Capítulo 1- A Garena

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   Dentro daquela sala totalmente branca, sentada em um banco, curvada com os braços apoiados no joelho, me questionava se tinha feito a escolha certa.

   Ao meu lado estava Christian, pernas inquietas em um tique de nervoso. Spencer logo depois, olhava para baixo confuso e preso em seus próprios pensamentos, Lidja estava do outro lado da sala, apoiada sobre uma mesa retangular não diferente de nós três, também presa em seus pensamentos.

   Tínhamos acabado de sair de Arena, mais me sentia suja como se ainda estivesse lá dentro, o cheiro que as arvores tinham ainda estava gravado em minha mente, o peso de lama sobre meus pés depois de uma tempestade ainda incomodava, a sensação de sangues nas mãos estava evidente, não só em mim.

   Estava já a alguns longos e inquietos minutos dentro da sala branca onde nos trancaram assim que saímos de lá guiados por dois guardas não identificados. Suspiro fundo tentando acalmar os nervos, não sabia onde estava e isso me incomodava. Levantamos todos o olhar para a porta em que estávamos próximos em um movimento de reflexo e susto.

   Na porta tinha um guarda, com a mesma roupa já possível reconhecer ser de um. Tinha junto a ele uma arma preta e diferente das que já tinha visto a minha frente.

       —Nara Shepley. – Ele diz com a voz abafada dentro de seu capacete. Me levanto lentamente. – Me acompanhe. – Ele diz dando um passo ao lado para dar passagem.

   Olho para ele por alguns instantes em duvida se o obedecia, dou um passo a frente e sinto uma mão segurar em meu pulso. Olho para trás onde Christian me olhava com um olhar aflito, lentamente e em um movimento quase impossível de se notar ele nega com a cabeça. Olho para ele e depois para o guarda, não estava em uma boa posição para se negar o que me pediram.

       —Vou ficar bem. – Falo em um sussurro para ele e também para Spencer ao seu lado.

   Lentamente tiro meu pulso de suas mãos e passo pela porta de metal que é fechada logo em seguida. Antes de o guarda me guiar por aquele corredor desconhecido, olho por alguns poucos segundos pela tela transparente que a porta tinha podendo ver para dentro da sala onde Christian e os outros se levantaram a tempo ainda de me ver sendo levada pelo guarda.

   A dois passos tinha um outro igualmente ao que estava atrás de mim, ele se pôs a minha frente dificultando um pouco minha visão antecipada do que tinha na direção que era guiada, pisava em um chão de cimento antigo, o som no corredor não era nada a mais do que o passos pesados e sincronizados dos guardas que acabava incentivando meus passos a serem igual ao deles. As paredes ao lado eram da cor cinza com canos e interruptores grandes que me perguntava para o que servia. Nossos passos mudaram para subir em uma escada preta de metal em formato de zig zag.

   A escada levava para o andar de cima onde se tinha um salão largo com piso escuro e colunas escuras altas, entrando no salão automaticamente sinto o peso de ser observada por muitos olhares, todas as poucas pessoas que circulavam pelo local pararam e observaram quando passava por eles, em um canto onde se tinha mesas pude ver um grupo de jovens que pararam de rir ao meu olhar cruzar com os que ali estavam, sete garotas e quatro garotos, nenhum deles se intimidaram com meu olhar confiante, e muito menos eu com todo eles.

   Subimos uma escada que estava coberta por um tapete verde musgo que se estende por um longo caminho até se findar parando também com nossos passos apressados.

       —Entra. — O que estava a minha frente diz se virando.

   Olho receosa para o lado onde se tinha uma porta grande de madeira refinada e de boa qualidade, encaro para os guardas que se puseram em posição, engulo em seco com receio do que ou quem poderia estar me esperando. Umedeço os lábios e então tomo coragem empurrando e passando pela porta pesada.

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