Capítulo 70

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João narrando:
Pedro me lança um olhar mortal.
João: Desculpa. ─ digo para a minha mãe ─ Não queria dizer isso.
Naira: Você sabe muito bem porque o seu pai morreu.
João: Eu sei, foi mal. ─ ela levanta a cabeça me olhando.
Naira: Eu sei que é difícil mas... ─ a interrompo.
João: Não vamos falar disso.
Naira: Só toma cuidado. ─ assinto e voltamos a comer.
[...]
Assim que terminámos de almoçar, me levanto da cadeira e vou para o meu quarto. Visto uma calça, um moletom e calço os meus tênis. Coloco a minha arma presa no cinto e arrumo o topete com a minha mão. Logo saio do quarto e pego as chaves do carro na mesa da sala.
Pedro: Já vai?
João: Sim.
Pedro: Depois vou pra lá também. ─ assinto e saio de casa.
Entro num dos meus carros e dou partida para o galpão. Durante o caminho parei para observar as ruas um pouco, talvez eu tivesse esperança de encontrá-la por aí e pudesse parar para talvez vê-la um pouco. Mas essa não é a realidade.
Assim que chego ao galpão, estaciono e sigo para o meu escritório. Fecho a porta e abro o meu notebook. Não sei exatamente o que vim aqui fazer, mas ficar em casa já estava ficando impossível.
Escuto batidas na porta.
Xx: Chefe tem uma pessoa que quer vê-lo.
João: Quem? ─ me levanto sentindo o meu coração palpitar em expectativa.
Gilberto: Eu! ─ respiro fundo.
Gilberto entra no meu escritório e fecha a porta com força.
João: O que faz aqui? ─ ele me olha e sorri debochando.
Gilberto: Vim contemplar de perto o seu fracasso.
João: Dá o fora. Você já conseguiu aquilo que queria.
Gilberto: Na verdade eu não consegui, sabe porquê? Porque você MATOU quem eu amava e a minha filha está viva.
João: Por acaso vai matá-la para me atingir? ─ o provoco apesar de saber que não devo.
Gilberto: Ela é a única coisa que a Silvana me deixou.
João: Bom para você.
Gilberto: Como tem se sentido esses dias? Tem conseguido dormir?
João: O que você quer Gilberto?
Gilberto: Sabe eu achei que estaria satisfeito quando eu acabasse com esse seu relacionamento de merda com a minha filha, mas ainda não estou. ─ ele se aproxima da minha mesa e passa as mãos por cima derrubando tudo no chão ─ Ficarei quando te ver morto.

Debt - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora