Capítulo 17

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It’ s my life It’ s now or never I ain’t gonna live forever I just want to live while I’m alive

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It’ s my life It’ s now or never I ain’t gonna live forever I just want to live while I’m alive.
— Bon Jovi, “It’ s My Life”

Acordo sem saber direito como dormi. A jaqueta é a resposta de que preciso.

Eu me sento na cama e a abraço devagar, tirando-a em seguida e me dando conta da razão de estar com ela. Corro para o quarto do Lamar e ele está lá, capotado de atravessado na cama, sem camisa, mas ainda de calça jeans e tênis.

O quarto cheira a bebida, e o relógio do quarto marca 11h17. E daí que é ímpar e estou na dúvida? Ele vai ver só uma coisa.

Saio de lá e passo por Joana, uma das mulheres que cuidam da casa. Ela está passando pano na sala e me olha assustada.

— Posso pegar o balde? — digo de supetão.

— Bom dia, menina. — Ela coloca uma mão na cintura e me repreende. — Vocês esqueceram como tratar os outros, é? Seu irmão passou por mim como um furacão mais cedo.

— Bom dia. Desculpa.

Ela está na família desde antes de eu nascer e tem razão em estranhar nosso comportamento. Tudo era muito mais fácil antes.

— Posso usar, por favor?

— Não te vejo pegar num balde desde que você tinha dois anos e meio, e usou um para colocar seu irmão dentro.

Não consigo conter o sorriso, pelo que estou prestes a fazer. É irônico.

— Preciso usar... — Não quero dizer para quê. Se tem alguém que mima Lamar mais que qualquer pessoa nesta casa, é Joana. Isso porque ela não sabe que ele já traçou as duas filhas dela.

— Pode usar, mas nada de bagunça porque tô ficando velha e cansada. — Ela está exagerando, até coloca a mão na testa, depois ri para mim, balançando as mãos. — Vai, vai.
Sua mãe tá mesmo precisando de um chacoalhão. Tô querendo fazer isso há dias.

Eu a olho, espantada. Não tem nada a ver com a minha mãe. Em menos de trinta segundos estou no quarto de Lamar, segurando um balde vazio na mão, enquanto ele levanta assustado e completamente molhado.

— Isso é por você sumir sem me avisar, e isso — dou um tapão nas costas dele — é... por sumir sem me avisar por tanto tempo!

Os dois motivos são um só, mas estou tão nervosa que nem raciocino.

— Você é louca, Shivani! Vou quebrar a sua cara! — ele grita, ameaça, passa as mãos no próprio rosto, mas sei que não teria coragem de me bater.

— Posso ir pra onde eu quiser e você não tem nada a ver com isso! As únicas pessoas que deviam se importar não podem fazer mais nada, porque um tá morto e a outra tá trancada naquele quarto, cagando pro que acontece aqui fora.

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora