Capítulo 66

857 54 1
                                    

- Ostras - disse vovó, assentindo. – Coma mais ostras, isso faz o sangue ir para os lugares certos. Esses soldadinhos estarão prontos para a guerra!

- Ah, a guerra! – comentou Christopher. - Quem me dera!- Vovó olhou para ele de cara feia, então voltou a atenção para Anahí.

- Querida... Tem alguma pergunta para sua avó?- Alfonso ergueu uma das mãos, assim como Christopher. Ignorando-os, vovó deu tapinhas na mão de Anahí. - Sei que pode parecer terrível, mas faça isso. E faça isso pela sua avó. Vá para aquele quarto e pense que está fazendo isso pela vovó.

- Não. - Alfonso sacudiu a cabeça. - Por favor, não precisamos dessa imagem mental. Eu imploro...

- Preciso de bisnetos. - Vovó deu de ombros.- Agora, não vão me decepcionar! - Suspirando, ela pegou a bolsa. – Isto deve ajudar.

- O que é isso? - Alfonso apontou para o enorme colar que vovó colocava no pescoço de Anahí.

- Contas da fertilidade - explicou vovó, dando de ombros, como se todos deveriam saber

- Maravilhoso! - Murmurou Christopher.

- Você é o próximo - murmurou Alfonso, então passou o braço ao redor de Anahí. - Acho melhor a gente ir, hã...

- Brincar de batalha-naval com os soldados? - perguntou Anahí, brincando. Ele sorriu.

- Vou afundar esse seu navio.

- Hum, vamos ver se eu deixo - completou ela. Vovó deu uma cotovelada nas costelas de Christopher.

- O que eu falei? Essas contas funcionam que são uma maravilha! Olhe só para esses dois. - Anahí ignorou vovó e entrou no carro.

- Obrigada, pelo... hā... conselho?

- Não há de quê! – Vovó acenou. - E se tiver algum... problema, basta ligar para a vovó, está bem?

- Nunca. - Alfonso ligou o carro.

- O que você disse? - Vovó colocou uma das mãos em concha na orelha.

- Amo você! – gritou ele, então arrancou para longe do estacionamento. Anahí estendeu o braço e segurou a mão dele.

- Pronto para brincar?

- Claro. – Ele riu. - Passei a vida inteira esperando por isso.

Christopher observava enquanto Dulce pegava uma taça de vinho e vinha até ele na varanda de trás. Maite e Já tinham ido dar uma volta perto do rio. Ideia de vovó, não deles. Mas os dois aceitaram, para deixá-la feliz, como fazia a maioria das pessoas, e disseram que voltariam mais tarde para planejar o café da manhã do dia seguinte.

- Então. - Christopher bateu a taça na de Dulce. - Onde vamos passar a lua de mel? Quer dizer, você teoricamente foi demitida, então podemos passar o mês inteiro fora, se quiser. -Dulce deu uma risadinha.

- Simples assim? Pegamos o primeiro avião para qualquer lugar?

- É. -Christopher se inclinou para beijá-la.- Simples assim.

- Mas eu não tenho passaporte.- Christopher deu de ombros

- Então dá para esperar ele ficar pronto, e saímos de Seattle, ou podemos viajar aqui pelos Estados Unidos mesmo.

- Havaí. – Nervosa, Dulce olhou para o outro lado e tomou um gole de vinho.

- Posso perguntar por que o Havaí? - Ela se inclinou para trás, apoiando-se nas mãos. O luar brilhava em sua pele bronzeada, e Dulce fechou os olhos e suspirou.

- Meus pais sempre prometeram que me levariam para conhecer. Primeiro, depois de terminar a escola, mas aí aconteceu alguma coisa e virou depois da faculdade, e... Bem, dá para imaginar. Sempre foi uma promessa vazia. E eu sempre quis ir. - Deus do céu, como ele a amava! Compraria o Havaí inteiro para ela, se fosse possível.

- Então, combinado: Havaí. - Ele a beijou na bochecha.

- Crianças? - Vovó abriu a porta dos fundos e saiu. - Aqui estão vocês! Estava procurando os dois.- Ela pegou uma cadeira e se sentou. - Então, sei

que meus métodos nem sempre são corretos.

- Bem, esse é o eufemismo do século - retrucou Christopher.

- Babaca. - Ela estreitou os olhos. - De qualquer forma, eu gostaria de pedir desculpas.

- É mesmo? - Christopher se inclinou para a frente, apoiando as mãos nas coxas, e sorriu. - Por quê?

- Por tudo.

- Que seria... - insistiu Christopher. - O quê, exatamente?

>>•<<

O Desafio Onde histórias criam vida. Descubra agora