Capítulo 51

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Parecia que o melhor sonho erótico de sua vida tinha se tornado realidade. Cada beijo, cada sensação, era como uma droga. Quando Christopher finalmente a penetrou, Dulce já estava tão perto, que não conseguiu não gritar o nome dele. E foi então que o autocontrole de Christopher, sua lentidão dolorosa e a paciência desapareceram. Em seu lugar havia um homem apaixonado, selvagem e possessivo, disposto a fazer qualquer coisa para reivindicar Dulce para si.

— Eu te amo — sussurrou ele enquanto seus corpos se moviam juntos, cobertos de suor. O mundo de Dulce explodiu. Mudou. As cores ficaram mais brilhantes; as sensações, mais intensas; e sua alma se uniu à dele. — Para sempre — sussurrou Christopher, sem fôlego. — 
Você é minha para sempre..

Eles deviam ter caído no sono. Christopher não conseguiu parar da primeira vez, nem da segunda.
Ora, tinha sorte de ainda ter energia suficiente para erguer a cabeça.

O restante dos convidados devia estar pensando que ele estava chateado. Não poderiam estar mais enganados. Christopher estava em êxtase, saciado e ainda um pouco excitado - como era possível? Ele absorveu a visão da pele clara de Dulce, do cabelo castanho-avermelhado que caía sobre os ombros. Incrível. Ela era incrível. Christopher suspirou e olhou pela janela. Estava escuro. Ele se levantou da cama em um pulo quando ouviu vozes que se aproximavam.

— Dulce! Ele a cutucou. — Acorde! — O lençol que a cobria escorregou. Christopher travou uma batalha interior. Deveria possuí-la outra vez, mesmo sabendo que a porta poderia estar destrancada, e com a possibilidade de dar a vovó uma bela visão do que acontecia quando ele era mandado para o quarto com uma garota incrivelmente sexy? Vovó gritou alguma coisa. O medo venceu.—  Vamos! —  Ele recolheu o vestido de Dulce do chão e o jogou para ela. Christopher pegou as calças e a blusa e se vestiu o mais rapidamente possível. Quando a maçaneta girou, ele estava tentando ajeitar os lençóis.

A porta se abriu. Dulce se sentou na beirada da cama, uma das mãos sobre a outra. Christopher se juntou a ela e suspirou.
Vovó entrou no quarto.

— Onde vocês dois estavam?

— Aqui. — Christopher pigarreou.—  Foi você quem nos mandou pra cá, para início de conversa.— Alfonso e Anahí entraram em seguida. Ah, que maravilha! Christopher tentou esconder a culpa em seu rosto, mas o olhar do irmão indicou que estava fazendo um péssimo trabalho ao tentar parecer inocente. Não era culpa dele que não conseguisse deixar de sorrir como se tivesse acabado de ganhar na loteria. Sentiu o sorriso se alargar ainda mais. Bem, era melhor aceitar que não estava escondendo nada do irmão.

— O que os dois estavam fazendo aqui... Sozinhos? — Vovó cruzou os braços, e as pulseiras balançavam em seus pulsos. — Nada de safadezas, né?

— Não, senhora. —  Christopher balançou a cabeça e pigarreou. — Estávamos só brincando de...

— Mímica — completou Dulce.

— Com duas pessoas só? —  Vovó olhou desconfiada para a cama atrás de Dulce..

— Claro. —  Christopher engasgou com a risada: jogar mímica pelado, um clássico. — É um jogo novo.— Alfonso gemeu alto.

— Eu que queria jogar mímica!

— Encontre outra pessoa para jogar com você! — retrucou Christopher.

— O problema não é encontrar a pessoa, é o juiz da partida. — Ele olhou feio para vovó.


— Ainda estamos conversando sobre mímica? — perguntou vovó, inocentemente.

— Claro! — Dulce deu uma risada falsa. — É que... hã... O jogo ficou um pouco intenso.

— Aposto que ficou.. — disse Alfonso

— Quem ganhou?

— Eu - responderam Dulce e Christopher, ao mesmo tempo.

— E quantas vezes vocês jogaram? —  perguntou Anahí, recebendo uma cutucada de Alfonso bem nas costelas. — O que foi?

— Não está ajudando...

— Foi mal —  murmurou a noiva enquanto Christopher viu Dulce erguer quatro dedos. Anahí fez um sinal de positivo.

— Não que qualquer um desses meus netos ridículos esteja prestando atenção em mim.. Vovó andou até a cadeira onde o sutiã de Dulce estava pendurado e se sentou. Christopher arregalou os olhos. Alfonso deu uma risadinha.
Anahí andou de mansinho até vovó e jogou o sutiã no chão, antes de falar:

— Eu estou prestando atenção, vovó.

— É que eu precisava contar tudo a Dulce e Christopher, antes que seja tarde demais.

— Tarde demais? — perguntou Dulce. — Para quê?

— Para anular o casamento, é claro! —  gritou vovó. — Com o que mais eu estaria preocupada?— Christopher abriu a boca, depois fechou.

— Por que a gente precisaria anular alguma coisa? Não estamos casados.

— Então... — Vovó brincou com um fio solto da blusa. — Parece que o documento que vocês assinaram como testemunhas do noivo e da noiva... Bem, tecnicamente vocês dois são marido e mulher, agora. — Ela ergueu os ombros. — Ops?

— Ops?— repetiu Christopher. — Ops uma ova! Você planejou isso!

— Como ousa! — Vovó ficou de pé. —  Nem mesmo eu seria capaz de algo tão baixo quanto fazer meu neto favorito se casar sem saber.

— Eu era o favorito, hoje de manhã—  Vovó o ignorou.

— Vocês vão ter que ficar casados, já que esta família não acredita em divórcios. E, pelo estado de Dulce, imagino que já tenham... — Vovó teve a decência de corar — ... brincando de mímica. —  Então, parecendo lembrar-se de quem era e de que não tinha pudores, ela se virou para Dulce. — Me conte, querida, como foi o jogo?— Dulce corou e pegou a mão de Christopher.

— Mudou minha vida, fez a terra tremer e me ajudou a encontrar minha alma gêmea.— Christopher sentiu o coração bater um pouco mais depressa com aquela admissão. Dulce repetir as palavras dele. A, que se dane! Ele agarrou a nuca de Dulce e a beijou até perder o fôlego. Seus lábios se encontraram, frenéticos.
Ele interrompeu o beijo cedo demais, sorrindo como bobo.

— Exibido – resmungou Alfonso.

— Ora, querido! Amanhã, quando estiver casado, poderá brincar de mímica quantas vezes quiser! — Vovó deu tapinhas no braço do neto mais velho. — Quem sabe? Talvez sua avó tenha um tempinho para uma noite de jogos na casa do Sr. Casbon.

— Nossa, espero que não! – murmurou Christopher.

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