Capítulo 52

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There are many things that I would like to say to you But I don’t know how Because maybe You’re gonna be the one that saves me And after all You’re my wonderwall

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There are many things that I would like to say to you But I don’t know how Because maybe You’re gonna be the one that saves me And after all You’re my wonderwall.
— Oasis, “Wonderwall”

Abro os olhos, desnorteado. O quarto está na penumbra e a porta entreaberta. Ouço vozes abafadas, pequenos sussurros que me preocupam. Sento na cama devagar. Meu corpo dói, como se tivesse passado vários dias levantando mais peso do que posso aguentar.

Saio da cama, dou um passo e me sinto tonto. Apoio a mão na parede e me arrasto até a porta. A camiseta está grudada em mim, molhada de suor. Estou fraco, tão fraco que uma brisa seria capaz de me derrubar.

Na sala, Krystian, Pepe, Nour, Savannah, Lamar e Sabina estão sentados no sofá e param de falar quando me veem. Até Noah está ali, encostado na parede perto da cozinha, com as mãos nos bolsos e a testa franzida, aguardando minha reação.

Meus olhos vasculham o ambiente à procura de Shivani, que surge da cozinha com um copo de água e quase o derruba ao me ver. Noah pega o copo tão rápido que me pergunto quanto está ligado nela, quanto se preocupa e a observa de perto, para checar se não vou destruí-la.

Desde que contei sobre os meus problemas, este era o momento que eu mais temia: a maneira como ela me olharia após a primeira crise. Sou tomado por uma vontade absurda de chorar ao não encontrar nem uma sombra de julgamento em seu rosto. No sorriso inseguro que ela me lança, antes de correr para mim, quase me derrubando com o impulso, existe apenas alívio.

Tento ampará-la e lhe dizer algo, mas minha voz custa a sair. Pepe, como um raio certeiro, me segura quando cambaleio.

— Eu assumo daqui, Shiv — ele diz, querendo me dar mais tempo. — Por que não esquenta a sopa que eu preparei? O Bailey precisa de outro banho agora.

Nem tento dizer nada. Aproveito que meu amigo me dá cobertura nessa louca e tenebrosa volta da morte e me calo, caminhando para o banheiro sem soltá-lo.

Pepe abre o chuveiro enquanto tiro a roupa. Ele se vira de costas, mexendo na pia e me dando um pouco de privacidade, como se eu não imaginasse tudo o que ele deve ter visto durante a noite.

A água morna é um conforto. A vontade de arrancar meus músculos ainda me domina, e saber que a dor vai durar vários dias me assusta.

— Por quanto tempo dormi? — pergunto, lavando os cabelos.

— Quinze horas e vinte e três minutos.

— Você contou até os minutos?

— Eu não, mas a Shiv contou. Acho que ela é mesmo a garota certa pra você. Deu até orgulho de ver. Tem algo nela... Quando a gente bate o olho, acha que é uma patricinha, mas aí, se olhar com atenção, dá pra ver que ela é forte e capaz de qualquer coisa por quem ama. E ela te ama, não tenho dúvida.

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora