You don’t know me You don’t even care... oh yeah She said, you don’t know me You don’t wear my chains...
— Augustana, “Boston”Um dia após o outro. Um dia após o outro. Um dia após o outro.
É assim que a vida segue, enquanto você sofre, ri, chora, ama, perde. Ela não para. Algo que aprendi ao longo desse último mês é que o tempo não é médico, ele é ilusionista. Nós não nos curamos conforme a vida passa, só nos iludimos achando que vai chegar aquele dia em que tudo será mais fácil. Então continuamos à procura do momento em que ficaremos bem, tendo a sensação de que estamos melhorando, quando na verdade só seguimos vivendo.
O tempo é capaz de desfocar as nossas dores e nos distrair com a vida que segue, mas a dor nunca some por completo. Nós a colocamos em um arquivo do coração e evitamos mexer nela.
É o que penso balançando meu pé para lá e para cá, como um pêndulo, enquanto a terapeuta do grupo de apoio a pessoas que perderam alguém tenta fazer um garoto novo falar.
Meu avô nos obriga a vir às reuniões toda terça-feira à tarde. Nós, os netos, porque minha mãe segue em uma rotina particular, que envolve ficar a maior parte do tempo no quarto.
O garoto novo estava conversando com Lamar na hora do intervalo, enquanto eu falava com César ao telefone. Meu irmão tem um instinto acolhedor e não consegue ver pessoas sozinhas sem se aproximar.
César vem nos buscar mais tarde, já que Lamar caiu com a moto na semana passada e ela está no mecânico. Como ele não se machucou, não foi difícil esconder o fato de minha mãe. Afinal, ela está tão alheia que, mesmo que visse a moto toda estourada, não perceberia.
Sei que ela ouviu minha discussão com meu irmão, mas infelizmente nem isso foi capaz de fazê-la reagir. Quase morri quando o vi chegar em casa com a roupa rasgada. Ele prometeu ter mais cuidado, e eu prometi não contar nada ao vovô, pelo menos naquele momento.
Volto a atenção para o garoto moreno à minha frente.
— Prefiro não falar hoje.
A pior frase que ele poderia escolher em uma terapia.
— Por que não fala um pouco sobre você? Qualquer coisa — a terapeuta insiste, e vejo meu irmão lançar um olhar incentivador ao garoto, como se ele mesmo falasse muito por aqui.
O jovem hesita, mexe na manga da camiseta comprida, dá de ombros repete:
— Qualquer coisa?
— Sim.
— Só estou aqui porque me obrigaram. — Ele não diz isso com raiva, mas de forma tão espontânea que me rouba um sorriso. É o primeiro que confessa o que todos nós pensamos. Ninguém quer estar aqui, porque comparecer implica ter perdido alguém.
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As Batidas Perdidas do Coração
FanficShivani acaba de perder o pai. Com a mãe em depressão, ela se vê obrigada a assumir o controle da casa com o irmão mais novo. Bailey teve o pai assassinado há alguns anos e agora viu quatro pessoas de sua família, incluindo a única irmã, morrerem em...