Leiam o capitulo com a musica :D
Boa leitura, e se emocionem ;)
Bjs '3'
***
Pelos corredores andava as pressas não me importando em estar trombando com as pessoas. O arredor não passava de borrões e sons abafados, minha respiração era a unica coisa que conseguia definir, por que meus pensamentos estavam perdidos.
Do lado de fora o som da chuva ficava cada vez mais forte, desorientada em meus próprios sentimentos subi as escadas, passo pelo grande salão onde encontro com os antigos vencedores, a voz de Maxim ecoa meu nome pelo local, o ignoro e continuo meu caminho. Quando avisto a porta de vidro que dava ao campo corro em direção a ela, a empurro com força sentindo o vento forte me acertar com algumas gotículas de chuva junto.
Enquanto ia até os equipamento jogados no chão, meu pés estralavam na lama que ia ficando mais densa em cima do curto gramado, o vento forte golpeava meus cabelos enquanto abaixada jogava os equipamentos a procura de arma e munição, na minha cabeça, disparar armas seria a única maneira de espantar aquele sentimento sufocante que parecia estar me matando a cada segundo. Sinto lagrimas involuntárias escorrerem pelo meu rosto enquanto encaixava a munição na arma grande e pesada. Ao longe já se tinha os alvos, travo o maxilar tentando inspirar fundo. Miro e então começo a atirar.
Os sons do tiros se misturavam com os suspiros do meu choro, as lágrimas se misturavam com as gotas grossas de chuvas que caiam sobre mim e em segundos me deixou encharcada. Meus pensamentos se alternavam na ultima vez em que vi Ana, quando de noite fui até seu quarto com medo do que poderia acontecer no dia seguinte, e se alternava em saber que se tivessem me deixado ir alguns dias antes poderia a ter visto viva, poderia ver seu sorriso aparecer no rosto quando ele me visse viva e como a vencedora do desafio. Recarrego a arma com raiva e volto a atirar, meu corpo se estremecia pelo frio que estava fazendo, mais tento ignorar.
O som de um trovão se mistura com os tiros, abaixo a arma e aperto os olhos fortemente sem controlar os soluços que escapavam. Me abaixo e cubro as mãos com o rosto, como é que eu poderia continuar a fazer isso, a viver como um objeto de ataque para essas pessoas sabendo que meus pais estariam sofrendo por uma perda sozinhos, nesse momento precisávamos ficar juntos, dando apoio uns aos outros, largo a arma quando tenho em mente que isso não iria acontecer. Me levanto ainda com os olhos fechados e tento controlar a respiração ofegante.
—Nara o que esta fazendo aqui? Volta para dentro! – A voz de Christian sobre o som da chuva me faz virar o rosto, seu corpo era golpeado por gotas selvagens de chuva, mas mesmo assim se aproximou parando alguns metro de distancia, cerro o maxilar e desvio o olhar sabendo que logo ele perceberia meus olhos inchados. – O que aconteceu? – Pergunta com a voz preocupada. Ignoro sua pergunta pegando a arma do chão e voltando a atirar. – Nara, o que aconteceu? – Ele pergunta se aproximando e encostando em meu ombro. Paro de atirar e me viro para ele.
Seus cabelos cobriam parte de sua testa com o peso da água em que das pontas pingavam em seu rosto, sua roupa assim como a minha estava encharcada, seu olhar com a testa franzida esperava que começasse a explicar.
—Nada, não aconteceu nada. – Falo tentando manter a voz firme.
—Sei que aconteceu.
—Você não tem nada haver com isso. – Falo sentindo a voz fraquejar.
—Eu estou preocupado com você. – Fala, fecho os olhos colocando a mão na testa encanto mordo o lábio tentando me segurar para não voltar a chorar desesperadamente.
—Não aconteceu nada Christian. – Dizer isso não adiantou, minha voz falha e uma lagrima escapa, sinto meu sangue ferver mais uma vez. – Só... Me deixa sozinha. – Falo virando de costas e pegando a arma, ele segura em meu pulso fazendo virar para ele mais uma vez. Em um movimento delicado ele tira a arma de minhas mãos a jogando de lado.
—Fala. – Ele diz segurando ainda em meu pulso, olho para sua mão e depois olho para seu rosto.
—Por que se preocupa tanto comigo? – Começo a falar sem pensar. – Será que não percebe que isso prejudica nós dois.
—Não prejudica.
—Sim, prejudica sim. Por que eu preciso de você, e você acha que precisa de mim. – Minha voz falha mais uma vez. – As vezes eu penso, que você se importa comigo de verdade.
—Mas eu me importo com você de verdade...
—Não é Christian. – O interrompo.
—Você nunca me deixa falar. – Ele fala em seguida. – Você precisa parar de pensar assim, acha que eu também não tenho duvidas do que sinto? – Não respondo, apenas continuo observando sua fala sentindo meu corpo começar a tremer de frio. – Não tenho certeza do que seja, mas ver você assim... Me machuca também, então por favor, me fala o que aconteceu.
Tento relaxar os ombros que estavam tensos, olho para baixo e nego com a cabeça, parecia ser dolorido as palavras saírem de minha boca, dizer que Ana tinha morrido. A mão de Christian levanta meu queixo, olho em seus olhos e inspiro tentando tomar coragem para falar.
—Eu... – Começo com a voz fraca. – Fui na minha Cidade. – Falo tentando manter a calma. – E eu vi minha família, meus pais estavam lá. – Minha garganta parece tampar. – Só que... – Meu olhos embaçam mais uma vez me fazendo apertar os lábios. – Só que ela, não estava lá. – Solto com a voz fraca. – Ana não estava, por que... – Christian com a testa franzida aos poucos ia entendo. - Por que ela, morreu. Ela morreu Christian. – Falo com as lagrimas caindo mais ainda, Christian desfaz o franzido da testa substituindo a expressão por surpresa. – Sabe o que é o pior de tudo isso? – Pergunto mais para mim mesma. – É que ,se eles tivessem me deixado ir. – Sinto meu sangue voltar a ferver. – Se tivessem deixado ir vê-los, eu poderia ter a visto mais uma vez! – Meu tom de voz altera e grito apontando para o vidro escuro. – Se eu tivesse ido duas semana atrás a teria visto viva, ela me veria mais uma vez sabendo que consegui sobreviver ao desafio! Mas ela morreu presa em uma cama, isso parece muito pior não acha?! – Minhas mãos tremem enquanto com a voz falha gritava ecoando por todo o campo. – Eles sabiam o que tinha acontecido, mas esconderam de mim! Isso que da ódio! Esta me sufocando por dentro e eu não consigo... – Gesticulava com as mãos. Christian em um movimento me puxa para si me envolvendo com os braços.
Com o rosto próximo ao seu peito pude escutar seu coração bater, receosa envolvo meu braço em suas costas. Em seus braços, podendo me sentir um pouco mais segura, deixei que toda a dor se transformasse em choro deixando sair de mim livremente mais de um jeito doloroso. Em meio aos soluços, sentia a água caindo sobre nós dois.
—Eu poderia ter a visto mais uma vez. – Falo baixinho.
—Vai ficar tudo bem. – Christian diz depois de alguns segundos. – Não posso dizer que a dor amanha já vai estar melhor, mais com o tempo, vai ficar mais fácil suportar.
Sem dizer nada, apenas suspiro, saber que Christian estava lá, não me fazia se sentir tão sozinha, por que sabia que de qualquer forma ele viria atrás de mim quando percebesse, que eu precisava de alguém em quem confiar.
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Free Fire A Garena
Science Fiction(Completo) -A verdade por trás da Vitoria.- O Desafio da Garena começou com 60 pessoas, de acordo com as regras existiria apenas 1 sobrevivente. Nara, seria o nome desse único sobrevivente porém, desafiando seus superiores levou consigo três outro...