Capítulo 33

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If I give up on you I give up on me If we fight what’ s true, will we ever be

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If I give up on you I give up on me If we fight what’ s true, will we ever be.
— The Calling, “Stigmatized”

Fecho a porta depois que Bailey sai. Nour deve chegar em breve.

Vou a passos lentos até a cama de minha mãe e acaricio seus cabelos. Ela continua dormindo, mas cortaram os sedativos. Espero que acorde logo. Deitada assim, ela é uma triste versão da Bela Adormecida esperando por um príncipe que nunca virá.

Caminho até a janela e lá embaixo vejo Bailey saindo do hospital com o capacete na mão. Meus dedos tocam o vidro frio, que logo fica marcado por minha respiração.

Bailey se afasta cada vez mais até sumir de vista. Eu me viro para minha mãe. Lanço um olhar para a janela. Seguro sua mão fria. Penso se ela vai ficar bem. Penso se Bailey vai ficar bem. Quero soltar suas amarras.

Preciso soltar as amarras que prendem os dois. Mesmo vindo de mundos tão diferentes, minha mãe e Bailey são iguais. Ambos desesperados para mandar a dor para longe, sem perceber a dor que estão causando às pessoas à sua volta.

Meu pai costumava dizer que só sabemos o tamanho de nossa força quando passamos por uma dificuldade. Tenho medo do que vou descobrir até tudo isso terminar, mas não quero abandonar nenhum deles.
Sempre fiz qualquer coisa por minha mãe, e não conseguiria me afastar de Bailey.

Duas batidas na porta e Nour entra, trazendo um milk shake para mim.

— Como você está? — Ela me dá um abraço forte demais para alguém que parece tão frágil.

— Tentando ser forte. — Bebo um gole do milk shake.

— Lembra que o seu pai dizia que, se a gente tentar com muita vontade, não tem como não conseguir? — ela pergunta, apertando o pingente de cristal de seu colar, presente de meu pai quando ela fez quinze anos.

— Lembro sim. — Dou um sorriso triste.

O pai de Nour se separou de minha tia quando ela e seus dois irmãos eram crianças. Depois disso, eles nunca mais se aproximaram. É por isso que a opinião de meu pai e de meu avô sempre foi muito importante para ela.

— Sua mãe está fora de perigo? — ela indaga de repente, estreitando os olhos.
Sinal claro de que quer verificar se está tudo bem para poder me perguntar outra coisa.

— Está. Tem um caminho complicado pela frente, mas está.

Nós nos sentamos no sofá e ela me examina. Aperta os lábios pensando nas palavras certas, até que não se aguenta:

— Você tá namorando o barman tatuado? — Seus olhos brilham.

— Essa é uma pergunta que eu não sei responder. A palavra namoro nunca surgiu. — Passo a mão por minha roupa enquanto falo, percebendo que amassou bastante ao longo do dia.

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora