Dulce bebeu a segunda taça de vinho e se sentou em frente à mesa grande que fora arrumada do lado de fora. O jantar era um bufê completo. Normalmente, seria oferecido pelos pais da noiva, mas, como eles não podiam estar presentes, todo o clã Uckermann estava pagando aquela festa.
Algumas tendas de comida estavam espalhadas pela lateral do jardim. A mesa principal, para os convidados diretamente envolvidos na cerimônia, era comprida e estava ornada com flores tropicais e diferentes tipos de vela. Tudo era tão romântico que partia o coração de Dulce.
Vovó se sentou ao lado de Dulce e olhou para a taça de vinho.
- Quantas você já bebeu?
- O suficiente. - Dulce suspirou.
- Hum. - Vovó abriu a grande bolsa e pegou um envelope pardo. - O pastor me deu permissão para que vocês assinassem separadamente, já que estão de birra.
Dulce olhou para a habilitação de casamento.
- Não era para a gente preencher isso amanhã?
- Argh. - Vovó a calou com um gesto. - É só mais um detalhe com o qual não precisaremos nos preocupar amanhã. Assine aqui. - Ela puxou apenas a ponta do papel, de maneira que a maior parte continuava coberta. O que era ótimo, na opinião de Dulce, pois ela não queria ver o lugar destinado à assinatura de Christopher. Os dois tinham perdido a cabeça. Dulce nem conseguia lembrar o motivo por que estava tão brava com ele. Se parasse para pensar, veria que não era raiva. Na verdade, sentia-se completamente humilhada e rejeitada.
Ele fez com que ela se apaixonasse.
E ela se apaixonou. Muito.
Depois do casamento, eles seguiriam caminhos diferentes, e ela ficaria jogada no sofá, desempregada, lamentando o fato de que o único cara que já tinha amado na vida não retribuía o sentimento. Ou apenas não a queria o bastante para tentar amá-la.
Dulce assinou o papel depressa e devolveu a caneta a vovó.
- Ora, ora. - Vovó deu tapinhas nas costas de Dulce. - Vai ficar tudo bem. Confie na sua avó.
- Só tem um problema. - Dulce se inclinou para perto de vovó e sussurrou: - Você não é minha avó.
O sorriso no rosto de vovó se alargou só um pouquinho, antes de voltar ao normal.
- Ora, mas é claro que sou! Você se lembra de quando eu lhe disse que iria estragar a vida de Christopher?
Dulce não estava muito a fim de falar sobre Christopher. Ela assentiu, mas tentou fingir que não estava interessada.
- A vida de meu neto já estava estragada. - Vovó deu tapinhas na mão de Dulce. - Foi estragada na hora em que ele a viu naquele vestido de casamento. Eu comprei o vestido, sabia?
- O quê? - exclamou Dulce, e sua voz saiu aguda, chamando a atenção dos convidados ao redor da mesa, que aguardavam o primeiro prato. Ela tossiu e se escondeu por trás dos cabelos escuros. - Diga que isso é brincadeira, vovó!
- Ops. - Vovó deu de ombros. - Achei que tivesse gostado. Ficou lindo em você. Maravilhoso. - Ela se serviu de uma taça de vinho e fechou os olhos enquanto tomava um longo gole, então botou a taça de volta na mesa. - Além disso, pode ser que você precise de um, qualquer dia desses.
- Sei. - Dulce lutou para esconder as lágrimas. - Acho que tudo é possível.
- Ah, mas é mesmo! - respondeu vovó. - Sabia que eu sempre quis ser uma fada madrinha?
- Oi?
- A maioria das garotas quer ser a princesa da história. Eu quero ser a fada madrinha.
Será que vovó estava bêbada? Tão cedo?

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O Desafio
Fanfic[CONCLUÍDA] "Como vai? Quer dizer, faz tanto tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. Christopher Uckermann é rico demais, bonito demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, f...