Capítulo 59

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I know this really isn’t you I know your heart is somewhere else And I’ll do anything I can To help you break out of this spell

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I know this really isn’t you I know your heart is somewhere else And I’ll do anything I can To help you break out of this spell.
— Aly & AJ, “Never Far Behind”

Nos primeiros dias, vou atrás de Bailey na casa onde aconteceu a festa em que ele me buscou há mais de três meses, no dia em que conversamos a madrugada inteira sobre a dor de perder nossos pais. Se eu pudesse estabelecer um dia em que tudo começou, seria esse.

Eu já sabia da conexão que a morte havia nos imposto, mas, ao ouvi-lo me contar tão abertamente quanto sofria, nunca mais consegui me libertar dele.

Reconheço Gigante, o amigo dele, abrindo o portão. Então me lembro de que muitas vezes as drogas vinham dali.

— E não é que você veio mesmo? — ele diz, atravessando a rua e vindo até mim, antes que eu possa me mexer.

— Você sabe quem eu sou?

— A mina do Barman. O Bailey disse que você viria.

— Ele está aqui?

— Não. Estava. Vazou porque o porra-louca do Pepe veio buscar ele. Os dois brigaram. Acho que você sabe.

— Não, eu não sabia. Achei que Pepe não tinha encontrado Bailey.

— Briga feia. Tive que separar.

— Eu não sabia.

— É. O Bailey tá por aí. Deixem o cara ter o tempo dele. Uma hora ele aparece, se dermos sorte. — Não gosto do tom de lástima que sinto em sua voz. Ele sabe mais do que diz.

— Pode me dizer onde ele está?

— Não. Se você topar com ele, ele vai correr. Não se aperta alguém com tanta branquinha no sangue. Ou ele corre, ou te bate. Pergunta pro Pepe. O Bailey vai querer morrer se te bater, melhor ficar longe.

— Ele nunca me bateria — levanto o queixo, indignada.

Ele ri, coça a cabeça e responde:

— Você não sabe nada do mundo, né? O cara que você conheceu não existe mais.

— Quero que você pare de vender pra ele. — Abro a bolsa e lhe estendo um maço de notas. — Pago o dobro ou o triplo para não vender.

— Eu não vendo pro Bailey e não vou pegar o seu dinheiro. Guarda essa porra. — Ele me força a abrir a bolsa e a guardar as notas. — O Barman salvou minha vida uma vez, não tô louco de acabar com a dele. Não sou santo, curto a droga, sei o barato que ela dá, mas não quero perder um amigo. O Bailey fica melhor sem ela. A merda é que eu não sei se dá pra sair mais. Gigante me lança um sorriso triste e vejo nele o amigo que Bailey dizia ter. Ele não parece tão mal como eu pensava.

— O Bailey vai encontrar drogas em outro lugar. Já encontrou. Tá na rua e conhece a fonte. Foi mal, mas não rola impedir. Quem quer acha. Tá em todo lugar. — Nunca vou esquecer a tristeza que vejo em seu olhar

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora