Capítulo 48

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— Está bem.— Wescott revirou os olhos.— Vá para o quarto, Christopher. Aceite seu castigo como um homem.

— Eu, hã...— Respondeu Christopher confuso.— Acho que é melhor ficar aqui.

— Você ouviu seu pai.— Petúnia balançou a cabeça.— Precisa ficar de castigo.

— Por favor. — Choramingou ele com a mão na cabeça.

— Christopher... — Dulce afastou o pé e se inclinou para frente.— Você devia ouvir seu pai. Não vai querer se meter em problemas, vá para o quarto.

— Não posso.— Disse ele com os dentes serrados. Vovó se levantou, derrubando sem querer água gelada no colo dele. Os olhos de Christopher se arregalaram quando vovó se inclinou de forma que apenas Dulce e Christopher pudesse ouvir o que ela ia dizer.

— De nada.

— Quero morrer.— Comentou Christopher.

— Seu desajeitado. Vá trocar as calças!— Ordenou vovó.— Dulce, porque não vai buscar mais água na cozinha?

Ela não precisou falar duas vezes. Praguejando Christopher jogou guardanapo na mesa e saiu logo depois de Dulce. Sem os saltos, Dulce conseguiu correr na grama. Quando estava na casa, arriscou um olhar para trás. Christopher estava se aproximando. O olhar no rosto dele era o de um predador. Com um gritinho, Dulce subiu escada acima, até o quarto, bem na hora que os braços fortes dele a envolviam, empurrando-a mais para dentro do aposento.

— Sua safada! Vou fazer você pagar.—Dulce se virou de frente para ele e deu uma lambida em seu queixo, como fisera no suflê.

— Promete?

— Tire a roupa! — Ele a soltou e andou até a cama, deitando-se bem devagar.— Agora.

— Estamos mandões hoje.— Dulce levou as mãos ao quadril.— Não é mesmo?

— É.— Christopher se apoiou nos cotovelos. — Na minha opinião, você está me devendo uma. Além de eu ter feito uma dança sensual para você, e ainda por cima com calças de cowboy. E você me fez sofrer durante a sobremesa enquanto minha tia-avó... a virgem, você lembra dela... me dizia que eu merecia uma surra.— Dulce riu.

— Não tem graça.— Christopher gemeu.— Foi o momento mais constrangedor da minha vida.

— Isso foi antes ou depois de a vovó fazer você se acalmar?

— Se você quiser que eu continue sexualmente ativo, é melhor nunca mais mencionar isso.— Dulce brincou com as alças do vestido.

— Eu me lembro.

— Você se lembra? — Os olhos de Christopher estavam fixos nos dedos de Dulce, que brincavam nas alças do vestido, puxando-as mais para baixo.— Do quê?

— De nós.— Dulce deixou o vestido cair no chão, se afastou da roupa amontoada.— Eu me lembro da noite que passamos juntos. Eu menti. Disse a Beth que não me lembrava. Disse a você que não tinha sido bom. Só estava tentando fazer você se sentir mal.

— Hum.— Christopher se levantou e caminhou até ela bem devagar.— Eu mereci.

— Eu sei.

— Então... Em uma escala de um a dez... — Christopher estendeu os braços e tocou os ombros dela.— ... Um sendo o pior momento da sua vida e dez o melhor...

— Seis. Vamos ser justos, você tinha bebido tequila.

— Merda! — Reclamou Christopher.— Devo mesmo estar perdendo o jeito.

— E eu não tinha nada para comparar. — A mão de Christopher parou.

— Você quer dizer que não tinha ninguém para comparar? Ou que decidiu não me comparar a ninguém, porque fui muito ruim?— E estava lá, parte da razão do porque se apaixonara por ele, naquele momento e para sempre.

— Eu, hã... Não tenho ninguém com quem comparar. — Christopher soltou um palavrão e encostou na testa dela.

— Sou um idiota. Eu não sabia. Quer dizer, você mesma disse.. muita tequila, e ...

— Tudo bem.— Dulce o beijou de leve.

— Não.— Ele se afastou.— Não está tudo bem. É uma merda, isso sim.— Antes que Dulce pudesse responder, ele a ergueu nos braços e levou para cama.— Isso deveria ser o tipo de coisa que muda sua vida. Que faz a terra tremer. Que apaga sua mente. Você devia sentir cada toque meu.— Ele passou os dedos da borda do sutiã até a barriga de Dulce.— Seus músculos devim ter se contraído a cada vez que você sentisse minha respiração em seu pescoço. Seu corpo devia ter se arqueado em direção ao meu. Devia ter implorado para que eu o tocasse. — Dulce gemeu quando ele tirou a blusa e ficou por cima dela.
— Sexo pode ser descuidado ou consciente. Pode virar um hábito, ou pode ser uma coisa só para satisfazer. Pode ser bem egoísta. Mas decidi que não quero mais fazer sexo.

— O quê?— Parte da paixão escapou da consciência de Dulce. — Como assim?

— Quero fazer amor.— Sussurrou Christopher.— Com você. Não quero que seja só físico. Preciso que seja uma experiência espiritual, porque é muito mais que sexo com você, Dulce. É tudo. Talvez seja diferente para você, mas para mim... — Christopher sacudiu a cabeça e a beijou com vigor.
— Eu me entreguei. Você vem comigo?

— Já estou com você.— Dulce envolveu o pescoço de Christopher e puxou para mais perto de si. Só podia imaginar como seria maravilhoso dividir a cama com ele depois daquele discurso. Christopher deu um beijo carinhoso na testa dela e se afastou.
— Aonde você vai?

— A lugar nenhum.— Respondeu ele, e estava falando sério. Não iria a lugar algum, a menos que ela fosse junto. Deixou as calças caírem no chão e se aproximou da cama. Dulce o encarou. Droga, ele poderia observa-la o dia inteiro! O cabelo castanho-avermelhado caía sobre o sutiã de renda vermelha. Dulce tinha mesmo comprado langerie. Caia bem nela, bem até demais, considerando os pontos pretos que estavam surgindo em sua visão. Ia perder a cabeça se não pudesse tê-la naquele instante. Christopher se ajoelhou na cama.
— Tenho uma coisa a dizer.

— É mesmo..— Dulce tremeu sob o toque dele. Christopher pegou sua mão e envolveu seu dedo com a boca, sugando-o.

— Estou com ciúme desse dedo a uma hora. Na verdade fiquei com ciúme até do chantilly.— Ela riu.

— E agora?

— Agora quero lamber você. — Ele colocou as mãos no quadril dela.— Inteira. Sem esquecer nenhuma parte.

— Nenhuma?

—  Nenhuma.— Repetiu Christopher, beijando-a aprisionando seus lábios. Ele a pressionou contra a cama e a beijou absorvendo-a, e então percebeu, naquele momento, que o gosto dela ficaria gravado nele para sempre. Tudo nela combinava perfeitamente com ele, que só estivera cego demais, para notar antes. E agora  nunca a deixaria ir embora.

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Será que vai rolar? 😏

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