Shivani acaba de perder o pai. Com a mãe em depressão, ela se vê obrigada a assumir o controle da casa com o irmão mais novo. Bailey teve o pai assassinado há alguns anos e agora viu quatro pessoas de sua família, incluindo a única irmã, morrerem em...
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You calm the storms And you give me rest You hold me in your hands You won’t let me fall You steal my heart And you take my breath away. — Lifehouse, “Everything”
Krystian e Lamar estão jogando videogame quando Bailey e eu entramos no apartamento.
— Nem precisa estressar que logo mais vou sair — Krystian diz para Bailey.
— Vai pra onde? O Pepe vai sair com uma garota hoje, não vai rolar você ficar lá. Não precisa passar as noites fora, Krystian. A gente dá um jeito aqui — Bailey explica ao trancar a porta.
— Ele vai comigo — Lamar se intromete. — Tio Túlio disse pra eu ir pra lá depois, que ele queria conhecer o Krystian e tal.
— Pra quê? — Bailey franze a testa e me olha. Ambos sabemos a razão: meu padrinho quer saber mais sobre ele.
— Não se preocupa, primo. Fico de boa lá hoje e amanhã tô de volta. E com protetor de ouvido, pra não escutar o que vai rolar naquele quarto.
Minhas bochechas queimam e Bailey ri.
— Tudo certo, Shiv? — meu irmão me pergunta e me sento ao seu lado, colocando a cabeça em seu ombro e fazendo com que se distraia a ponto de tomar um tiro de Krystian no jogo. — Sua tonta, fez de propósito.
Dou risada. É bom ter meu irmão por perto. A parte ruim de sair de casa é não o ver com tanta frequência. Não sei o que Bailey pensa sobre isso, mas por mim Lamar pode passar bastante tempo por aqui.
Quando levanto o olhar, vejo a expressão tranquila de Bailey e sei que ele não se importa. Nós quatro nos entrosamos muito bem. Por mais dores que cada um de nós carregue, tudo parece tranquilo quando estamos juntos. É quase como se a dor ficasse do lado de fora.
— Bom, vou fazer o jantar, porque alguém precisa comer. E eu só belisquei o dia todo — Bailey diz, lavando as mãos na pia da cozinha.
— O que vai fazer? Precisa de ajuda? — pergunto, me aproximando.
— Acho que uma lasanha rápida. O Krystian gosta e acho que ele merece um pouco de mimo. Tá dormindo em qualquer lugar só pra deixar a gente sozinho.
Estou espantada com Bailey. Cozinhar e demonstrar tanto carinho pelo primo.
Ele coloca o avental e, por um segundinho, tudo o que penso é em levá-lo para o quarto. Acho que meus pensamentos explodem em meus olhos, porque ele me lança um olhar muito safado e diz:
— Depois, gata, depois — e abre a geladeira, colocando os ingredientes na mesa.
— Quero ajudar!
— Claro que quer. — Ele abre a gaveta, pega uma faca, depois tira uma tábua do armário e a coloca na minha frente. — Já picou uma cebola antes?
