- Eu só, hã... - Dulce apontou para algo atrás de Christopher. - Vou ficar por ali até chegar a minha hora de andar até o altar. - Christopher sentiu o perfume de Dulce quando ela tentou passar direto por ele. O que não ia acontecer. Ele a agarrou pela cintura e a beijou na boca.
- Você não pode passar por mim sem dizer nem um "oi".- Os lábios de Dulce tocaram os dele outra vez.
- É assim que dizemos "oi", agora?
- É. Christopher abriu os lábios dela com a língua. – Claro que é. - Interrompendo o beijo, Dulce deu uma piscadela safada e foi embora. Christopher ainda estava olhando para ela quando Anahí falou:
- Nunca pensei que veria este dia.
- O quê? Que dia?
- Você sabe. – Ela cruzou os braços e indicou com a cabeça a parte do cômodo onde estavam Dulce e as outras madrinhas. - O dia.
- Ainda não entendi.
- Pode chamar de puberdade. Você cresceu e se apaixonou.
- Então, agora eu sou um homem?
- Parabéns! - Anahí riu. – Ah, meu Deus! Aposto que você deve até ter cabelo no peito! - Christopher fez cara feia. Sempre fora um metrossexual, e talvez levasse as coisas um pouco longe demais, ao fazer limpeza de pele uma vez por mês. Ele deu um tapa para afastar a mão de Anahí, que tentava tocar seu peito.
- Está pronta?
- Acho que sim.
- Que bom. - Christopher riu. - Prepare-se para ficar de boca aberta. Na verdade, prepare-se para chorar. Ouvi dizer que você e vovó tiveram uma boa conversa.
- Aquela mulher não consegue guardar segredo nem que sua vida depende disso.
- Bem, vou deixar Dulce alerta, só por precaução. - Christopher esticou o braço e segurou a mão da amiga.- Anahí, conheço você desde que era uma garotinha usando maria-chiquinha. Você era obcecada pela Barbie e me disse que eu devia ser seu Ken. Na verdade, tenho certeza de que fiz o papel de Ken mais vezes do que gostaria de admitir. -Anahí deu uma risadinha e continuou a ouvir.- Nós rimos juntos, choramos juntos, gritamos um com o outro, brigamos, nos odiamos... - Christopher tentou controlar as emoções. Droga. Não era só Anahí que iria acabar chorando. - Eu parti seu coração e nunca o consertei. – Ele umedeceu os lábios e suspirou. - Alfonso consertou.- Anahí pegou a mão de Christopher e a apertou. - Meu irmão o consertou – repetiu Christopher, fechando os olhos por um breve momento. - Any, eu aceitei seu coração, na faculdade. Aceitei, mas não fui cuidadoso. Fui descuidado, jovem, idiota, você decide. – Ele soltou a mão da amiga e enfiou a dele no bolso, para pegar um presente. - Então, aqui estou, devolvendo-lhe os pedaços, para que meu irmão possa ficar com tudo. Alfonso merece. Queria consertar o que eu quebrei. Queria desfazer o que deu errado, mas você sabe que isso é um tanto difícil de fazer, então aqui... - Ele ergueu a presilha de cabelo. - É um coração azul, de safira. A coisa azul que você vai usar também é a coisa nova. – Ele deu de ombros. - Eu sempre te amei, Any. - Ele ajeitou a presilha no cabelo dela e beijou a amiga na testa. Anahí deu um tapa no ombro dele.
- Pare de me fazer chorar!
- Foi mal! - Ele se afastou e ergueu as mãos.
- Ah, venha cá! - Anahí o puxou para mais um abraço apertado. - Obrigada, Christopher. Por tudo.- Ouviram música vinda do lado de fora da casa.
-Bem, eu ainda não terminei aqui. - Ele estendeu o braço no instante em que seu pai aparecia, dobrando o corredor.
- Está pronta, querida?- perguntou o pai de Christopher, enxugando algumas lágrimas ao dar um beijo no rosto de Anahí.
- Pronta. - Ela engoliu em seco e passou uma das mãos pelo braço de Christopher e outra pelo do pai dele.- Vamos lá. - Dulce se aproximou com o buquê da noiva. Christopher deu uma piscadela antes de se virar para a porta. Anahí tremia a seu lado.- Mãe, pai, eu amo vocês – sussurrou Anahí.
- Estou tão orgulhoso de você! – disse o pai de Christopher, e deu para ver uma lágrima caindo por sua bochecha, antes de ele virar o rosto.- E sei que eles também estão.- Christopher apertou mais o braço dela e assentiu para o pai, lutando com todas as forças para não se entregar às próprias emoções. Mas era difícil.
Ainda mais quando a música começou. E, simples assim, as lembranças voltaram.Quando Anahí voltou ao presente, percebeu que todas aquelas lembranças, todo aquele tempo que passara em Uckermann Abbey, fora como se os pais estivessem ali com ela, conduzindo-a em direção ao futuro. Alfonso ergueu o olhar. De repente, parecia que ela não conseguia andar rápido o suficiente. Seus olhos encontraram os dele enquanto ia até a frente do terraço. Alfonso estava tão bonito naquele terno preto! O cabelo estava um pouco bagunçado e o bronzeado fazia o sorriso parecer ainda mais devastador. Alfonso deu dois passos na direção dela. Wescot soltou seu braço, assim como Christopher, e o noivo estendeu o braço para pegar sua mão. Quando a pegou, virou-a para cima e fez Anahí abrir o punho cerrado. E então colocou um laço rosa na palma da mão dela. Os Olhos de Alfonso ficaram cheios de lágrimas quando ela se inclinou e sussurrou:
- Vou guardá-lo para todo o sempre.- ignorando a tradição, que dizia que não se devia tocar no marido até que quem tivesse levado a noiva ao altar falasse com o pastor, Anahí jogou os braços em volta do pescoço de Alfonso e caiu no choro. Levou cinco minutos até que conseguisse se recuperar. E mesmo assim devia estar com uma aparência péssima. Mas não ligava. Alfonso pegou o laço de suas mãos e o colocou debaixo da presilha que Christopher dera.
- Então. - O pastou sorriu. - Quem traz esta mulher para este homem? - Wescot não respondeu, nem Christopher. Anahí olhou para trás e sentiu alguém tocar seu braço. Vovó. Ela abriu um sorriso enorme para a noiva e envolveu as mãos de Anahí e de Alfonso com sua mão macia.
- Os pais dela e eu.
- E eu - disse Christopher, à sua direita.
- E minha esposa e eu - acrescentou Wescot. Anahi nunca se sentira mais amada e em casa. E pensar que estava no mesmo jardim em que brincar a vida toda! Com um sorriso um pouco choroso, abraçou todos e se juntou a Alfonso diante do gazebo. Uma brisa quente começou a soprar. Anahí olhou para a água no instante em que o pastor gesticulava para que os convidados se sentassem.
E talvez estivesse imaginando coisas, mas podia jurar que vira os pais ali no deque, de mãos dadas, olhando para ela e sorrindo.>>•<<
Que emocionante né gente 🥺🤧

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O Desafio
Fanfiction[CONCLUÍDA] "Como vai? Quer dizer, faz tanto tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. Christopher Uckermann é rico demais, bonito demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, f...