Capítulo 45

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Christopher daria a eles exatos cinco minutos a sós antes de entrar correndo na adega. Estava prestes a se oferecer para acompanhar Dulce quando Jace se levantou, do outro lado da mesa, trocou um olhar estranho com vovó e depois saiu.

Estreitando os olhos, Christopher tomou um gole de vinho e ficou encarando a porta, esperando que os dois voltassem. Olhou o relógio de pulso. Mas que droga!

Haviam se passado apenas trinta segundos!

— Ora, ora. — Vovó puxou uma cadeira e se sentou ao lado dele. — Nunca pensei que veria este dia.

— Oi? — Nossa, como ele estava sendo ridículo!

— Você escolheu bem. — Vovó suspirou. — Eu mesma a teria escolhido se tivesse como opinar. Mas meus dias de cupido terminaram, como você já sabe.

— Sei. — Christopher umedeceu os lábios e olhou o relógio outra vez. Um minuto e meio. Que inferno!

— ... então, só preciso que você assine aqui. — Ela enfiou uma caneta na mão do neto. Ele mal olhou para o papel, assinando onde vovó apontava, e então devolveu a caneta. — Três minutos, Christopher. Só se passaram três minutos. Não dá para acontecer muita coisa em três minutos. Bem, exceto... — Vovó deu uma risadinha. — Uma vez, seu avô e eu tínhamos só cinco minutos, e você não iria acreditar no que...

Christopher se levantou em um pulo e saiu correndo na direção da casa.

Parecia que a adega dos Uckermann tinha saído das páginas de uma revista. Em uma das paredes, havia um bar de granito, com banquinhos altos de couro. Os Uckermann tinham até cerveja de fabricação própria, um dos passatempos de Wescott.

Garrafas de vinho enfileiradas ocupavam quase todas as paredes. Parecia o paraíso. Apesar de a companhia não ser tão ruim, não era a que Dulce teria escolhido. Talvez ela só devesse agradecer.

— Então — Jace pegou uma garrafa de vinho —, que tal esta? Um merlot envelhecido?

— Parece ótimo. — Dulce não dava a mínima. Sem prestar atenção, caminhou até o bar. Havia algumas fotos emolduradas espalhadas pelo tampo. Uma delas era de Christopher e Alfonso quando crianças. Anahí estava entre os dois, dando um beijo na bochecha de Christopher.

Anahí sempre estivera bem onde Dulce queria estar.

Não que a inveja pudesse acabar com a amizade das duas, mas Dulce achava que tudo sempre fora muito fácil para Anahí.

— Tudo bem? — Jace se aproximou por trás dela e colocou as mãos em seus ombros.

— Tudo. — Dulce ficou tensa. — Por que a pergunta?

— Porque eu estava falando havia alguns minutos, e você não respondia. Juro que fiquei com medo de que você tivesse parado de respirar.

A risada escapou de seus lábios antes que ela pudesse impedir.

— Ah, aí está — sussurrou Jace.

— O quê? — Ela se virou para encará-lo.

— A risada. Gosto dela. Você não ri o suficiente.

Dulce umedeceu os lábios e se inclinou para trás, apoiando-se no bar.

— Foi uma semana difícil. O que eu posso fazer?

Jace assentiu.

— Eu sei.

Como é que ele poderia saber? Nem a conhecia!

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