Capitulo 27

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I know I don't know you But I want you so bad Everyone has a secret locked But can they keep it?Oh, no, they can't

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I know I don't know you But I want you so bad Everyone has a secret locked But can they keep it?
Oh, no, they can't.
— Maroon 5, "Secret"

Estou na recepção da agência de publicidade da minha família, aguardando meu avô terminar uma reunião. Uso uma saia branca de pregas, apenas dois dedos acima do joelho, e uma baby look laranja com um coração verde no centro, por dois motivos. A saia porque é comprida o suficiente para que ele aprove, e a baby look porque tem as cores da Índia. Quer ver vovô feliz? Lembre-o de sua terra natal. Na verdade são três motivos: o All Star vermelho foi presente da vovó.

A recepcionista diz que posso entrar, e assim que ele coloca os olhos em mim seu sorriso surge. Ele capta a mensagem que quero passar e também sabe que fiz de propósito.

Priy (Querida), sabe que fico triste quando preciso ligar para que você venha aqui. — Ele me abraça e a razão de eu fugir está aí. Seu cheiro, sua postura e seu tom de voz são iguais aos de meu pai, apesar de serem pessoas diferentes, tanto em personalidade quanto em aparência. Tem também a presença de um forte sotaque Híndi. — Sua avó também está com saudades. Você e seu irmão não podem se isolar assim. Aliás, não gostei nada do seu irmão cancelar o almoço. Ele disse que passa em casa depois, mas fiquei decepcionado.

— É uma fase complicada. — Eu o observo se sentar outra vez e apontar para a cadeira vaga de frente para a sua. — A gente não ia almoçar?

— Vamos, sim. Só estou esperando uma pessoa.

Eu me sento, ajeito a saia, passo os olhos pela mesa perfeitamente organizada e vejo a foto de minha família, que antes ficava na mesa do meu pai.

— Como está sua mãe? — ele pergunta, entrelaçando os dedos e descansando as mãos sobre o colo.

— Daquele jeito... — O que dizer?

— Ainda acho que devíamos mandá-la para uma clínica.
Assim ela receberia todo apoio possível. — Ele se inclina mais para perto de mim, tentando segurar minha mão sobre a mesa.

— Ela não aceitaria. — Eu me afasto. Ninguém vai internar minha mãe.

— Podemos fazer isso sem a autorização dela. — Ele quer me convencer.

— Não. — Fico ereta na cadeira, na defensiva.

— Hoje é um dia especialmente difícil para a sua mãe.

Expresso confusão ao olhar para ele. Não sei do que está falando.

— É o dia em que ela e o seu pai se conheceram.

Eu não fazia ideia. Meu vô tem uma memória surpreendente.

— Ela estava a mesma quando saí. — Não que isso seja bom. — Vou voltar para casa depois do almoço e passar o resto do dia por perto.

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora