Capítulo 64

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What if I fell to the floor?Couldn’t take this anymore What would you do, do, do?— Thirty Seconds to Mars, “The Kill”

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What if I fell to the floor?
Couldn’t take this anymore What would you do, do, do?
Thirty Seconds to Mars, “The Kill

Acordo sem saber onde estou. Minha cabeça explode. É quase uma rotina nas últimas semanas. Acontece pelo menos uma vez a cada três ou quatro dias.

— Você não morreu, cara. Só chapou até desmaiar — Gigante diz rindo do outro lado da sala, enquanto me ajeito no sofá.

— E a Shivani? — Lembro de ter escutado a voz dela, mas não sei se sonhei.

— Ela tava lá. Mano, faltou pouco pra atirar no Pepe.

— Pouco pra quê?! — Eu me sento e minha cabeça roda. Que porra!

— Os dois iam te internar, Barman. Acho até legal você dar uma maneirada, mas internar é demais. Esquece essa mina. — Ele deixa a sala gargalhando, como se fosse fácil esquecer Shivani.

Eu me viro para mandar o cara para a puta que pariu e tudo fica branco. Apago e não sei de nada.

Acordo só no dia seguinte e mantenho minha rotina longe daqueles que amo e que ainda me amam. Não cheiro todos os dias, mas bebo pequenas doses constantemente. Sou um estúpido covarde, porque quero morrer e não consigo, então uso doses que só me mantenham anestesiado. Infelizmente não tanto quanto eu gostaria.

Mais alguns dias se passam como repetições estúpidas de uma realidade insuportável. Estou no quintal, fumando, pensando inevitavelmente nela. Na garota mais forte que a droga. Na garota que mudaria tudo. Na garota que eu abandonei.

Gigante saiu para mais um de seus negócios. Eu deveria estar sozinho, mas o barulho de uma garrafa rolando no chão me faz olhar para trás. Vitinho caminha com seu gingado malandro. Nós nunca nos demos bem. Já brigamos mais vezes do que o Gigante deu conta de separar. Ele me lança um sorriso maquiavélico, e estou prestes a perguntar que porra ele quer comigo quando alguém acerta minha cabeça por trás.

Acordo sem saber onde estou. Minha cabeça explode.

Estou em um quarto pequeno, sem móveis. A porta está trancada. Eu a esmurro.

— Abre esse caralho, Gigante!

Vitinho abre com uma arma em punho. Levanto as mãos, reconhecendo a situação.

— Fica de boa aí, Barman. Logo mais sua mina vai chegar com a grana.

— Que porra é essa? Cadê o Gigante?

— Tá fora da jogada. Tô assumindo essa porra. Você é minha fonte de renda — ele zomba, mas não abaixa a arma. — Quem diria? O filho da puta que eu quero matar há anos vai me sustentar graças à vadia gostosa e cheia da grana que arrumou. Sabia que ela oferece dinheiro pra todo mundo pra te tirar daqui? Tá na hora de alguém ser vivo e aceitar. Cabô pra você, seu pau no cu! Vou te foder e vou foder onde mais dói. O melhor é que vai ser bem na porra da tua cara!

Não tenho tempo de reagir. Ele fecha a porta e me dou conta do que está acontecendo.

Ah, porra. O que foi que eu fiz?

⏭  ▶ ⏮

“E se eu caísse no chão?/ Não pudesse mais aguentar isso/ O que você faria, faria, faria?”

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora