Capítulo 18

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É tão certo quanto o calor do fogo É tão certo quanto o calor do fogo Eu já não tenho escolha Participo do seu jogo, eu participo

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É tão certo quanto o calor do fogo É tão certo quanto o calor do fogo Eu já não tenho escolha Participo do seu jogo, eu participo.
— Capital Inicial, “Fogo"

Contenho o sorriso ao ver que Shivani me descobriu em cima do palco.
Continuo seguindo meu ritmo e tocando “Drain You” enquanto testo quanto ela resiste sem desviar o olhar. Ela me surpreende e não desvia, nem mesmo quando a outra garota diz algo. Gosto disso. Algo nos atrai um para o outro, e ela quer tanto quanto eu.

É arriscado, mas ainda assim irresistível. Ela dá um sorriso tímido quando percebe que a roupa mexeu comigo. Acho que não esperava. É irônico um visual assim me seduzir, mas, com essa garota, sinto que seria seduzido até se ela vestisse um saco de papel. Não é a roupa, é como ela usa.

Um pensamento bobo passa por mim: E se eu tentar resistir? Não que consiga, mas e se eu segurar um pouco mais, dando uma chance para ela?

Para mim, o “deixar acontecer” é meio óbvio — vai acontecer. Quero essa garota e, pelo jeito como ela mordeu o lábio agora, ela também me quer.

O que me deteria, se eu pensasse a respeito, é que sou um perigo para ela. Sou um perigo para qualquer uma. Mas, como falei, quem disse que eu penso nisso?

Não sou o tipo de cara que faz drama: “Não sou bom pra você. Se afaste.
Sou perigoso”.

Sou mais do tipo: “Não sou bom pra você, sou perigoso, mas o sexo é do caralho!”

Nah. Dizer que não sou bom e sou perigoso pra quê? Porra, tá na minha cara. Compra quem quer.

Shivani já tem idade para saber o risco que corre e pode muito bem dizer que não quer. Se ela levantar uma barreira, mulher é o que não falta, mas, pelo jeito que ela me olha, está tão perto do abismo quanto eu.
O abismo um do outro.

A música acaba e Pepe olha para mim, querendo saber se encerramos, porque, mesmo tendo avisado que aquela seria a última, o público quer mais.

Sorrio para ele e dou de ombros. Se é para tocar, que seja.

Antes que ele possa pensar, começo “She”, do Green Day. Se existe alguém tão rápido quanto eu para música, é o Pepe. Então ele e os outros me seguem, e o público aprova.

Pobre público inocente, não é para você que eu toco. É para ela.

Na primeira parte, continuo olhando para Shivani, querendo dizer que é um desafio.

Na segunda parte, reforço tudo, só que agora canto baixinho. O microfone nem está perto de mim, é apenas um recado. Quero que ela veja.

She
She’ s figured out
All her doubts were someone else’ s point of view
Waking up this time
To smash the silence with the brick of self-control.

As Batidas Perdidas do CoraçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora