Capítulo 16

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When you came in the air went out And every shadow filled up with doubt I don’t know who you think you are But before the night is through I wanna do bad things with you

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When you came in the air went out And every shadow filled up with doubt I don’t know who you think you are But before the night is through I wanna do bad things with you.
Jace Everett, “Bad Things

Hoje é dia de show no bar.
Em resumo: uma loucura.

Assim que estaciono a moto, vejo Pepe passando a mão pelos cabelos escuros e falando agitadamente ao telefone.

— Como assim, não vem? Tenho uma reserva de aniversário para cem pessoas. Fora o público normal do bar. Não tem como não ter banda!
Estou passando quando ele me faz sinal para parar e desliga o telefone.

— Cara, ferrou. Tem festa e não tem banda. Não dá! — Ele coloca as mãos na cintura, pensativo. — Me dá uma luz.

— Consegue arrumar um barman?

— Do seu nível, não. Tá com ideia, né?

— Aham. Arruma um sem ser do meu nível mesmo. Os outros caras dão conta do bar e a gente cuida do show. Já tocamos aqui várias vezes. Tudo bem que preparados, mas a gente dá um jeito. Chamamos aqueles seus dois amigos que têm ensaiado com a gente e pronto. Dá pra montar uma boa setlist. No intervalo assumo o bar, e aí a performance é outra, mas todo mundo vai sair feliz.

Enquanto falo, Pepe balança a cabeça, empolgado.

— Cara, o que seria de mim sem você?

— Tem dias que me faço a mesma pergunta. — Estou rindo, mas ele entendeu o sentido. Pepe é meu melhor amigo e sempre está lá por mim, mesmo se eu quiser só ficar quieto. Acho que é quem mais me conhece. — Aliás, já sabe, né?

— Claro que sei. Seu extra hoje é em dobro.

Faço um sinal positivo com as mãos enquanto corro para o estoque. Se vou trabalhar em dobro, preciso deixar tudo preparado para nada sair errado.

Estou anotando tudo que precisa ser levado para o bar quando Andressa surge na porta do estoque e a fecha atrás de si.

— Oi, querido.

Outra coisa que adoro, ser chamado de “querido”.

— Oi — respondo, sem olhar para ela.

— Hum... Tá se fazendo de difícil hoje?

O bom de trabalhar em bar é que tem uma grande rotatividade de hostess.
Raramente elas ficam por muito tempo. Andressa está demorando demais para partir.

— Andressa, não leva a mal não, mas hoje não vai rolar. Vou tocar e... — Marco o que preciso na lista presa a uma prancheta.

— Em dia de show, você só transa depois de tocar. O bar inteiro sabe disso. — De canto de olho, posso vê-la brincando com o zíper do macacão.
Subindo e descendo. Que fixação por subir e descer tem essa mulher!

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora