A guy like you should wear a warning It’ s dangerous, I’m falling.
— Britney Spears, “Toxic”Todo o medo que senti está explodindo em forma de adrenalina. Que raiva!
Cadê meu irmão? Como ele pôde se enfiar num lugar desses?
Bato o portão com força assim que saio. Pouco depois ele se abre de novo, e, de canto de olho, vejo Bailey saindo. Ele está vestindo uma calça jeans justa, e me xingo porque, mesmo em um dos momentos mais tensos da minha vida, não pude deixar de reparar em seu corpo. A camiseta branca debaixo da jaqueta de couro preta lhe dá um ar de Clark Kent sob efeito de kryptonita vermelha, e eu amo essa versão rebelde do Super-Homem.O que está acontecendo comigo? Ele nem faz o meu tipo.
Bailey é um bad boy de quinta categoria, e eu gosto dos certinhos, como César.Quem eu quero enganar?
Acabei de admitir que tenho uma queda pelo Clark rebelde.Telefono sem parar para o meu irmão. Nada. Ligo para o segurança de casa.
Nada. Lamar não voltou. Ligo para o César, para que venha me buscar. Nada. Não posso ligar para o vovô. Ele me mataria.Não sei o que fazer. Vim procurar meu irmão, e só Deus sabe onde ele se meteu.
Bailey ainda está rindo quando passa por mim e sobe na moto. Sem saída, ligo para o taxista.
— O que você está fazendo? — Bailey pega meu celular e o desliga quando me ouve dando o endereço. Nem percebi que ele tinha descido da moto.
— Pedindo carona.
— Eu sou sua carona. Ou prefere ficar esperando um táxi? Os caras podem ter se acalmado porque o Gigante mandou, mas nada impede de eles saírem e te verem aqui. — Ele devolve o aparelho. — A escolha é sua, mas eu vou embora. — E sobe na moto outra vez.
Sou teimosa, então retomo a ligação, mas acabo desistindo quando descubro que o motorista vai demorar pelo menos meia hora para chegar.
Estou olhando para baixo, batendo a ponta do tênis no chão, apertando as mãos, como uma garotinha sem saída, irritada comigo mesma por ter me metido nesta situação. Levanto os olhos e ele está parado na moto, com um sorriso vitorioso e o capacete estendido para que eu o pegue.
Nossos olhares se enfrentam. Ele é tudo o que eu não quero agora e vice-versa. Mesmo assim, há exatos quarenta dias, por mais que nossos caminhos sejam diferentes, temos nos esbarrado nos cruzamentos.
Vou até ele e pego o capacete.
— Não posso andar de moto.
Estou de saia — aponto para minhas pernas, constatando o óbvio. — É melhor esperar o táxi.— Sei que está de saia.
Percebi na hora em que olhei para você e não encontrei o visual da Avril. Por que mudou? Eu gostava.— Por isso mesmo.
Se ele sorrir mais, seu rosto vai rasgar. Ele está zombando de mim. Que imbecil!
Ah, droga! Por que tenho a mania de dizer a última palavra sem pensar? Agora ele pensa que tem muita importância para mim. Nem foi por isso que mudei o visual, foi para não me lembrar desse idiota. Droga.
Pelo menos isso eu só pensei, não disse.— Me diz, menina, por que você só usa saia? É algum plano pra me seduzir? Porque, se for, tá dando certo — ele diz e, diferente de mim, não está nem aí em assumir.
— Eu... — Pensa numa boa resposta, pensa numa boa resposta. — Eu gosto das minhas pernas. — Dã! Não creio que eu disse isso.
Ele não para de me olhar, dá uma longa e demorada secada em mim.
— É, eu também.Maldito! Ele ainda me provoca.
Olho para o capacete enquanto penso no que fazer. Bailey tira a jaqueta de couro e me entrega.— Ponha isso.
— Por quê?
— Porque o vestido é tão curto que a jaqueta vai cobrir mais.
Hesito, então ele desce de novo da moto. Acho que ele faz esse movimento de subir e descer de propósito, porque a calça marca suas coxas e sua bunda ainda mais.
— E você vai congelar quando ganharmos velocidade. Eu corro... — A última palavra é apenas um sussurro provocante.
Bailey pega o capacete, coloca-o sobre a moto, olha em meus olhos, bem dentro dos meus olhos, segura minha mão e me estende a jaqueta. Fico parada, olhando para ele, respirando rápido — ou talvez nem esteja respirando.
— Se quiser, posso te vestir.
Não é o que eu normalmente faço com garotas. Tirar é mais a minha praia.Pego a jaqueta de supetão.
Ele sorri. Ganhou outra vez.
Parece que, mesmo quando pretendo irritá-lo, acabo fazendo o que ele queria.— Você vai ficar sem jaqueta e sem capacete? — indago, preocupada, afinal ele está aqui por minha causa. Pelo menos é o que eu acho, apesar de não ter perguntado.
— Vou.
— Ficar sem capacete é perigoso, e você vai congelar sem blusa. Não foi o que você disse?
— Vou correr o risco quanto ao capacete, e você vai compensar a falta da jaqueta.
Ele monta na moto outra vez e dá dois tapinhas no assento, para que eu suba.
— Do que você está falando? — pergunto ao subir e deslizar as mãos em sua cintura, ajeitando meu corpo ao dele.
— Assim. Desse jeito. Só não tire as mãos daí — ele diz enquanto dá partida na moto.
Sinto uma rouquidão mais intensa no tom da última frase, e, por mais que eu queira me afastar, tudo o que faço é apertar mais forte.
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“Um cara como você deveria ter um aviso/ É perigoso, estou me apaixonando.”
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As Batidas Perdidas do Coração
ФанфикShivani acaba de perder o pai. Com a mãe em depressão, ela se vê obrigada a assumir o controle da casa com o irmão mais novo. Bailey teve o pai assassinado há alguns anos e agora viu quatro pessoas de sua família, incluindo a única irmã, morrerem em...