— Bem... – Vovó, parecendo muito feliz consigo mesma, se levantou da cadeira. — Agora que resolvemos isso, temos que voltar aos assuntos mais urgentes, Christopher, você e Dulce estão encarregados de fazer com que os bonequinhos do bolo cheguem ao cozinheiro, e não se esqueçam da dança que vão apresentar.
— De repente, me sinto tão melhor — comentou Alfonso em um tom superior.
— Dança? Que dança?
— Não estrague a surpresa. — Alfonso a guiou para a porta e deu um último sorriso de expectativa para Christopher.
— Para cama, vocês dois! — Vovó empurrou Alfonso e Anahí para fora do quarto.— Eles já estão casados. Mas vocês dois ainda vão passar mais uma noite sozinhos, antes de poderem jogar joguinhos.
— Odeio você, Christopher!— gritou Alfonso enquanto era empurrado para fora do quarto.
— Bons sonhos, Alfonso!— Ainda deu tempo de Christopher ver o dedo do meio do irmão antes de a porta se fechar atrás de vovó.
— Ela planejou. – Dulce sacudiu a cabeça. — Aquela mulher maldita planejou tudo.— Christopher se sentou na cama, depois se deitou.
— Ela devia receber um diploma honorário de Harvard, ou coisa parecida.
— Será que lá tem algum curso de manipulação?
— Não é bem manipulação. Está mais para a arte da guerra.
— Aposto que ela foi um general, na vida passada - concordou Dulce. Os dois ficaram em silêncio por um momento. Christopher segurou a mão dela.
— Eu tinha um discurso bem romântico planejado e, de repente, percebi que não jantei e estou morrendo de fome. Quer ir atacar a cozinha comigo?
— Claro. - Dulce se levantou da cama. — Não consegui nem terminar meu vinho!
— Pense nas pobres crianças da África! Não acredito que você não tenha terminado o vinho. Sabia que eles não têm nem vinho para beber, lá?
— Muito engraçado. — Dulce saiu na frente dele.
— Ela tem muito tempo livre - comentou Christopher, quando entraram na cozinha. Dulce não precisava de vinho, ainda estava tonta com aquelas horas na cama. Precisava de comida, isso sim.
— Vovó não tem culpa de o passatempo dela ser justamente os netos. — Dulce encontrou as taças e trouxe duas para o balcão no meio da cozinha enorme e luxuosa. Christopher pegou uma garrafa de vinho tinto e serviu os dois.
— Ei — ele mordeu o lábio inferior — que tal a gente ir para a casa da árvore? Quero Lhe mostrar uma coisa.
— Nossa, que garanhão! Aposto que dizia isso a todas, no colégio.- Christopher revirou os olhos.-
— Só pegue sua taça. Vamos lá.— Ela o seguiu, meio boba de felicidade, até a noite fria. Era ridículo, mas sua forma de ver a vida tinha mudado. Talvez fosse porque finalmente estava com o homem que sempre quis. E casada, para ser mais precisa. Não apenas saindo com ele.
Haviam invertido o processo? Sem problema.— Vamos. — Christopher pegou a taça das mãos de Dulce e a colocou no chão da casa da árvore enquanto a ajudava a subir. Quando estavam no pequeno cômodo, Christopher acendeu uma vela e soprou o fósforo.
— Pronta para a surpresa?
— Depende. — Dulce tomou um gole de vinho. — Você vai me contar uma história de terror ou está mesmo planejando uma surpresa?
— Pronta ou não? — Ele se inclinou para a frente e beijou sua boca com vontade.
— Pronta. — Ah, corpo traidor!-
— Feche os olhos.— Ela fez biquinho.— Feche!
— Está bem! – Ela fechou os olhos e ouviu alguma coisa ser revirada. Parecia que ele estava segurando um embrulho ou uma sacola.
— Abra a boca.
— Não sei se quero fazer isso, não - respondeu.
— Confie em mim — sussurrou Christopher.
E, como ele dissera que a amava, e ela finalmente confiava nele, Dulce obedeceu. Abriu a boca. A primeira coisa que sentiu foi o gosto do creme doce. Abriu os olhos.
— Um Twinkie! — Rindo, ela pegou o bolinho com as mãos. — Por que você guarda Twinkies aqui em cima?— Christopher pareceu corar. Ele mordeu o lábio inferior e se sentou ao lado dela.
— E agora é hora da história... — Ela encostou a cabeça no ombro de Christopher.— Era uma vez um garoto que conheceu uma garota. Ele a ofendeu por tê-la encarado, então a garota deu um soco na cara dele. – Dulce riu, e Christopher continuou: – Então, um dia, a garota deu a ele um Twinkie. Parece que, no primário, comida é considerada uma oferta de paz. O garoto não teve coragem de dizer à bela garota que não gostava de Twinkies, então os guardou. Cada vez que ela lhe dava um bolinho, ele corria para casa e o escondia na casa da árvore.- Os olhos de Dulce se encheram de lágrimas.
— Como um esquilo?
— Como um esquilo idiota. - Christopher riu. — Até que, um dia, acabaram os Twinkies. Você sabe, às vezes os garotos crescem e viram uns idiotas. Pensam que, como cresceu um pelo em seus queixos ou descobriram um músculo no braço, de repente não precisam mais das garotas com Twinkies. Pensam que deviam ter muitas garotas, não apenas uma. E aí estragam tudo... — Ele se virou para Dulce e engoliu em seco. — Estraguei as coisas com você tantas vezes... Eu era tão apaixonado por você no ensino fundamental, e de repente foi como se nós dois tivéssemos parado de tentar. Foi a primeira vez que fui embora, meu primeiro erro.— Dulce piscou para conter as lágrimas.
— E qual foi o segundo?
— Abandonar você outra vez, na noite em que fui egoísta e a usei para me sentir melhor comigo mesmo. — Christopher suspirou. — E o terceiro e último erro na minha história trágica...
— Qual foi?
— Não beijar você no instante em que a vi outra vez, não pedir desculpas por ter lhe deixado... por ter Ihe abandonado, mesmo que, lá no fundo, eu soubesse que era você, que sempre foi você, Dulce.— Ela limpou algumas lágrimas que escorriam pelo rosto.
— Mas e Anahí? Quer dizer, você e ela foram...
— Não era assim, nunca foi. — Ele sacudiu a cabeça. — Nunca. — Ele ficou sério e virou o queixo de Dulce na direção de seus lábios. — Isto é indescritível.
— Ah.
— Uau! Depois de tudo isso, você só responde "ah"?— Dulce sorriu e apoiou a cabeça no ombro dele outra vez.
— Bem, estou um pouco cansada depois de toda aquela mímica.
>>•<<
Cada vez mais apaixonada por eles 😍
Estamos na reta final já 😭.
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O Desafio
Fanfiction[CONCLUÍDA] "Como vai? Quer dizer, faz tanto tempo!" Na verdade, fazia onze meses, uma semana e cinco dias. Mas quem é que estava contando? Não ela. Christopher Uckermann é rico demais, bonito demais e arrogante demais: qualidades que, anos antes, f...