Capítulo 67

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I will never let you fall I’ll stand up with you forever I’ll be there for you through it all Even if saving you sends me to heaven

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I will never let you fall I’ll stand up with you forever I’ll be there for you through it all Even if saving you sends me to heaven.
— The Red Jumpsuit Apparatus, “Your Guardian Angel”

Krystian me empurra contra a parede quando ouço um tiro. Minha respiração se acelera e olho rapidamente em volta. Bailey está caído com a mão no rosto, mas balança a cabeça para mim. Não foi ele. Pepe derrubou um dos bandidos e está se levantando. Neste momento, meu peito fica completamente sem ar e meu irmão desaba de costas no chão.

— Não! — grito e corro para Lamar, ajoelhando ao seu lado e o chacoalhando. — Fala comigo!

— Calma, Shiv. Foi na barriga, não tô mudo — Lamar ainda tenta fazer graça, mas seu gemido mostra que está com muita dor. — Puta que pariu! Essa porra queima! — Ele aperta o ferimento. Está escuro e não consigo ver direito onde pegou, mas ele definitivamente levou um tiro.

— Conta essa porra de dinheiro logo e deixa a gente ir embora daqui, seu filho da puta! — grito, revoltada.

Vitinho está em silêncio, olhando para o cara que Pepe apagou não sei como durante a confusão. Ele aponta a arma para Pepe e Krystian, já que Bailey está imobilizado pelos dois que sobraram e Lamar está deitado, ferido. Parece hesitar, pensar ou... Meu Deus... Ele balança o braço de um para o outro e para repentinamente, atirando no peito de Pepe, que cai, gemendo.

— Pepe! — Bailey grita, se debatendo. — Eu vou te matar, caralho! Vitinho, me solta e me enfrenta que nem homem, seu filho da puta!

Aperto os lábios enquanto Lamar segura minha mão. Os dedos dele estão molhados e pegajosos. Sei que é sangue. Troco um olhar com Krystian, implorando que ele não se mexa.

— Isso, seu filho da puta, é pra não vir bancar o herói na porra da minha área! — Vitinho chuta Pepe, que não solta um gemido sequer, apesar de não ter perdido os sentidos. Eu me levanto correndo para ver como ele está. — E você também, sua vadia. — Antes que eu possa piscar, ele me dá um murro tão forte na cara que minha cabeça bate no chão. Meu lábio começa a sangrar.

— Caralho! — Bailey acerta o estômago de um dos caras com o ombro e tenta pegar o outro, quando Vitinho me arrasta pelos cabelos e eu grito.

— Tem certeza disso, seu corno? Porque eu pretendia comer a sua mulher, mas, se for bancar o porra-louca filho da puta, vou ter que matar a piranha de uma vez! — Ele força o cano da arma na minha cabeça e Bailey para de se debater, me lançando um olhar aflito.

Krystian está com as duas mãos no ferimento de Pepe, tentando estancar o sangramento. A situação dele parece muito mais grave que a do Lamar. O primo de Bailey me olha em desespero e balanço a cabeça para ele não se mexer. Não preciso de mais ninguém machucado por minha causa. Se algum deles morrer...

— Todos de boa e concordando que eu não devo estourar a cabeça dessa vadia? — Vitinho pergunta num tom que me arrepia. Nunca senti tanto medo.

— Vou te matar, seu filho da puta! — Bailey grita. — Seu problema é comigo! Solta a minha garota agora!

— Sua garota? — Vitinho ironiza, descendo a mão vulgarmente pelo meu corpo, enquanto os dois caras seguram Bailey, praticamente incontrolável. — Se fosse sua, eu faria isso? — Ele pega um canivete, abre, passa pelo meu peito e rasga minha blusa, expondo parte do meu seio.

As lágrimas escorrem pelo meu rosto. Não tem como essa situação terminar bem. Viemos até aqui sem envolver a polícia porque, caso contrário, o Bailey poderia morrer. Agora, acho que todos nós vamos morrer. E eu causei isso. Ao escolher Bailey, condenei todos os outros.

— Cansei de ver garotinhas deslumbradas como você que pensam que são melhores que a gente. Mas quer saber? A gente é tudo igual depois da primeira carreira — Vitinho diz ao passar a língua pelo meu pescoço e descer, mordendo meu seio.
Nunca senti tanta dor e tanto nojo. Meu peito arde demais, acho que cortou minha pele. Meu estômago revira e sinto que posso vomitar. O enjoo é violento. Ele mexe no bolso e estende um saquinho com pó branco. — Olha só o que tenho aqui. Aí, Barman, vou resolver o seu problema. Essa vadia não vai mais olhar a gente de cima.

— Vitinho, não! — Bailey vai da ira à súplica quando o vê me arrastar até uma mesinha no canto, oculta pelas sombras, e depositar o pó sobre ela. — Por favor, solta eles. Me mata se quiser, mas, pelo amor de Deus, não faz isso com a Shivani. PELO AMOR DE DEUS!

Vitinho não se comove. Ele afunda ainda mais a mão em meus cabelos e me abaixa com violência rente à mesa. Posso sentir parte do pó entrando em meu nariz quando respiro, mesmo sem aspirar com força.

— Cheira, vagabunda!

Prendo a respiração. Ele me bate outra vez.

— Solta ela, porra! — Bailey grita, e sei que está chorando.

— Cheira, vadia! Depois tem outra coisa pra você — ele pressiona o quadril nas minhas costas e sinto sua ereção.

— Tira a mão dela, caralho! — Bailey se debate, sem se importar com os riscos. — Me mata, mas não faz isso com ela. ME MATA, CARALHO! SÓ ME MATA, MAS DEIXA ELA IR!

Lamar não emite um único som, e isso me desespera. Se meu irmão não está falando, é porque está inconsciente. Meus olhos começam a se turvar de lágrimas, mas ainda consigo ver Krystian se levantar, assentir para Bailey e se jogar sobre um dos caras que o seguram. Vitinho bate minha cabeça com tudo na mesa.

Em um segundo, Bailey está em pé. Ouço outro tiro e tudo fica escuro.

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“Nunca vou deixar você cair/ Vou enfrentar tudo com você para sempre/ Vou estar ao seu lado o caminho todo/ Mesmo que te salvar me mande para o céu.”

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora