Capítulo 53

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I’d live and I’d die for you I’ll steal the sun from the sky for you Words can’t say what love can do I’ll be there for you

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I’d live and I’d die for you I’ll steal the sun from the sky for you Words can’t say what love can do I’ll be there for you.
— Bon Jovi, “I’ll Be There for You

Aos poucos, os dias vão deixando de ser tão ruins, e a cada amanhecer Bailey dá mais um passo em direção à vida.

Saio apenas duas vezes do apartamento, nos dias de visita da minha mãe.

Quando ela sorri, sinto que vai ficar tudo bem. Nas duas ocasiões, meu avô está junto e não conversamos de imediato.
Ele me observa, parece que procurando as palavras certas para falar comigo, mas nunca abre a boca.

— Que anel é esse? — A voz de minha mãe me traz de volta à visita. — Parece um anel de compromisso. — Ela segura minha mão entre as dela.

Meu avô se levanta e caminha um pouco pelo salão, mas se mantém por perto, nos observando.

— É de compromisso — respondo, apreensiva com sua reação, mas muito feliz por ela ter notado.

— O César te deu?

É o que basta para me preocupar. Não quero deixar minha mãe nervosa nem mentir. Ela vai ter alta na próxima semana, e os médicos nos aconselharam a conversar normalmente, sem tratá-la como incapaz.

— O César e eu terminamos, mãe.
— O quê? Mas como? Quando foi isso? E já tem outro? Assim tão sério para um anel de compromisso?

Normalmente, quando ela fazia perguntas assim eu me apavorava, mas agora estou rindo. É minha mãe, inteira.

— O César e eu não estávamos nos entendendo já fazia um tempo. Foi melhor para nós dois.

— Hum... Isso explica por que ele não veio me visitar — ela reflete, e Lamar nem disfarça a risada quando a vê tamborilar os dedos no joelho. Sempre foi um sinal de que ela está juntando as peças do quebra-cabeça, quando nós, os filhos, contávamos as coisas pela metade. — Mas me diga... O rapaz que te deu o anel, eu conheço? Quem é ele?

Vovô revira os olhos, vovó ajeita a blusa, Lamar mexe no celular e eu aperto as mãos, sem saber se é uma boa hora para revelar tanto. Tenho medo de dizer algo e meu avô me contrariar ou falar mal de Bailey.

E então, como que num passe de mágica, enquanto estou pensando nas palavras certas, Nour diz, radiante:

— Tia, eu não te contei ainda. Sabia que estou grávida?

Quando estamos saindo, felizes por saber que a alta da minha mãe foi confirmada para a semana que vem, ouço a voz de meu avô:

— Podemos conversar, Priy?

Ele para, fingindo prestar atenção em volta e tentando não demonstrar como é importante para ele falar comigo.

— Claro, vô. — Caminho com ele até sentar em um banco ao seu lado.

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora