Sangue de Lobo

Capítulo 21 - Festejar

Capítulo 21 - Festejar.

18 dias antes da Lua cheia.

O dia de quarta passou com tranquilidade, dando lugar á uma quinta-feira ensolarada. Os raios de sol brilhavam em uma intensidade forte, e acordaram Mya antes mesmo do despertador tocar. Se levantou e dirigiu ao banheiro. Deposita suas mãos sobre a porcelana da pia, e como em alguns dias, encara seu reflexo no espelho. Seus cabelos negros estavam descabelados, e seus olhos verdes estavam cansados, apesar de não estar sentindo sono.

Mas o que a surpreendeu foi quando olhou a palma da sua mão e percebeu que a mancha branca não voltara. Já fazia dois dias desde que ela desaparecera, e desde então a garota não a vira. Não sabia o que tinha causado aquilo, mas se aliviava em ver que ela tinha sumido (apesar de ter desaparecido de uma maneira estranha).

Ainda encarando o espelho, ela levanta a parte de baixo da camisa até um certo ponto para que conseguisse ver sua cintura. Acima dela ficava suas costelas, e após dar uma rápida observada, percebe que a pele em cima do local está com sua coloração normal. A garota mexe os quadris de um lado para o outro, sem sentir dor. Seu sangue de Lobo tinha mesmo curado-a.

Então as imagens do que aconteceu no dia anterior atormentaram seus pensamentos. Se lembrou dos desvios que seus instintos a obrigou á fazer - uma obrigação que por acaso salvou sua vida de um destino pior. Aquilo, ela tinha que admitir, tinha sido irado!

Aproxima seu rosto um pouco mais para perto do espelho. Seus olhos continuavam verdes como um pedaço de esmeralda, mas ela tinha em mente que em duas semanas e meia eles se tornariam vermelhos como sangue. Esse pensamento as vezes lhe assustava - ter em mente que se transformará em um animal peludo e selvagem, que pode perder o controle e sair atacando todo mundo.

Ela dispensou esse pensamento rapidamente. Se dirigi de volta ao quarto, quando vê rapidamente o pequeno pedaço de papel embaixo do despertador, onde ela tinha deixado uma semana atrás. A coloração rosa-chiclete chegava a enjoa-la em alguns dias. Ela senta na beirada da cama e pega o pedaço de papel. O olha, girando-o entre as mãos e vendo todos os ângulos que conseguia. Olha o verso do papel, lendo os dizeres que Patrícia escreveu:

Estou lhe convidando para minha festa de 15 anos. Conto com sua presença!

Será dentro de uma semana.

Assinado: Patrícia Aurum.

O convite poderia parar por aí. Ela poderia deixar que todos aqueles que quisessem ir pudessem entrar e se divertissem durante todo o restante da noite, comer a vontade e dançar até cansar. Mas era só continuar lendo o convite para saber qual era a verdadeira intenção da aniversariante:

Obs: Só entra quem: a) estiver com roupas de gala; b) saber o que é roupas de gala; c) tiver mais de mil seguidores no Twitter.

"Qual é a sua?". Era isso o que ela queria tanto perguntar a Patrícia. Só porque era rica e tinha muito dinheiro. Isso não é motivo para ser esnobe com os outros. Jogou o convite sobre a cama com raiva. Ela iria nessa festa. Só porque não fora convidada não significava que não iria - apesar disso ser um motivo bem vago.

***

Bill não sabia qual sentimento sentia primeiro: raiva ou raiva suprema. Ele tentou se acalmar passando as mãos pelos seus cabelos, mas não conseguiu. Era simplesmente difícil de acreditar.

-Você fez o quê? - perguntou Bill, tentando controlar a raiva que estava sentindo naquele momento. Pelo visto era só ele sair por alguns minutos para um ato como aquele acontecer.