Capítulo 31

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Dulce, Alfonso e Anahí ficaram olhando vovó caminhar até o meio da sala e pegar um apito vermelho.

— Quem foi que deu um apito a ela? — Alfonso murmurou um palavrão e resmungou alguma coisa sobre como qualquer ventinho o deixava excitado na hora em que vovó apitou, produzindo um barulho alto o suficiente para provocar surdez.

— Olá! — gritou vovó. E apitou novamente.

Dulce tentou esconder o sorriso ao ouvir uma enxurrada de palavrões vinda de algum lugar da casa. Parecia que Christopher também não era fã do apito.

— Gostaria da atenção de todos. — Vovó pegou uma prancheta. — Fui nomeada...

— Você se ofereceu — corrigiu Alfonso. — E foi bem insistente, devo acrescentar.

Vovó ignorou o comentário e continuou a falar:

— Como dizia, fui nomeada — ela olhou irritada para Alfonso — para ser a organizadora do casamento durante a semana em que todos ficarão aqui em Uckermann Abbey. Como a maioria dos convidados está hospedada na casa, decidimos designar quartos.

Enquanto vovó falava sem parar, Dulce observava, na expectativa do retorno de Christopher. Mas o que ela estava fazendo? Bem, só estava preocupada com a possibilidade de ele morrer engasgado no próprio vômito, ou bater de cara na porta, ou algo do tipo.

— E, como temos apenas uma suíte e Alfonso alegremente acatou um voto de castidade...

Alfonso fez mímica, como se desse um tiro na própria cabeça.

— ... a suíte será compartilhada. — Ela abriu um sorriso. — Agora, a programação está milimetricamente cronometrada, portanto, tentem não chegar atrasados a nenhuma atividade. Temos muito que fazer. Espero que todos voltem a seus quartos para trocar de roupa antes do coquetel.

Vovó começou a entregar folhas plastificadas. Era a programação.

— A programação não poderá ser alterada, então, por favor, nem peçam que isso aconteça. Se têm alguma pergunta... — Alfonso ergueu uma das mãos — ... que não tenha relação com a organização dos quartos... — Alfonso baixou a mão — ... sintam-se livres para fazê-la.

Dulce pegou uma programação com vovó e gemeu. Jace surgiu atrás dela.

— Ei, acha que Christopher toparia trocar de colega de quarto?

Se Christopher tivesse dito alguma coisa do tipo, Dulce teria revirado os olhos e dado risada, porque era algo bem característico dele. Mas ouvir aquilo de Jace foi como um balde de água fria. Na verdade, até fez com que ela se sentisse um pouco incomodada. Como um cara flertando com ela poderia incomodá-la?

Ela conseguiu dar uma risadinha e sacudiu o papel.

— As regras de vovó são definitivas, pode acreditar. Já aprendi minha lição.

— E aí, Dulce, como foi com os testes de fertilidade? — perguntou vovó, atrás dela.

Jace arregalou os olhos e Dulce ficou boquiaberta. Mas que droga! O que ela deveria dizer? Lutou para encontrar as palavras.

— Ha-ha, vovó, muito engraçada! Está falando dos testes que comprou para Anahí e Alfonso, não é?

— Claro! — Vovó deu uma piscadela.

Dulce sentiu o rosto esquentar e se virou para Jace.

— Ela está brincando. Juro.

— Gosto de crianças. — Ele sorriu e a olhou de cima a baixo. — Ou melhor, acho que qualquer um que tivesse filhos com você seria um homem de sorte. E ele tinha ido longe demais.

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