Capítulo 26

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Christopher percebeu que podia, sim, ser bem ruim, ou ainda pior, quando pararam em frente a uma farmácia.

— Não estou entendendo. Esse é o endereço que vovó deu?

Ele olhou para o papel outra vez e depois para o relógio. Estava ficando tarde, e, embora não se importasse de passar tempo com Dulce, não havia a menor chance de ele ficar com ela durante a noite, não com seu corpo reagindo daquele jeito. Acabaria estragando tudo. Uau, já estava começando a fugir! Nunca pensou que veria o dia em que isso aconteceria.

— Então acha que devíamos ir embora? — perguntou Dulce.

— Vou ligar para ela. — Christopher pegou o celular e telefonou para vovó, que atendeu no segundo toque.

— Que foi?

— Estamos na farmácia, onde deveríamos pegar o presente. Você por acaso nos deu o endereço errado?

— Não.

Droga! Até mesmo a paciência de um padre seria testada por aquela mulher!

— Está bem. Então, o presente está aqui na farmácia.

— Sim, estão.

— Estão?

Vovó gritou alguma coisa e cobriu o telefone com as mãos. Então pigarreou.

— Sim, só precisa ir lá dentro e pedir as coisas que estão em nome de Christopher Uckermann.

— Por que você botou a encomenda no meu nome?

Vovó parou e riu.

— Ah, já estou indo!

— Oi?

— Não é com você. — Ela deu uma risadinha. — Está no seu nome porque é você quem vai pegar tudo. Agora, vá lá e procure o gerente, que é uma pessoa ótima. Ele deve estar trabalhando hoje à noite, e está à sua espera.

— Vovó, eu não queria perguntar...

— Então não pergunte! — O celular ficou mudo.

Christopher soltou um palavrão e guardou o aparelho no bolso da frente.

— Algo me diz que não deveríamos entrar.

Ignorando-o, Dulce abriu a porta.

— Vamos lá. Cadê sua coragem? É só uma farmácia. Ela deve ter comprado um cartão-presente ou algo do tipo. Só precisamos pegar.

Christopher pensou em como deveria aprender a ouvir a voz da consciência. Aquela que gritava coisas como PERIGO! ou ALERTA VERMELHO! quando se está prestes a cair em uma armadilha. Aquela situação era claramente uma armadilha.

Em vez de ouvir a voz da consciência, ignorou-a. Principalmente porque Dulce estava andando mais à frente, e Christopher ficou hipnotizado pelo movimento de seus quadris. Não havia nada a fazer, além de segui-la.

Mas ele realmente deveria ter ficado onde estava.

Soube disso no instante em que entraram na loja e ele se apresentou.

— Ah! — Bob, o gerente, estendeu a mão. — Estávamos esperando você! Acho que tenho tudo o que sua avó pediu para esse casamento bem aqui! — Ele deu uma piscadela.

Christopher fez careta.

Dulce olhou para dentro da cesta.

Realmente, não deveria estar fazendo isso.

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