Debt - Livro 3

Capítulo 111

Narradora:
Após saber da carta e da viagem misteriosa do João, Larissa passou os dias seguintes com o seu pai no hospital. O mesmo ainda não sabia das novidades, mas a mesma pretendia contar logo.
Os dias foram se arrastando lentamente, Larissa voltou ao trabalho e sempre recebia a visita dos amigos que mais do que ela já estavam ansiosos para receber o novo integrante da família.
Cerca de algumas semanas depois, Larissa decidiu voltar para casa do seu pai, ela apenas passaria uma noite pois queria ir até ao cemitério conversar com a sua mãe. Gilberto já havia regressado a casa e ao que tudo indica estava perfeitamente bem de saúde.

Larissa narrando:
Saio de casa com o carro do meu pai e dirijo até ao cemitério. Quando chego estaciono e saio. Respiro fundo e entro indo de encontro ao local onde a minha mãe está enterrada. Ao chegar ─ como sempre ─ me sento no chão e coloco a rosa branca sobre o túmulo.
Lari: Oi. ─ sorrio fraco já sentindo as lágrimas se formarem ─ Me desculpa ter ficado tanto tempo sem vir aqui. Eu te amo mãe, muito e sinto muito a sua falta apesar de agora saber tudo o que aconteceu. ─ suspiro e permito que as lágrimas desçam pelo meu rosto ─ Seis anos? Porquê tanto tempo? Porquê? Como conseguiu ficar tanto tempo longe de mim? Poderiamos ter feito tantas coisas, vivido tantos momentos. ─ mordo o meu lábio ─ Estou grávida, novamente. Eu acho que te contei do outro bebê, infelizmente sofri um aborto, mas chegou outro. ─ sorrio em meio a lágrimas acariciando a minha barriga ─ Sei que se estivesse aqui iria amar viver essa fase comigo, mesmo sendo de quem é. ─ encaro as minhas mãos ─ Ele foi embora. E eu continuo o amando mesmo depois de tudo o que sei. Você conseguiria me perdoar por isso? Por amá-lo mesmo ele tendo tirado a sua vida? Porque eu o amo tanto que o meu coração chega a doer por saber que talvez aquela noite tenha sido a última em que o olhei. ─ mais lágrimas ─ Ele mudou tanto. Não é mais o homem que eu conheci quase há um ano sabe? Ele fala que me ama sem ter medo. ─ sorrio ─ O papai o odeia e não lhe tiro a razão, mas estou cansada de ficar no meio dessa briga. ─ suspiro ─ Apesar de não querer, talvez a viagem dele tenha sido boa, porque acaba essa guerra pra sempre. ─ mordisco o meu lábio ─ Sinto muito a sua falta e não sei se algum dia serei capaz de perdoar o João, mas eu queria. Você o perdoa mãe? Ou também sente raiva que nem o papai? ─ sinto o meu lábio tremer ─ O Pedro me falou que você não estava mais aqui e nem vai voltar, mas ele está e disposto a me fazer feliz bom, pelo menos estava. Mas eu não sei, é tão... complicado sabe? ─ suspiro e me levanto ─ Um dia ainda vamos nos reencontrar.