Capítulo 26

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I was just a lad, nearly twenty two Neither good nor bad, just a kid like you And now I’m lost, too late to pray Lord I paid a cost, on the lost highway

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I was just a lad, nearly twenty two Neither good nor bad, just a kid like you And now I’m lost, too late to pray Lord I paid a cost, on the lost highway.
— Jeff Buckley, “Lost Highway"

Chego em casa e tiro a jaqueta. No fim, ficou comigo. O perfume de Shivani está misturado ao meu, não sei mais o que é meu ou dela. É como se nossos perfumes tivessem transado por nós.

Viro o trinco da porta. Acho que Krystian não vai chegar tão cedo, mas quero um pouco de privacidade. Meu primeiro pensamento é ir para o banho, depois mudo. Logo quando tenho a intenção de ligar para a garota no dia seguinte, me lembro do óbvio: não tenho o número. Foi para o meu celular que liguei da última vez.

Só tem um jeito de conseguir.

— Krystian, quero o telefone da Shivani. Arranca desse moleque aí — digo quando meu primo atende.

— Primo! Boa vida essa, hein! — ele zomba. Está bêbado.

— Tá no bar ainda? Quem vai te trazer? — Incrível como agora esse lado desperta em mim. É como ter um filho sem fazer a parte boa.

— “Vou de táxiiii, cê sabeeeee...” — Afasto o telefone do ouvido porque o puto resolveu cantar a música da Angélica.

— O Pepe tá aí? — pergunto quando parece que ele terminou de cantar. — Passa pra ele.

Não demora muito e Pepe atende.

— E aí, pegou?

Filho da puta! Eu sabia que seria a primeira pergunta que me faria. Pepe é educado demais para perguntar: “E aí, comeu?”, E sei lá, pela primeira vez acho que a pergunta não se encaixaria com a garota.
Eu, por outro lado, poderia ter me encaixado.  Tudo o que tiver de analogia vou usar até comer... Não, até transar.

— E aí, pegou? — Pepe repete.

— Nah. Quer dizer, sim, mas não finalizei. — Sento no sofá.

— Ai, cara. Você sabe o que dizem, sempre tem uma primeira vez — ele diz assim, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Coloco a mão no rosto e balanço a cabeça antes de responder.

— Meu equipamento continua funcionando muito bem. Ela quis ir pra casa e eu levei.

— Sem tentar levar pra um motel?

— Sem tentar. — Coloco os pés sobre a mesa, porque a casa é minha e eu posso.

— E pra que me ligou? Ficou carente? Precisa de atenção? Apoio? Quer que eu cante uma música pra você dormir? — Ele se mata de rir do outro lado.

— Porque quero o telefone dela.

— Cara... — a surpresa marca seu tom de voz.

— É...

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora