Decidi que precisava de um descanso, a garota chamada Sam, estava sentada do outro lado do espaço em que escolhemos para descaçar, estava apoiada a uma arvore com as pernas cruzadas olhando para o revolver que tinha em mãos, seus cabelos eram tão alaranjados que com o contato da luz amarelada da Arena os deixavam quase vermelhos, era volumoso, e acabavam encobrindo seu rosto fino.
Uma hora ou outra se assustava sem nenhum motivo, algo em mim acaba despertando me fazendo sentir pena, ao pensar que talvez ela tenha vido coisas ruins de mais. Ela estava na mesma situação que eu na primeira Arena, não estava acostumada em matar ou então em ver isso acontecer. Ela disse que não tinha conseguido proteger os menores, talvez se sinta culpada por isso. Me pergunto se eles eram família, ou então da mesma cidade.
—De onde você é? – Pergunto com a voz um pouco alta por estamos distantes uma da outra. Ela continua examinando o revolver. – Aqueles, os outros... Eram do seu País?... – Ela parecia não querer papo. – Por que mandaram crianças para cá?
—Se eu soubesse o por que estou aqui, teria tentado impedir que isso acontecesse sempre. – Ela fala parecendo irritada. – Rummo, venho de um lugar chamado Rummo. Estou aqui, por causa da droga de um sorteio. – Ela diz ficando mais irritada. – Meu País é dividido em dois lados. A cada Desafio, um dos lados tem que sortear seis jovens com a idade abaixo de vinte anos para competir. Se vencermos, o país assim terá a autoridade entre os dois lados, se perdemos a liderança não se altera. Embora eu ache, que não existira mais nada, já que estão mandando todos para morrer.
—Você é a única que sobrou...
—É a mesma coisa de estar morta. – Fala. – A regra é que sobrevivam até a final, três dos seis sorteados. Não posso vencer sozinha. – Ela olha para mim com os olhos tristes, com magoas mas ao mesmo tempo com raiva. – E Você? – Pergunta depois de suspirar. – Como isso funciona no seu País?
Olho para baixo por alguns segundos, enquanto lembrava o verdadeiro motivo de estarmos lá.
—Eles nos fizeram acreditar, que se versemos, teríamos uma vida tranquila, com o necessário. Somos divididos em 6 cidades. Cada uma tem sua própria função dentro do Pais... Como por exemplo a cidade 3 – Sam parecia interessada. – Eles são treinados e se tornam os policias de BrocklinHill.
—E você é da Cidade 3?
—Não, na verdade sou da parte mais pobre do pais, a cidade 6, a mais inferior. Não temos muito o que fazer para conseguirmos comida, não temos nenhuma função, só, estamos lá.
—O que quis dizer com, Nos fizeram acreditar?
—Aquele grupo, que estava comigo, são antigos vencedores de Jogos passados.
—Jogos passados? – Ela arregala os olhos. Concordo com a cabeça.
—No meu país. Existe outra Arena, para competirem os jovens de cada Cidade, uns contra os outros. Até que sobre somente um vencedor. – Ela abre a boca e meio que aponta para mim. – Eu fui a vencedora do ultimo Jogo. Meio que isso.
—E com razão, você é muito boa.
—Na verdade, não fiz isso sozinha. Tive a ajuda de algumas pessoas, em troca eu os tirei vivos de lá.
—Mas como? Somente um poderia vencer, você mesma acabou de dizer. – Ela se questiona. Rio pelo Nariz.
—Por que o verdadeiro motivo do Jogo era outro, e eu consegui dar a volta por cima disso. – Ela enruga a testa. – Somos chamados de Distópicos, por que sabemos sobreviver em uma Arena, pensamos diferente. Existe um teste, que mostra o quão distópicos somos. Alguns são 40% distópico, outros são 60%. E eu sou...100%.
—Caramba, então isso quer dizer que você é muito, muito distópica. – Ela dizia gesticulando com as mãos, acabo rindo um pouco com sua reação, de repente aquele seu jeito de garota desconfiada sumiu, e isso acabou de alguma maneira me confortando. – Por isso venceu. – Concordo com a cabeça. – Mas... Por que esta aqui de novo?
—Eles sabem, do que eu e os outros somos capazes, sabem o quanto somos diferentes, mais ainda assim querem descobrir quem é o mais forte, quem entre todos os vencedores, ganhará mais uma vez.
—É algum tipo de estudo não é? – Ela abaixa os ombros parecendo se entristecer. Concordo lentamente com a cabeça.
—Mais sabe. Foi um erro ter nos posto todos juntos em uma Arena. – Falo com um ar misterioso. Ela enruga a testa, levanto minha sobrancelhas, e então ela aos poucos entende o que eu queria dizer. – E... Fico me perguntando quanto é a sua porcentagem. – Falo pensativa. – Você é corajosa, talvez seja tão diferente quanto eu.
—Acho que não. – Ela enruga o nariz. – Não conseguiria fazer as coisas que você faz.
—Não deveria duvidar de si mesma. Pode acabar se surpreendendo. – Ela da de ombros. – Posso te ensinar algumas coisas se quiser.
—Impossível, e desnecessário. – Ela aponta. – Não irei conseguir sair daqui. – Ela de repente parece ficar desconfiada mais uma vez.
—Posso te ajudar, consigo tirar você daqui. – Ela da um passo a frente.
—Esta tentando me enganar? – Olho para o revolver que tinha em mãos.
—Não estou...
—Esta sim. – Ela me olha com desprezo. Nego com a cabeça e dou um passo a frente a fazendo recuar. – Por que? Por que simplesmente quer me ajudar? – Ela levanta as sobrancelhas enquanto gesticulava com as mãos. – Por que quer ser boazinha comigo, Poupar a minha vida, enquanto com os outros você os matou sem ao menos vissem seu rosto?
—Não sei, acho que... – Paro para pensar o porque. Não tinha entendido ainda. Talvez fosse pelo fato de ela ser uma criança e eu achar injusto ela estar lá. – Por que você não merece... – Tentava achar as palavras certas para explicar algo que eu mal sabia. – O que precisa saber é que não vou machucar você, e deveria se satisfazer em saber que me importo com sua vida.
—Quanta gentileza. – Ela abana os braços. Sam espantou seu jeito tranquilo de alguns minutos atrás, agora estava desconfiada, não queria se sentir vulnerável ou abaixar a guarda. Não conseguia confiar.
—Tudo bem então. – Me levanto. – Nos separamos a partir daqui, apesar que...
—Não precisa ir. – Ela fala ainda sentada e olhando para baixo. – Só não consigo confiar.
Suspiro e me sento mais uma vez.
—Estamos na mesma situação Sam. – Falo. – Fomos deixadas pelos nossos parceiros de jogo, mais o jogo continua, não tem muito o que fazer.
Desvio minha atenção para o falso céu acima de nossas cabeças. Estava mais amarelado, e se prestasse a atenção podia sentir o ar quente em volta do meu corpo, pisco algumas vezes ainda olhando para o mesmo ponto, pisco outra vez sentindo meus olhos ficarem pesados, minha visão embaça e tento espantar o cansaço que de repente me invade. Quando me dou conta, estava me rendendo ao sono, e deixei que meus olhos fechassem, pelo menos por alguns segundos, era o que eu pensava.
***
Mann, esse capitulo era ótimo para deixar um suspense sabe, postar o próximo só na próxima semana...kkkkkk.
Mas, como prometido vou postar mais um hoje ;)
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Free Fire A Garena
Science Fiction(Completo) -A verdade por trás da Vitoria.- O Desafio da Garena começou com 60 pessoas, de acordo com as regras existiria apenas 1 sobrevivente. Nara, seria o nome desse único sobrevivente porém, desafiando seus superiores levou consigo três outro...