Capítulo 13

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A guy like you should wear a warning It’ s dangerous, I’m falling

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A guy like you should wear a warning It’ s dangerous, I’m falling.
— Britney Spears, “Toxic

Todo o medo que senti está explodindo em forma de adrenalina. Que raiva!

Cadê meu irmão? Como ele pôde se enfiar num lugar desses?
Bato o portão com força assim que saio. Pouco depois ele se abre de novo, e, de canto de olho, vejo Bailey saindo. Ele está vestindo uma calça jeans justa, e me xingo porque, mesmo em um dos momentos mais tensos da minha vida, não pude deixar de reparar em seu corpo. A camiseta branca debaixo da jaqueta de couro preta lhe dá um ar de Clark Kent sob efeito de kryptonita vermelha, e eu amo essa versão rebelde do Super-Homem.

O que está acontecendo comigo? Ele nem faz o meu tipo.
Bailey é um bad boy de quinta categoria, e eu gosto dos certinhos, como César.

Quem eu quero enganar?
Acabei de admitir que tenho uma queda pelo Clark rebelde.

Telefono sem parar para o meu irmão. Nada. Ligo para o segurança de casa.
Nada. Lamar não voltou. Ligo para o César, para que venha me buscar. Nada. Não posso ligar para o vovô. Ele me mataria.

Não sei o que fazer. Vim procurar meu irmão, e só Deus sabe onde ele se meteu.

Bailey ainda está rindo quando passa por mim e sobe na moto. Sem saída, ligo para o taxista.

— O que você está fazendo? — Bailey pega meu celular e o desliga quando me ouve dando o endereço. Nem percebi que ele tinha descido da moto.

— Pedindo carona.

— Eu sou sua carona. Ou prefere ficar esperando um táxi? Os caras podem ter se acalmado porque o Gigante mandou, mas nada impede de eles saírem e te verem aqui. — Ele devolve o aparelho. — A escolha é sua, mas eu vou embora. — E sobe na moto outra vez.

Sou teimosa, então retomo a ligação, mas acabo desistindo quando descubro que o motorista vai demorar pelo menos meia hora para chegar.

Estou olhando para baixo, batendo a ponta do tênis no chão, apertando as mãos, como uma garotinha sem saída, irritada comigo mesma por ter me metido nesta situação. Levanto os olhos e ele está parado na moto, com um sorriso vitorioso e o capacete estendido para que eu o pegue.

Nossos olhares se enfrentam. Ele é tudo o que eu não quero agora e vice-versa. Mesmo assim, há exatos quarenta dias, por mais que nossos caminhos sejam diferentes, temos nos esbarrado nos cruzamentos.

Vou até ele e pego o capacete.

— Não posso andar de moto.
Estou de saia — aponto para minhas pernas, constatando o óbvio. — É melhor esperar o táxi.

— Sei que está de saia.
Percebi na hora em que olhei para você e não encontrei o visual da Avril. Por que mudou? Eu gostava.

— Por isso mesmo.

Se ele sorrir mais, seu rosto vai rasgar. Ele está zombando de mim. Que imbecil!

Ah, droga! Por que tenho a mania de dizer a última palavra sem pensar? Agora ele pensa que tem muita importância para mim. Nem foi por isso que mudei o visual, foi para não me lembrar desse idiota. Droga.
Pelo menos isso eu só pensei, não disse.

— Me diz, menina, por que você só usa saia? É algum plano pra me seduzir? Porque, se for, tá dando certo — ele diz e, diferente de mim, não está nem aí em assumir.

— Eu... — Pensa numa boa resposta, pensa numa boa resposta. — Eu gosto das minhas pernas. — Dã! Não creio que eu disse isso.
Ele não para de me olhar, dá uma longa e demorada secada em mim.
— É, eu também.

Maldito! Ele ainda me provoca.
Olho para o capacete enquanto penso no que fazer. Bailey tira a jaqueta de couro e me entrega.

— Ponha isso.

— Por quê?

— Porque o vestido é tão curto que a jaqueta vai cobrir mais.

Hesito, então ele desce de novo da moto. Acho que ele faz esse movimento de subir e descer de propósito, porque a calça marca suas coxas e sua bunda ainda mais.

— E você vai congelar quando ganharmos velocidade. Eu corro... — A última palavra é apenas um sussurro provocante.

Bailey pega o capacete, coloca-o sobre a moto, olha em meus olhos, bem dentro dos meus olhos, segura minha mão e me estende a jaqueta. Fico parada, olhando para ele, respirando rápido — ou talvez nem esteja respirando.

— Se quiser, posso te vestir.
Não é o que eu normalmente faço com garotas. Tirar é mais a minha praia.

Pego a jaqueta de supetão.
Ele sorri. Ganhou outra vez.
Parece que, mesmo quando pretendo irritá-lo, acabo fazendo o que ele queria.

— Você vai ficar sem jaqueta e sem capacete? — indago, preocupada, afinal ele está aqui por minha causa. Pelo menos é o que eu acho, apesar de não ter perguntado.

— Vou.

— Ficar sem capacete é perigoso, e você vai congelar sem blusa. Não foi o que você disse?

— Vou correr o risco quanto ao capacete, e você vai compensar a falta da jaqueta.

Ele monta na moto outra vez e dá dois tapinhas no assento, para que eu suba.

— Do que você está falando? — pergunto ao subir e deslizar as mãos em sua cintura, ajeitando meu corpo ao dele.

— Assim. Desse jeito. Só não tire as mãos daí — ele diz enquanto dá partida na moto.

Sinto uma rouquidão mais intensa no tom da última frase, e, por mais que eu queira me afastar, tudo o que faço é apertar mais forte.

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“Um cara como você deveria ter um aviso/ É perigoso, estou me apaixonando.”

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora