Capítulo 55

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Dulce retribuiu o beijo - até que seu marido foi arrastado para longe dela pela vovó em pessoa, com o apito nas mãos. Christopher praguejou enquanto se cobria com o cobertor.

— O que você pensa que está fazendo? — Vovó deu de ombros.

— Vocês têm o resto da vida para fornicar na casa da árvore...

— Não é fornicação quando se está casado. — comentou Christopher.

— Está bem. Vocês podem trepar depois.— Vovó olhou feio para eles. —  Mas o pessoal do bufê já chegou, e o bolo também. Preciso dos bonequinhos.— Dulce sentiu os olhos se arregalaram..

— Hã, foi um...

— Sei que vocês estão com os bonequinhos —  Explicou vovó, parecendo entediada. — Blanche confirmou que vocês pagaram a encomenda.

— Foram bem caros, esses bonequinhos.

— Desçam já, os dois. — Vovó apitou uma última vez e desceu a escada enquanto gritava— E vocês têm dez minutos para me entregar os bonequinhos!

— Senão o quê? — gritou Christopher, para a avó.

Tudo o que ouviram foi o apito, e então Charles Barkley pulando e latindo lá embaixo. O cachorro usava uma coleira que dava choques. Vovó apertou um botão e ele parou de latir e começou a chorar, caindo na grama e se contorcendo de dor.

— Use sua imaginação. Tenho certeza de que fazem coleiras dessas aqui para as partes..

— Está bem! — gritou Christopher.—  Como você quiser!— Tinha chegado a hora de entrar em pânico.

— Christopher, não temos uma plataforma para os bonequinhos. Não podemos estragar o bolo!

— Esses bonequinhos vão estragar o bolo: ou afundarão nele, ou estarão sobre uma plataforma na qual se lê TETAS PARA SEMPRE.— Dulce cobriu a boca com as mãos e riu.

— Bem, nós tivemos algumas distrações.

— Você! — Christopher apontou para ela —  Foi uma distração. Se não tivesse desfilado na minha frente de salto alto e saia curta, eu teria construído uma droga de uma plataforma.

— Sei. E cadê o seu martelo? — Ao notar a expressão de culpa de Christopher, Dulce lançou um olhar vitorioso. — Você por acaso sabe usar um martelo? — Ele sorriu, sem pudor.

— Acho que provei que sei martelar muito bem.

— Putz. Não sei se lhe dou um tapa ou os parabéns.

— E quanto à opção em que você fica pelada? A oferta não está mais de pé?

— Não mesmo. — Dulce colocou a blusa e se levantou. —  A oferta acabou no instante em que vovó mencionou a coleira de choque e fez alusão às partes íntimas masculinas.

— Certo. — Christopher deu uma piscadela.— Está bem. Vamos acabar logo com isso. Talvez ninguém perceba.

—  Sei. — Dulce assentiu. — E talvez vovó e o Sr. Casbon não tenham brincado de mímica na noite passada.— Christopher fez uma careta.

— Todo o meu tesão foi embora.

— Ótimo. — Dulce estendeu uma das mãos para que Christopher pudesse ajudá-la a descer a escada. — Porque será extremamente inapropriado se você parecer excitado ao entregar aquela plataforma à mulher do bolo.— Christopher desceu atrás dela.

— Você sempre tem uma resposta na ponta da lingua

— Foi por isso que você se casou comigo. — Dulce abriu um sorriso. Christopher a ergueu nos braços e a
carregou pelo gramado.

— Entre outras coisas.

— Me coloque no chão!

— Vou levar você até a porta —  explicou Christopher. — Gosto de fazer as coisas do jeito certo.

— Só que não, né?

— Algumas coisas — ele a colocou de pé no instante em que entraram na cozinha. — As que são importantes para mim, eu as faço corretamente. Tipo as que envolvem uma pessoa chamada Dulce. Se você ainda não tiver entendido, depois de eu ter dito um milhão de vezes ontem de noite... — Ele a puxou, corada, para si. — Eu te amo.

— Eu também te amo. — Os olhos dela se encheram de lágrimas no mesmo instante em que ouviram outro apito cortar o ar.

— Os bonequinhos. Vamos pegar.—  Christopher a soltou e disparou pelo corredor.

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