Capítulo 30

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I wanted you to know That I love the way you laugh I wanna hold you high And steal your pain away

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I wanted you to know That I love the way you laugh I wanna hold you high And steal your pain away.
— Seether feat. Amy Lee, “Broken”

Passo em casa para tomar um banho rápido. Não quero assustar Shivani com essa quantidade de sangue em mim. Quando saio do banheiro, enrolado na toalha, Krystian entra e vê minhas roupas manchadas.

Ignoro sua reação e vou para o quarto, mas, antes que eu feche a porta, ele a empurra.

— Que porra é essa? — questiona, segurando minha camiseta branca manchada. Depois franze a testa, e vejo sua preocupação. — Tá machucado?

— Não.

Krystian corre os olhos pelo quarto à procura de pistas. Não vai encontrar nada. Limpei tudo antes de sair. Ele estreita os olhos, como uma águia, e me encara.

— O que você fez?

— Moleque... — É um aviso.

— Moleque uma merda! Você usou de novo?

— Krystian, sai daqui — seguro a porta aberta.

— Porra, Bailey! Porra!Quer se matar?

— Preciso me trocar. A mãe da Shiv tá no hospital.— Péssima escolha de palavras.

— E você sabe por quê? Eu sei. O Lamar me ligou. Overdose, mano! Overdose! Overdose! — ele repete sem parar, e percebo que está convivendo demais comigo.

— É isso que quer pra você? Que um dia eu faça uma ligação desesperada pra alguém? É isso? — ele empurra meu peito, e preciso segurar a toalha antes que caia. Visto uma boxer preta e sento na cama, enquanto Krystian segue emputecido. — O Lamar me disse que a Shivani tá desmoronando lá, que ligou pro meu primo filho da puta e ele atendeu o telefone, mas não respondeu. O que você tá fazendo, cara?

— Vou pra lá agora — tento me defender, abrindo o guarda-roupa e pegando uma camiseta azul.

— Bailey, pensa no que você está fazendo, por favor.

Não sei o que é, se ele percebe que brigar não adianta ou se simplesmente explode, mas meu primo senta no chão encostado à parede e começa a chorar. Primeira crise de choro depois que perdeu a família. Estava demorando.

Visto a camiseta e me ajoelho perto dele, tocando suas costas. Ver meu primo assim me machuca. Sua cabeça está apoiada nas pernas, e ele não consegue se controlar. Não sei o que fazer. Krystian é o único da família que sabe o que eu vivo. Minha irmã, Maya, sabia. Mais ninguém. Minha mãe não quer enxergar o óbvio, e, honestamente, eu até entendo.

Ver o Krystian desabando assim, por minha causa, é como um murro no estômago. Estou magoando quem já foi destroçado pela vida e isso me incomoda demais. Suas costas sobem e descem enquanto ele, apenas um menino, tenta me alertar.

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora