi David resmungar baixinho, mas eu ainda escutei.

- A modelo ainda te procura? -Perguntei curiosa mas sua expressão de surpresa me fez segurar o riso. - O que? Não estamos em horário de trabalho então posso falar. Depois dos gritos e que ela saiu chorando achei que iria acordar.

- Como assim?

- Ah, fala sério David, tem que ser bem burra pra não saber que você não é monogâmico e mais o cara de uma noite só. - Seu sorriso me deixa mais tranquila em falar sobre o assunto.

- E como sabe disso Srta. Hunter?

- Vamos lá. - Virei pra ele me ajeitando na poltrona e o vi repetir o mesmo ato. - Primeiro os boatos correm pela empresa, segundo qualquer um vê que a relação de vocês não passa de sexo, e por último, frequenta o Open Life e tenho certeza que também é sócio.

Seu olhar ainda se mantinha firme ao meu e não desviei assim como ele.

- Primeiro, boatos nem sempre são verdades. Segundo, acertou sobre a Claire. Terceiro, também acertou sobre ser sócio, mas .. - Apoio seu corpo se aproximando e falando mais baixo. - .. pelo visto, você também é sócia.

- Sou. - Fingir pra que se era a verdade.

- E por que? - Indagou curioso.

- Simples chefe. - Zombei. - É um lugar pra encontrar quem quer o mesmo que você, apenas uma transa e nada mais.

David me pareceu surpreso mas não se moveu mantendo seu olhar firme.

- Olha, não esperava por isso.

- E por que não?

- Você pode encontrar um cara descente e não ficar transando com qualquer um .. e além do mais você é ..

- Mãe? - Questionei e o vi assentir me deixando furiosa. - Sou mãe solteira e não estou morta, quem dirá meu corpo e sou mulher que não quer nenhum relacionamento pelo mesmo motivo de ser mãe solteira. - Vocifero voltando atenção a vista. - Realmente vejo quão errada foi essa viagem.

Pousamos em Boston em um silêncio mortal seguindo direto para reuniões, literalmente durante todo o dia, inclusive no almoço, nem nesse minuto tive paz.

Meu chefe resolveu em menos de dois dias se encontrar com metade de Boston.

Minha sorte e que foram clientes variados, de homem que se jogavam em cima de mim, a mulheres que se jogavam em cima do David o que deixou por incrível que pareça nós dois bem irritados, mas teve muitos legais também já outros super sérios e profissionais.

Entro no meu quarto retirando os saltos que estavam me matando durante todo o dia, me jogo na cama e faço uma video chamada para conversar com meu pequeno, ficando muito feliz ao vê-lo sorrindo e dizendo que Abby fez batata frita pra ele, pelo menos meu filho estava alegre e bem cuidado por Abby e Jacey.

Querido Chefe - Série Poderosos e Irresistíveis 1Onde histórias criam vida. Descubra agora