Já estávamos dentro da casa a bastante tempo, comemos as rações e tentamos nos manter aquecidos nos encolhendo próximos uns aos outros. Estive com os pensamentos tão turbulentos e confusos que pouco notava o frio, mesmo minhas mãos estando geladas, alguma vez senti meus lábios e meu corpo estremecer, mais não tinha muito o que fazer. Com os olhos focados na parede enquanto Sam com o cabeça encostada em meus ombros descansava, estava pensando nos motivos pelo qual estava vendo coisas, sabia que boa parte disso era a culpa mas outra explicação me chegou em mente.
E se eu ainda estivesse sobre o efeito do gás branco? Aquilo poderia explicar tudo, estar vendo Alvaro, escutando coisas, o gás fez isso quando fui exposta a ele, talvez tenha ficado tempo o suficiente para ele me afetar por dentro, ele estava no meu organismo.
—Esta tudo bem? – Maxim pergunta na parede ao lado , seu rosto estava mais branco ainda pelo frio, o que combinava com a cor de seu cabelos, seus lábios estavam menos rosados.
—Por que a pergunta? – Tento parecer tranquila embora minha cabeça estivesse quase explodindo. Ele fica um tempo sem responder, tendo a oportunidade tento trocar de assunto. – Você sabia para o que servia? – Aponto com a cabeça para a bolsa com as paredes de neve.
—Na verdade Não... Tivemos sorte, se não acontecesse aquilo teríamos levado o tiro.
—Ótimo Maxim, não foi sorte. Você sabe o que faz. Todos nós sabemos... É estranho mais bom a forma como, como nos sentimos na hora que agimos como...
—Distopicos. – Ele acrescenta. Olho para seus olhos e concordo com a cabeça. Ele conseguia me entender.
Era bom mas se parace para entender tudo o que fiz quando sentia essa sensação, era terrível.
—Quero acabar com eles Maxim. – Falo alto aquilo que me veio na cabeça quando lembro da Garena. – Eu quero, que paguem. – Sinto ficar irritada.
—Vamos fazer isso. Mas, precisamos dar um jeito de sair daqui primeiro. Precisamos achar os outros, e então saímos. – Concordo.
—Eu quero acabar com eles, mas... Tenho medo de que querer isso, acabe comigo primeiro. – Falo alguns minutos depois.
Aquilo era verdade, sentia tanta vontade de acabar com eles, matar eles que em um segundo me pergunto no que eu estava me tornando. Como tinha chegado aquele ponto, sentia que estava ficando cada vez pior. Me senti mal pelo que fiz não iria adiantar nada, mesmo que forçasse a sentir algum remorso que para mim parecia inexistente.
Mas ao mesmo tempo, penso em como seria um alivio para mim e para muitos outros quando eles não existissem mais, não teríamos medos, poderíamos mudar as coisas, sem que mais outras precisassem morrer. Acabar com isso seria o meu objetivo quando saísse daqui, para assim não precisar voltar. Mesmo sabendo que isso custaria minha própria sanidade.
[...]
Maxim com a cabeça encostada na parede dormia de um jeito engraçado, em um lento movimento me aproximo arrumando sua cabeça que parecia estar de um jeito desconfortável, o rosto de Maxim estava gelado assim como o meu, rio um pouco ao vê-lo dormindo, me afasto e volto para a mesma posição.
Volto meus pensamentos a Christian. Uma fraca força de sentimentos por ele voltam a tona, enrugo a testa quando me dou conta da vida que nos tínhamos, lembro de seu sorriso e por um segundo tenho medo de perde-lo, percebo isso me deixar vulnerável. Penso em como seria se em um momento eu tivesse a oportunidade de acabar com Abbey mas ao mesmo tempo Christian estivesse precisando de mim, me pergunto se me arriscaria a perder o cara que me fez sorrir e me acolheu quando não tinha mais ninguém para assim livrar a todos de uma vida indesejada, se escolhesse a segunda opção, eu mesma não teria a vida a qual queria. Eu não terei capacidade de proteger a mim, aos outros que não merecem ir para a Arena, e a Christian quem eu teria mais medo de não conseguir proteger.
Era tudo muito confuso e me senti prestes a chorar, não queria isso. Na vida que eu tinha, no mundo em que nós dois vivíamos, talvez não pudéssemos ter um ao outro. E, bom, tinha certeza que não merecia o carinho e atenção dele.
Alguns minutos depois me levanto, do lado de fora ainda nevava mais parecia estar diminuindo, depois de um longo tempo observando da janela, acordo Maxim e Sam quando a Neve para de cair e os matinhos verdes voltam a aparecer no chão.
Do lado conseguia se notar o gás verde vindo aos poucos se aproximando, andamos em direção contrario a ele, encontramos mais casas mas não entramos, tínhamos a intenção de andarmos o máximo possível, Maxim dizia que assim teríamos mais chance de encontrar com o grupo, não podendo dizer que não queria encontra-los apenas concordo.
Em vários ponto a Neve estava começando a se acumular em possas de água.
—O que é aquilo? – Sam pergunta apontando para o nosso lado esquerdo onde tinha algo no chão. Dou de ombros mas desvio do caminho passando por Maxim e indo até a direção.
Não precisei de muito para entender que era um corpo, próximo a ele tinha, outro, dando mais alguns passos próximo a uma casa de madeira encontro outro, não achei estranho encontrar os corpos, o que me chamou a atenção foi que todos os caídos tinham números em seus uniformes que eram diferentes dos que estava vestindo, todos tinham estampado no lado esquerdo do peito o numero 17.
Maxim percebendo isso me lança um olhar desconfiado, viro o rosto em direção a casa de madeira ao escutar um som abafado, algo como um choro. Seguro a arma em mãos e em passos lentos vou até a porta. Vejo um garoto, cabelos claros e cacheados, ele olhava para o outro lado da casa onde tinha outro corpo, ele estava em choque, não tinha percebido minha chegada.
—Ei – Falo erguendo a arma em sua direção. Ele se assusta se levantando.
Seus olhos estavam vermelhos, em sua mãos tinha um revolver, e ao lado esquerdo de seu peito, o numero 17.
—Por favor não me mate. – Diz conseguindo manter firmeza em sua voz. – Se não tudo terá sido em vão.
—O que será em vão? – Dou um passo a frente.
-O que eu fiz, não conseguiremos se não estivermos completos. – Ele engole em seco. – Precisamos estar em sequencia...
—Que sequencia?
—Precisamos estar em sequencia, apenas um. 17,18,19. – Ele faz uma careta mas então tenta se recompor. – Eu não queria, mas precisamos, é apenas um da sequencia! – Destravo o arma tirando a conclusão que ele estivesse louco. – Não! – Grita. – Você não pode, não pode, a sequencia precisa se completar, apenas um de cada! – Repete desesperado. – Só precisamos fazer isso, e depois... Depois sairemos.
—Depois sairemos? – Repito.
—Sim. Apenas um de Cada, preciso encontra os outros dois, a sequencia estando completa, nós estamos livres.
—Livres. – Repito mais uma vez desconfiada de tudo aquilo, olho para Maxim – Como?
—Eu explicarei a vocês, mas não podem me matar, por favor. – Ele quase implora.
—Tudo bem. Explique para nós.
***
Epa epa...
Existe uma maneira de sari da Arena?!?
Como assim??
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Free Fire A Garena
Science Fiction(Completo) -A verdade por trás da Vitoria.- O Desafio da Garena começou com 60 pessoas, de acordo com as regras existiria apenas 1 sobrevivente. Nara, seria o nome desse único sobrevivente porém, desafiando seus superiores levou consigo três outro...