Capítulo 65

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Run just as fast as I can To the middle of nowhere To the middle of my frustrated fears And I swear you’re just like a pill Instead of making me better You keep making me ill

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Run just as fast as I can To the middle of nowhere To the middle of my frustrated fears And I swear you’re just like a pill Instead of making me better You keep making me ill. — P!nk, “Just Like a Pill”

Lamar e eu conseguimos juntar mais de metade do dinheiro. Sacamos um pouco de cada conta, para não levantar tanta suspeita. Provavelmente meu avô vai ser informado amanhã e teremos de enfrentar as consequências, mas eu penso nisso depois. Pepe conseguiu o restante.

— É óbvio que, se dependesse de mim, vocês não iriam — Pepe deixa claro quando, por volta das oito da noite, estamos todos no carro rumo ao endereço passado para o Krystian. — O que vocês precisam saber é que eles são viciados, não bandidos profissionais.

— Isso é bom, não é? — Lamar pergunta.

— Não, na verdade é o contrário. — Pepe passa a mão nos cabelos castanhos, e sei que está pensando em parar o carro e deixar a gente em qualquer lugar, menos com ele. — Viciados não têm controle, não têm regras e agem por instinto. Fiquem perto de mim, não falem nada e me deixem resolver as coisas. Shivani, você só tá indo porque os caras exigiram.

Eu pedi, certa de que negariam, para ir sozinha. Sei que eles querem me proteger, mas não consigo lidar com a perspectiva de qualquer um deles se ferir por minha causa.

Pensei muito em conversar com tio Túlio. Porém sua resposta seria chamar a polícia, e isso seria uma sentença de morte para Bailey.

Assim, sigo com meu irmão, Krystian e Pepe para algo que sei que não pode terminar bem.

A casa fica em uma zona pobre da cidade. Para nossa surpresa, o lugar não se parece em nada com um quartel fortemente armado. Não é difícil entrar, ninguém está tomando conta e isso me espanta a ponto de eu comentar com Pepe.

— É sempre fácil entrar, Shiv — ele explica, me puxando para perto, enquanto Lamar assume o outro lado e Krystian fica atrás de nós. Não gosto da sensação de mocinha indefesa, mas não vou criar caso por algo tão pequeno perto do que estamos enfrentando. — Já sair... E não estamos tão sozinhos assim. — Ele aponta com a cabeça para o telhado e vejo um moleque de uns doze anos sentado lá, nos encarando.

Aperto a mochila nos braços. O dinheiro para salvar Bailey. Hesitei antes de entrar com ele, afinal é nossa única garantia, mas Pepe disse que era o melhor a fazer. Ele está estranho. Talvez seja pela situação, não sei. Desde que a gente se conheceu, passei a reparar nas nuances de suas mudanças de humor, e aposto que ele sabe de algo que eu não sei.

Estamos em um corredor longo, como o da casa do Gigante, que nos leva aos fundos, e me pergunto se isso é padrão no mundo das drogas. As imagens de Bailey rindo enquanto saíamos da casa de seu amigo alguns meses atrás invadem meus pensamentos. Não é hora de pensar nisso, mas nunca mais vou passar por um lugar assim sem pensar.

Tem uma porta e, antes de chegarmos perto, ela se abre.

— Olha só... A marrentinha trouxe guarda-costas — Vitinho zomba quando nos vê. Pepe está tão grudado em mim que sinto que a qualquer momento ele pode bater no imbecil que sequestrou Bailey. Então prefiro não responder. — Ih, o Bailey sabe dessa intimidade toda? Ou ela dá pra geral?

— Onde ele tá? — Pepe pergunta antes que eu consiga abrir a boca.

— Traz o cara — Vitinho diz a outro rapaz, e entramos na casa.

Não tem móveis nem lâmpadas. Lampiões e velas estão espalhados por todos os lados, banhando o lugar de uma luz sobrenatural. A cada frase, o eco se choca contra as paredes. É assustador. Sinto a mão de Lamar segurar a minha. Dois caras entram arrastando Bailey e o jogam no chão, a meus pés.

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“Correr o mais rápido que eu puder/ Para o meio do nada/ Para o meio dos meus medos frustrados/ E eu juro que você é como uma pílula/ Em vez de me fazer melhorar/ Continua me deixando doente”

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora