Capítulo 09

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— Vovó está aprontando alguma... — Anahí olhou para a foto que a velha senhora lhe enviara por celular e suspirou.

Alfonso soltou uma risadinha.

— E quando é que ela não está aprontando? Quase sinto pena de Christopher.

Ao perceber o olhar irritado de Anahí, ele ergueu as mãos, como se estivesse se rendendo.

— Calma aí, tigresa! Só estou dizendo que vovó pode ser implacável. Quer dizer, ela está hospedada na casa de Christopher.

— Ela também o demitiu.

— O quê!? — exclamou Alfonso. — Da Uckermann Enterprises? Ela pode fazer isso?

— Parece que sim. — Anahí deu de ombros e mostrou a foto para Alfonso. — Ela também está inclinada a bancar o cupido.

Alfonso pegou o telefone e caiu na risada.

— É Dulce?

— Sim.

— Vestida de noiva.

— Isso.

— E Christopher está atrás dela... olhando?

— Babando — corrigiu a noiva. — Ele está babando.

— Não dá nem para ver o rosto dele, Anahí.

— Verdade. — Anahí pegou o celular da mão do noivo, mas virou o visor novamente para ele, como se para fazê-lo ver com mais clareza. — Mas está com essa pose de He-Man.

— O quê?

— Você sabe. — Ela o cutucou. — He-Man.

— Você está falando a minha língua?

Com um suspiro dramático, Anahí pôs as mãos nos quadris e imitou a pose de Christopher para Alfonso.

— Entendeu? Os caras só fazem essa pose quando estão se exibindo, dando uma de He-Man. Ocupam o máximo de espaço possível, tentando parecer maiores e mais protetores.

Alguém buzinou, mexendo com Anahí. Ela revirou os olhos, irritada, e olhou de relance para o carro, que estava cheio de gente. Quando se virou, procurando Alfonso, ele estava com as mãos no quadril e as pernas abertas.

— E isto prova meu ponto. — Ela apontou para o noivo e riu.

— Droga. — Alfonso fez careta. — Isso não prova nada, e, sejamos sinceros: se Christopher quisesse sair com Dulce, já teria feito isso há anos. Ela não é uma desconhecida, praticamente cresceu com a gente.

Homens. Anahí jogou a cabeça para trás e riu.

— Certo. Você e eu também crescemos juntos, mas acabamos de retomar contato e agora vamos nos casar. Crescer junto não quer dizer nada.

— Viemos correr ou fofocar sobre meu irmão? — Alfonso deu um tapa na bunda da noiva e a ultrapassou.

— Pode me lembrar de por que eu pensei que fazer esse programa de exercícios militares para o casamento fosse uma boa ideia?

— Estava em uma dessas revistas idiotas que você tem acumulado como se fosse um esquilo juntando nozes. Eu reparei na barriga de tanquinho da garota e você me deixou com o braço roxo... Obrigado, aliás... Depois disse que queria ficar mais gostosa para o casamento. Por isso estamos correndo oito quilômetros, e agora eu estou sonhando com um bom banho quente...

Anahí o alcançou.

— Ah, está certo. E não é minha culpa se você fica roxo com tanta facilidade. Parece um pêssego.

— Querida, você sabe que não me importo com esses machucados... — Ele mordeu os lábios e parou de correr, puxando Anahí para seus braços. — Eu amo você.

Anahí fez cara feia.

— Mas o que vamos fazer em relação à vovó?

— Mulheres são estranhas. Estou falando em morder cada centímetro do seu corpo e você quer falar sobre a minha avó. Sério?

— Alfonso.

— Anahí. — Ele mordiscou o lábio inferior da noiva e depois a beijou no nariz. — Vamos vencê-la em seu próprio jogo. Se ela quer bancar o cupido, nós faremos o mesmo.

— Está dizendo que também deveríamos tentar arranjar alguém para Christopher? E ver quem ganha?

— Isso mesmo.

— Gostei da ideia. — Anahí pôs os braços ao redor do pescoço de Alfonso. — Afinal de contas, sabemos o que é melhor para ele.

— O seminário religioso?

Anahí bufou.

— É bem provável. Mas, de qualquer forma, podemos convidar algumas garotas solteiras para o nosso casamento. Garotas que realmente combinariam com Christopher.

— Um desafio. Nós contra vovó. Se ganharmos, ela paga a lua de mel. Se ela ganhar...

— Pode cantar no casamento. — Anahí suspirou.

— Não! — Alfonso encostou a testa na de Anahí. — Não sou tão maluco assim. Prefiro dar um barco de presente à vovó, ou então pagar aquelas aulas de stripper que ela faz toda semana.

— Cantar é o que ela quer.

— Ela também quer comprar um tigre, como fez o Mike Tyson. O fato de vovó querer alguma coisa não significa que sejamos obrigados a atender a todos os seus desejos.

— Alfonso. — Anahí beijou os lábios do noivo com suavidade. — Não há nada com que se preocupar. Ela não vai ganhar.

Resmungando, Alfonso a beijou na testa.

— Está certo, mas se vovó ganhar e acabar com um microfone nas mãos, a culpa será sua. Agora, vamos terminar a corrida e tomar um banho juntos.

— Primeiro, você vai ter que me pegar! — gritou Anahí, passando depressa por ele.

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